Desafios e Metas: Brasil se Une à OMS na Luta contra o Câncer de Colo do Útero, mas Enfrenta Queda na Vacinação contra HPV”

O Brasil abraçou a iniciativa global da Organização Mundial da Saúde (OMS) para eliminar o câncer de colo do útero, alinhando-se com as diretrizes lançadas em 2020. No entanto, o país enfrenta um desafio alarmante: uma queda significativa na vacinação contra o HPV, atingindo uma redução de 73% entre mulheres e 53% entre homens.

A estratégia da OMS é clara: a vacinação, o rastreamento e o tratamento representam os três pilares essenciais para erradicar esse câncer evitável. Apesar disso, desde o lançamento do Dia Global de Ação para Eliminação do Câncer de Colo do Útero, o Brasil vem encontrando dificuldades em aumentar os índices de vacinação.

O Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) convoca a população para refletir sobre a prevenção e o diagnóstico desse câncer evitável no dia 17 de novembro. Segundo Graziela Zibetti Dal Molin, oncologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e vice-presidente do EVA, é crucial divulgar conhecimento e incentivar ações preventivas, especialmente a vacinação contra o HPV. Alerta ainda que o câncer de colo do útero é prevenível, mas permanece como a terceira causa de morte por câncer no Brasil.

Embora tenha havido redução nos casos de câncer de colo do útero em várias regiões do mundo, como na América Latina, Ásia, Europa Ocidental e América do Norte, a situação permanece preocupante em países de baixa e média renda. No Brasil, a menor taxa de prevalência está no Rio Grande do Sul, mas ainda assim, a incidência persiste. Por exemplo, a comparação com a Argélia, país de menor IDH, evidencia a seriedade do problema.

A cobertura vacinal no Brasil é parte integrante do movimento global da OMS para eliminar o câncer de colo do útero. No entanto, os índices estão aquém das metas propostas pela organização. Em 2020, apenas 55% das meninas brasileiras entre 9 e 14 anos completaram as duas doses da vacina. Entre os meninos de 11 a 14 anos, o índice foi de apenas 36,4%.

A implementação dos três pilares da estratégia da OMS – vacinação contra HPV, rastreio e tratamento de lesões pré-cancerosas, e manejo do câncer cervical invasivo – é crucial. Contudo, a baixa adesão às campanhas de vacinação e os desafios de acesso ao exame Papanicolau contribuem para a alta incidência e mortalidade por câncer de colo do útero no Brasil, onde aproximadamente 6,5 mil mulheres morrem anualmente pela doença.

A vacina contra o HPV foi incorporada ao Calendário Nacional de Vacinação em 2014, mas a adesão caiu consideravelmente durante a pandemia. Nos últimos anos, o número de doses aplicadas diminuiu, refletindo um desafio crescente para o Ministério da Saúde.

A prevenção primária, que inclui a introdução da vacinação contra o HPV, é fundamental para prevenir a infecção e alcançar uma cobertura de 90% em todas as mulheres antes dos 15 anos. Já a prevenção secundária visa detectar precocemente lesões pré-cancerosas, garantindo que 70% das mulheres sejam examinadas antes dos 35 anos e novamente antes dos 45 anos. Por fim, a prevenção terciária busca um diagnóstico adequado e tratamento para aumentar a sobrevivência e qualidade de vida das mulheres afetadas.

O exame Papanicolau é essencial para as mulheres, pois permite a detecção precoce de alterações no colo do útero. Recomendado a partir dos 25 anos, o exame é oferecido pelo SUS, porém a desigualdade no acesso a ele é um desafio a ser enfrentado.

A vacinação contra o HPV é indicada não apenas para meninos e meninas de 9 a 14 anos, mas também para homens e mulheres até os 45 anos com condições específicas de saúde, como HIV/AIDS, transplantados ou vítimas de violência sexual. As entidades médicas brasileiras também recomendam ampliar a faixa etária para mulheres até os 45 anos e homens até os 26 anos.

O câncer de colo do útero é evitável e, se diagnosticado precocemente, é curável. Para alcançar o máximo impacto na luta contra esse câncer, é crucial implementar os três pilares da estratégia da OMS simultaneamente e em escala adequada.

O Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA) desempenha um papel vital na conscientização, pesquisa, prevenção e apoio às pacientes e familiares afetados pelo câncer ginecológico. Com uma equipe multiprofissional, o EVA trabalha incansavelmente para combater essa doença e promover o bem-estar das mulheres.

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Scroll to Top
Aluf dá Show de Moda na Abertura do SPFW com Participação Especial da Orquestra Sinfônica Heliópolis TEDx Praia do Forte: Descubra o Poder da Sustentabilidade e Empoderamento em um Mundo em Transformação Navio Roupa Nova 40 Anos: Uma Viagem Mágica pelos Mares da Música Brasileira 7 Jogos leves para celulares fracos (Android 1GB RAM / Mobile) Explorando a Nova Parceria: Belle Belinha e Kine-Chan Agitam as Redes Sociais Sabores Sem Glúten no Nikkey Palace Hotel Como funciona o sorteio da Loteria Federal, saiba como concorrer aos prêmios 12 Cidades para incluir numa viagem para a Tailândia  Projeto de Lei: Regulamentação da Inteligência Artificial