A forte seca que assola o estado do Amazonas tem deixado sua marca indelével, afetando não apenas a paisagem exuberante da região, mas também a vida de milhares de habitantes locais. O último boletim do Comitê de Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental revela que 23 municípios estão agora em situação de emergência, destacando a gravidade do problema.
Dos 62 municípios que compõem o estado do Amazonas, 35 estão em estado de alerta, enquanto duas enfrentam uma atenção especial e outras duas ainda desfrutam de uma relativa normalidade. No entanto, a situação é tão crítica que o governador Wilson Lima decretou estado de emergência em 55 municípios afetados pela estiagem, buscando providenciar ajuda às comunidades afetadas.
Uma imagem triste que ilustra os impactos devastadores da seca são as carcaças de botos que foram encontradas no Lago Tefé. Esses incidentes chamam a atenção para a urgência de medidas de preservação ambiental e conscientização sobre a importância da conservação da biodiversidade na região.
Em meio a essa crise ambiental, a Secretaria de Educação do estado tomou uma ação importante ao retomar o programa Merenda em Casa, que foi criado durante a pandemia de covid-19. O objetivo é fornecer apoio alimentar aos estudantes que estão sofrendo os efeitos da seca, particularmente aqueles que vivem nas áreas rurais e têm dificuldades para acessar as escolas.
De acordo com a Secretaria de Educação, cerca de 2,2 mil alunos da rede estadual de ensino estão sendo afetados pela estiagem em mais de 120 comunidades rurais nas cidades de Alvarães, Amaturá, Benjamin Constant, Careiro da Várzea, Envira, Itacoatiara, Manacapuru, Manaquiri, Novo Aripuanã, Parintins, Tefé e Tonantins. O programa Merenda em Casa visa fornecer kits alimentares que consistem em 12 itens essenciais, substituindo a refeição que os estudantes normalmente receberiam nas escolas.
A Secretaria de Educação está empenhada em agilizar a entrega desses kits alimentares e planeja concluir a distribuição nas próximas duas semanas. As entregas estão programadas para várias cidades afetadas nos próximos dias, demonstrando o compromisso do governo estadual em enfrentar a crise alimentar que acompanha a seca.
Além disso, o programa Merenda em Casa não se limita apenas às áreas afetadas pela seca, mas se estende também à Comunidade do Arumã, em Beruri, onde 59 estudantes da rede estadual foram afetados por um deslizamento de terra recente.
Para auxiliar nas ações de combate às queimadas que assolam a Região Metropolitana de Manaus, 23 agentes do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), chegaram recentemente à cidade. Esses agentes se unirão aos mais de 40 bombeiros que já estão trabalhando arduamente para controlar os incêndios.
A ação prioritária será a extinção de um incêndio que ocorre na margem direita do Rio Negro, no distrito de Cacau Pirêra, em Iranduba, localizado a apenas 27 km da capital Manaus. Para planejar estratégias eficazes de combate, está previsto um sobrevoo na terça-feira, a fim de avaliar a situação e garantir a segurança das operações dos bombeiros.
A crise ambiental que o Amazonas enfrenta exige ação imediata e coordenação entre os diferentes órgãos governamentais e setores da sociedade. É crucial não apenas combater os incêndios e fornecer assistência às comunidades afetadas pela seca, mas também investir em medidas de preservação ambiental a longo prazo, visando proteger a riqueza natural da Amazônia.