O Futuro dos Games: Cobrança por Tempo de Jogo e Desafios da Indústria

O mercado de jogos no Brasil está atingindo novos patamares. Segundo a consultoria Newzoo, o país figura como o décimo maior mercado global de games, com mais de 100 milhões de jogadores que desembolsaram 2,7 bilhões de dólares em 2022. Essa tendência aponta para um crescimento contínuo, projetando-se um gasto de aproximadamente 3,5 bilhões de dólares até 2025, com um aumento médio de 10% ao ano desde 2020.

Recentemente, durante a apresentação do relatório financeiro da Take-Two, a empresa-mãe da Rockstar Games, o CEO Strauss Zelnick trouxe à tona uma questão intrigante: a possibilidade de os jogos serem precificados com base no tempo de entretenimento proporcionado. Em essência, a ideia seria considerar o valor em relação às horas dedicadas pelos jogadores.

Para Marcelo Mattoso, especialista em Mercado de Games e eSports do Barcellos Tucunduva Advogados (BTLAW), essa proposta pode ser um tanto desafiadora. Ele aponta que os jogos não estão mais apenas competindo entre si, mas também disputam a atenção dos usuários com uma miríade de opções de entretenimento, como redes sociais, serviços de streaming e até podcasts. “É uma briga pelo tempo do usuário”, ressalta.

Mattoso acredita que a sugestão dessa abordagem de cobrança por tempo pode servir como uma provocação para repensar o valor dos jogos “triple A” (grandes produções). Ele levanta a possibilidade de um cenário futuro com jogos mais curtos e acessíveis ao lado de jogos mais longos e custosos, assemelhando-se à diferenciação entre os “indie games” e os grandes títulos.

Além disso, o especialista enfatiza a crescente complexidade na produção dos jogos, o que encarece significativamente os custos envolvidos. Com equipes de mais de 3 mil pessoas trabalhando diretamente e indiretamente ao longo de anos de produção, pós-produção e estratégias de marketing, os custos aumentaram substancialmente. No entanto, os preços dos jogos permaneceram praticamente os mesmos, variando de 60 a 70 dólares. Esse desequilíbrio entre custos crescentes e margens estagnadas pode não ser sustentável a longo prazo, conforme indicam diversas desenvolvedoras.

Essa dinâmica já se reflete no mercado, com uma redução na quantidade de novas franquias sendo lançadas. Anteriormente, as desenvolvedoras arriscavam constantemente com novos títulos, porém, diante dos altos custos, essas jogadas ousadas tornaram-se mais escassas. Isso, segundo o especialista, tem um impacto evidente no setor.

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