Empregabilidade de Refugiados Impulsionada por Projeto em Tecnologia

Iniciativa para inclusão de pessoas refugiadas no mercado de trabalho formal brasileiro foi liderada pela IFC em parceria com Microsoft Brasil, ACNUR e AVSI Brasil.

O Brasil tem sido um refúgio para muitas pessoas que foram forçadas a deixar suas casas devido a conflitos, perseguições e violações de direitos humanos em seus países de origem. De acordo com o relatório “Tendências Globais – Deslocamento Forçado de Pessoas em 2022” do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de 108 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentaram essa realidade até o final do ano passado. Dentre essas, mais de 6 milhões deixaram a Venezuela em busca de proteção internacional e garantia de seus direitos, e o Brasil se destacou como o quinto país de destino mais procurado na América Latina.

Reconhecendo a necessidade de promover a inclusão dessas populações refugiadas no mercado de trabalho formal brasileiro, a International Finance Corporation (IFC), membro do Banco Mundial, liderou um projeto inovador chamado “Fronteira Digital”. Esta iniciativa, realizada em parceria com a Microsoft Brasil, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Associação Voluntários para o Serviço Internacional Brasil (AVSI Brasil), visa capacitar tecnicamente e conectar oportunidades de emprego para pessoas refugiadas no país.

O projeto “Fronteira Digital” faz parte de uma iniciativa da IFC financiada pelo governo japonês, que busca envolver o setor privado na criação de soluções para a integração socioeconômica da população refugiada no Brasil. Além disso, ele incentiva as empresas a promoverem valores como diversidade, inclusão e igualdade de oportunidades, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas estabelecidos para 2030.

Uma das características distintivas do projeto “Fronteira Digital” é o seu foco no setor de tecnologia como um meio para impulsionar a empregabilidade dos refugiados. Lançado em setembro de 2021, o projeto ofereceu cursos em Microsoft 365 e Power Platform para 30 pessoas refugiadas localizadas em Boa Vista (RR), com destaque para a participação de mais da metade de mulheres refugiadas. Foi estabelecido um laboratório de informática com equipamentos e softwares atualizados para a realização dos cursos, além de sessões de mentoria e acompanhamento para facilitar a geração e compartilhamento de conhecimentos.

Após a conclusão bem-sucedida da capacitação técnica em tecnologia, o “Fronteira Digital” desempenhou um papel fundamental na preparação de currículos e na criação de conexões para oportunidades de emprego em diferentes regiões do Brasil. Além disso, sensibilizou empresas participantes do “Fórum Empresas com Refugiados” e externas sobre a possibilidade de contratar profissionais refugiados. Como resultado imediato, o projeto promoveu vinte e dois processos seletivos e cinco contratações diretas.

Um dos objetivos-chave do “Fronteira Digital” é criar um modelo replicável para outras empresas no mercado brasileiro. A experiência adquirida durante o projeto foi minuciosamente documentada em um relatório digital que contém informações valiosas para o setor privado interessado em contribuir com suas experiências para impulsionar o desenvolvimento econômico inclusivo e implementar iniciativas de empregabilidade com um componente de capacitação.

Este material está disponível nos sites da IFC e do “Empresas com Refugiados”. O lançamento do relatório marca o encerramento das atividades planejadas na parceria firmada em 2021 entre a IFC e a Microsoft e apresenta possíveis direções para a ampliação de soluções de empregabilidade para pessoas refugiadas.

Ao oferecer oportunidades de capacitação e acesso a empregos compatíveis com suas experiências e formações, o projeto “Fronteira Digital” destaca a contribuição significativa que os profissionais refugiados podem oferecer ao desenvolvimento local e aos resultados das empresas contratantes. Essa relação de emprego é uma situação em que todos ganham: as pessoas refugiadas têm a chance de reconstruir suas vidas, as comunidades locais se beneficiam da diversidade e inovação, as empresas obtêm talentos comprometidos e os governos promovem a inclusão social e econômica. A empregabilidade de refugiados não é apenas um ato de solidariedade, mas também um investimento no futuro mais inclusivo e próspero para todos.

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