Engenheira explica o passo a passo para realizar um novo pavimento quando a residência não possui condições
Lar é sinônimo de segurança para diversas famílias e construir um novo andar dentro da casa é cogitado por muitas pessoas. Seja para abrigar novos membros ou para fins comerciais, a hipótese é idealizada, mas existem casos de compradores que herdam dos pais ou fazem a aquisição de uma residência que não possui estrutura para um novo pavimento. Nessas ocasiões, o que é possível fazer?
De acordo com a engenheira civil e professora do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Braz Cubas, Debora Beatriz Santiago de Moraes, é ideal que a construção venha acompanhada do manual do proprietário que conta como foi executada a obra, com detalhes técnicos da produção e superestrutura. Sem isso, a única solução é descobrir a capacidade do sistema estrutural através de ensaios laboratoriais destrutivos. “São ensaios que necessitam de retirada de parte da estrutura para reconhecimento em laboratório, isso vale para a fundação enterrada”, afirma.
O ideal é não arriscar se o projeto foi concebido exclusivamente para uma casa térrea. Mesmo assim, se o proprietário ainda deseja uma ampliação vertical, é necessária uma superestrutura secundária, ou seja, novas fundações para não sobrecarregar a original.
“Em primeiro lugar, um projeto sempre deve considerar o objetivo de uso da edificação. No caso da escolha por casas térreas, prevê-se uma residência que ocupe mais o terreno, visando facilidade de locomoção dos seus ocupantes, já que os cômodos estão organizados no plano horizontal e, por sua vez, esse tipo de edificação em um único plano não tem a necessidade de uma estrutura robusta, o que pode deixar o orçamento final mais favorável”, coloca Moraes.
Apesar de tudo, a especialista reforça que sempre é possível construir um novo pavimento, com as técnicas construtivas adequadas e cálculos estruturais condizentes ao novo projeto. Pode-se optar por construções em anexos, com apoios estruturais novos e pontos de fundações que não interfiram na construção original, para obter o equilíbrio arquitetônico acima de tudo.
“Para um novo andar, ainda pode-se optar por técnicas construtivas e alternativas. Podemos escolher os sistemas leves que estão disponíveis no mercado, como os de construção em madeira, steel frame ou drywall; eles podem não sobrecarregar a estrutura original e permitir que a nova construção se apoie na antiga. Mas para isso é bom sempre ter conhecimento da sobrecarga aplicada”, sinaliza.
Tenho um terreno e ainda não comecei a construção. O que é indispensável para que minha casa tenha mais um andar?
Segundo a professora do curso de Engenharia Civil da Braz Cubas, o ideal sempre é entender a necessidade do proprietário. Casas com mais de um pavimento limitam a mobilidade, exigem fundações mais complexas e superestruturas mais bem calculadas, refletindo automaticamente no custo final da obra.
“Esse tipo de construção limita a mobilidade que são feitas através de escadas, entretanto oferece outras vantagens, como maior espaço livre para área de lazer. A compartimentação da área intima com a social permite mais privacidade e a arquitetura de sobrados é mais arrojada e moderna”, analisa.
Tecnicamente, para o executor é imprescindível conhecer o perfil geotécnico (solo) do local em que a construção vai ser executada, de forma que o projeto estrutural e de fundação se harmonizem para aumentar a vida útil do edifício.
Por fim, Debora diz que: “A escolha entre uma casa térrea ou com mais de um pavimento deve ser exclusiva do proprietário, pois é ele quem irá usar a edificação depois de pronta. Não existe a melhor escolha, o que existe é a opção mais assertiva para cada necessidade, seja ela pessoal ou financeira. O custo que sempre é um ponto decisivo, pode ser relativo, pois o valor final depende de inúmeros fatores em uma obra. Preliminarmente podemos apontar casas com mais de um pavimento mais caras devido aos custos maiores para a execução da fundação e superestrutura, por exemplo”, pontua.
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