Por Rafael Ramos
O Brasil está passando por uma revolução no setor automobilístico, concentrando seus esforços não apenas na eletrificação associada aos biocombustíveis, como o etanol, mas também na produção de carros elétricos. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está liderando essa transformação, enfatizando o papel vital que o Brasil desempenhará na fabricação de veículos elétricos.
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, em uma declaração enfática, assegurou que o Brasil está caminhando na direção de se tornar um produtor de carros elétricos. Ele destacou que a produção de veículos elétricos é parte integrante do plano de descarbonização do país, refletindo o compromisso do Brasil em reduzir sua pegada de carbono e abraçar uma mobilidade mais sustentável.
Leite afirmou: “Seremos um produtor de carros elétricos. O Brasil tem uma indústria automobilística muito forte e estamos em cima de grandes recursos naturais para o processo de eletrificação. A eletrificação vai se dar com os biocombustíveis e, tranquilamente, com os veículos elétricos”. Essa afirmação demonstra a visão otimista da Anfavea em relação à capacidade do Brasil de abraçar a eletrificação como parte de sua estratégia de descarbonização.
Embora a Anfavea continue a enfatizar o papel crucial do etanol na eletrificação em massa, ela também reconhece a crescente importância dos veículos elétricos. A diversidade de opções é vista como uma vantagem competitiva para o Brasil, com a indústria automobilística brasileira posicionada para oferecer soluções de descarbonização, tecnologia avançada e conectividade em diversos setores.
Pressionado por montadoras como Volkswagen, Stellantis, Toyota e outras, o Brasil está avançando rapidamente na direção da hibridização com etanol. O compromisso com essa tecnologia parece ser uma tendência inevitável, dada a crescente demanda por veículos mais limpos e eficientes.
Além disso, a declaração de Leite sobre o retorno do imposto de importação para carros elétricos, antes mesmo da posição oficial do governo, levantou questões e incertezas no setor. Isso destaca a necessidade de um diálogo contínuo entre as partes interessadas para criar um ambiente regulatório estável e previsível para os veículos elétricos.
Leite reiterou a visão da Anfavea sobre o papel do Brasil no cenário automobilístico global, enfatizando a presença de fornecedores de classe mundial e montadoras com padrão global no país. Essa combinação de fatores torna o Brasil um jogador promissor na transformação da mobilidade.
No cenário atual, as montadoras BYD e GM estão prometendo um foco significativo na produção de carros elétricos, enquanto a GWM também demonstra potencial para seguir o mesmo caminho. A Stellantis, embora tenha apresentado uma plataforma de carro elétrico, está claramente direcionando seus esforços para a hibridização flex ou puramente com etanol.
Resta agora saber quando o Brasil efetivamente se tornará um protagonista global no jogo dos carros elétricos. O lançamento do programa “Mobilidade Verde” pelo governo brasileiro deve fornecer algumas respostas a essa questão crucial. Esse programa será fundamental para definir as diretrizes e metas para a eletrificação do transporte no Brasil, consolidando assim o país como um ator-chave na revolução dos veículos elétricos.