A oscilação no preço do diesel promovida pela Petrobras se assemelha a uma gangorra: em fevereiro, o preço subiu R$0,22 por litro, impulsionado pela necessidade de alinhamento ao mercado internacional.
Apesar de promover este recuo, como explica Vitor Sabag, especialista em combustíveis do Gasola – empresa de solução multifuncional que automatiza a gestão de abastecimento
essa decisão da estatal foi influenciada pela competitividade com o mercado externo e, por conta do 'efeito gangorra', esta alteração irá demorar mais para ser percebida nas bombas de abastecimento.
"O principal agente responsável por essa variante são as distribuidoras. Quando a Petrobras anuncia um aumento, elas ajustam os preços imediatamente, pois sabem que o próximo lote de combustíveis será mais caro
No caso de uma redução, os distribuidores podem demorar para repassar o desconto porque ainda possuem estoques comprados a preços mais altos e querem evitar o prejuízo, O mesmo ocorre com os postos", afirma Sabag.
De acordo com dados oficiais da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre janeiro e março deste ano, o preço do diesel, que chegava ao país pelos principais portos brasileiros, teve uma redução representativa de R$0,52 por litro.
Desta forma, o produto importado era mais procurado pelas distribuidoras, que conseguiam da mesma forma repassar o valor aos postos, ameaçando a compra do produto nas refinarias locais.
Por isso, costumamos dizer que o preço sobe como um foguete e desce como uma pena, porque ele fica mais caro antes para se adaptar ao preço futuro, porém, fica mais barato com menos rapidez para evitar prejuízos", conta Sabag.
Outros fatores como estrutura de mercado, concorrência limitada entre distribuidoras e revendedores e estratégias comerciais também influenciam esta volatilidade, além dos contratos de exclusividade entre postos e distribuidoras.