No segundo dia do PET VET Multidisciplinar, um dos eventos mais destacados no cenário veterinário da América Latina, a discussão em torno do uso da Inteligência Artificial (IA) no campo dos cuidados com os animais ganhou destaque. Com a realização da feira no São Paulo Expo, especialistas, profissionais e entusiastas do setor se reuniram para explorar as aplicações emergentes da IA na medicina veterinária.
O veterinário, cardiologista e professor renomado, Helio Autran de Morais, foi uma das figuras centrais do evento ao apresentar a palestra “Quem tem medo da Inteligência Artificial?”. Através de suas reflexões, Morais lançou luz sobre o impacto cada vez mais significativo que as ferramentas de IA estão tendo no cotidiano dos profissionais veterinários. Ele enfatizou que a evolução dos sistemas de IA já permite que os médicos veterinários produzam prontuários e formulários com maior eficiência, além de receberem auxílio na pesquisa de diagnósticos.
Durante sua palestra, Morais apontou para a crescente adoção de ferramentas de IA para a síntese de informações científicas, facilitando a investigação de doenças como diabetes, e proporcionando insights valiosos para a formulação de tratamentos mais eficazes.
Além disso, Morais destacou que a IA não se limita ao diagnóstico, mas também se estende a outras disciplinas da medicina veterinária, como dermatologia, análises clínicas e a detecção precoce de doenças. No entanto, ele ressaltou a importância de equilibrar a atuação humana com o progresso tecnológico, enfatizando a necessidade de uma abordagem ética e de proteção de informações confidenciais.
Outro aspecto fundamental discutido no evento foi a interseção entre o bem-estar emocional e físico dos felinos. A veterinária comportamentalista Juliana Gil conduziu um painel informativo intitulado “A importância das alterações comportamentais para avaliação da dor crônica em felinos”. Gil destacou a relevância de se observar tanto os aspectos físicos quanto emocionais na avaliação da dor em gatos.
Gil enfatizou que a família desempenha um papel crucial na observação e cuidados dos gatos em situações de dor crônica. Ela explicou que traços comportamentais como estado emocional negativo, medo e pânico podem indicar níveis mais intensos de dor nos felinos. A interação do tutor com o animal, gerenciando suas emoções e relacionamento com o ambiente, desempenha um papel fundamental na identificação e tratamento dessas dores.
As palestras e discussões do segundo dia do congresso foram muito bem recebidas pelo público presente. Profissionais da área, como Rafael Lessa, diretor clínico do Hospital Pet Care, elogiaram a abrangência e relevância dos temas apresentados. Mariana Desidério, veterinária da Clínica Veterinária Horto, também expressou sua satisfação com os conteúdos específicos relacionados aos cuidados com gatos.
O Congresso PET VET, como o maior congresso técnico do setor, reúne os principais especialistas e profissionais do mercado veterinário atual. Sua edição Multidisciplinar, que abrange uma variedade de tópicos, junto com as modalidades Especialidades e Lab, demonstra o compromisso contínuo em fornecer uma plataforma abrangente para a troca de conhecimento e avanços na medicina veterinária.
Em resumo, o segundo dia do PET VET Multidisciplinar trouxe à tona as perspectivas empolgantes da Inteligência Artificial no campo veterinário e destacou a importância de abordar a dor crônica em felinos de maneira holística, considerando tanto os aspectos físicos quanto emocionais. O evento demonstrou a importância contínua de manter os profissionais atualizados sobre as últimas tendências e avanços na medicina veterinária, para garantir um atendimento de alta qualidade e cuidados mais eficazes para nossos companheiros de quatro patas.