Mukambu: A Banda da Semana no Selo Educadora Independente

Uma Jornada do Gueto ao Quilombo Através da Música

Sempre que me pego ouvindo uma boa música, fico maravilhado com a capacidade que a arte tem de transformar realidades, de unir pessoas e de contar histórias que, muitas vezes, ficam esquecidas no tempo. É exatamente essa a sensação que tive ao conhecer a banda Mukambu, que esta semana está em destaque no Selo Educadora Independente. Se você ainda não ouviu falar dessa iniciativa incrível, prepare-se para se apaixonar tanto quanto eu!

O Selo Educadora Independente é um projeto que vem promovendo lançamentos de álbuns e EPs por meio de plataformas que todo baiano conhece e ama: a Rádio Educadora FM, a TVE e as redes sociais das emissoras públicas. Para quem está em busca de novas vozes e de músicas que fogem do mainstream, é um verdadeiro presente. E esta semana, a iniciativa destaca a Mukambu, uma banda que, desde o nome, já carrega em si um universo de significados e de luta.

Mukambu: Uma História de Amizade e Resistência

A Mukambu não é apenas uma banda. É um símbolo de resistência, de união e de celebração da cultura afro-brasileira. Tudo começou em 2018, em Salvador, mais precisamente no Alto do Peru, na Fazenda Grande do Retiro. Para quem conhece a cidade, sabe que esse é um lugar onde a cultura popular pulsa forte. Foi em um encontro entre amigos, com muita música e troca de ideias, que nasceu o grupo. O nome “Mukambu” tem origem no quimbundo, uma língua africana falada em Angola, e faz referência às moradias dos quilombos, lugares de refúgio e resistência para os negros escravizados no Brasil.

A escolha desse nome não foi por acaso. Mukambu representa, acima de tudo, a resistência e a luta por direitos, temas que estão presentes em cada acorde e em cada verso das músicas da banda. Com um projeto autoral, eles conseguiram criar uma sonoridade única, que mistura reggae com tambores de rua, toques sacros, pagode baiano e música negra. Essa fusão é o que torna a banda tão especial e, ao mesmo tempo, tão representativa de sua origem.

Do Puleiro ao Gueto: Os Primeiros Passos da Banda

Como toda banda que busca seu espaço, Mukambu também teve seus primeiros desafios. Mas, desde o começo, ficou claro que esses caras tinham algo a mais. Em 2019, lançaram o EP “Ao Vivo no Puleiro”, que já dava sinais do talento e da energia que carregavam. Confesso que, ao ouvir pela primeira vez, senti uma mistura de alegria e força, algo que só a música bem feita consegue provocar. Era como se cada faixa contasse uma história de resistência, mas com uma leveza e uma musicalidade que prendem o ouvinte do começo ao fim.

Dois anos depois, em 2021, veio o EP “Na Quebrada”, que consolidou o estilo da banda e mostrou que Mukambu não estava para brincadeira. Já em 2022, lançaram o single “No Gueto”, que rapidamente se destacou e foi finalista do Festival de Música da Educadora FM. Este single, aliás, faz parte do novo álbum da banda e, para mim, é uma das canções mais emblemáticas do grupo.

‘Do Gueto ao Kilombo’: Um Álbum Que Resgata a Consciência Coletiva

Agora, em 2024, Mukambu apresenta seu novo álbum, “Do Gueto ao Kilombo”, e, honestamente, não poderia haver título mais apropriado. Com 13 faixas, o álbum traça um caminho em busca da autoestima e da expansão da consciência coletiva do povo que nasceu no gueto. É um trabalho que vai além da música; é um resgate da memória, das raízes e da luta por direitos que, infelizmente, ainda são negados a muitos.

Cada faixa desse álbum é uma obra-prima em si. Com participações especiais de artistas incríveis como Hélio Bentes, Emillie Lapa, Pankada Roots, Tícia, Preta_Cín, Opanijé, Mestre Jorjão Bafafé, Uh! Neto e Candace, cada canção constrói uma história de luta e resistência. É como se cada música fosse um capítulo de um livro que conta a saga do povo negro no Brasil, desde o período escravocrata até os dias de hoje.

Ao ouvir o álbum, fiquei particularmente tocado pela maneira como Mukambu conseguiu traduzir, em música, o despertar para os direitos sociais e o convite à celebração das raízes. É uma verdadeira ode à comunidade, à esperança, à unidade e à liberdade. Não é à toa que o álbum se chama “Do Gueto ao Kilombo”; é exatamente essa a jornada que ele propõe.

Uma Semana de Celebração e Divulgação

E como uma obra tão rica e significativa como essa não poderia passar despercebida, o Selo Educadora Independente está promovendo o trabalho da banda Mukambu com toda a pompa e circunstância que eles merecem. De 26 a 31 de agosto, durante toda a programação da Rádio Educadora FM, da TVE e nas redes sociais, a banda estará em destaque. É uma oportunidade única para quem ainda não conhece o som da Mukambu mergulhar de cabeça nessa experiência musical tão profunda e transformadora.

Na terça-feira, 27 de agosto, às 12h, o grupo ainda participou de uma entrevista nos programas Multicultura e TVE Revista. Confesso que essas entrevistas são sempre um prato cheio para quem quer entender um pouco mais sobre a história e os projetos futuros da banda. Eu mesmo já estou ansioso para conferir o que mais eles têm a nos contar!

Um Olhar Para o Futuro: O Que Vem a Seguir

Olhando para o futuro, não consigo deixar de me perguntar o que mais Mukambu tem reservado para nós. O álbum “Do Gueto ao Kilombo” é, sem dúvida, um marco na carreira da banda, mas tenho certeza de que ainda há muito mais por vir. Com tanta criatividade, talento e, acima de tudo, compromisso com a mensagem que querem passar, Mukambu tem tudo para se tornar um dos grandes nomes da música brasileira.

E é exatamente por isso que o Selo Educadora Independente é uma iniciativa tão importante. Ao dar visibilidade a artistas como Mukambu, o selo não apenas promove a diversidade musical, mas também reforça a importância de se manter viva a cultura afro-brasileira, que tanto contribuiu (e ainda contribui) para a formação da nossa identidade.

Oportunidades Abertas para Novos Talentos

Se você é músico ou conhece alguém que tem talento e está em busca de uma oportunidade como essa, fique ligado! A seleção para o Selo Educadora Independente ocorre todos os meses, e as inscrições estão abertas durante o ano inteiro. Os selecionados recebem, além da visibilidade, uma premiação no valor de R$ 5 mil. Isso sem contar a chance de ver seu trabalho promovido em plataformas tão relevantes como a Rádio Educadora FM e a TVE. Para mais informações, basta acessar o site www.educadorafm.ba.gov.br.

Conclusão

Encerrando essa viagem musical, o que fica é a certeza de que a música é uma das formas mais poderosas de expressão e de luta. Mukambu é a prova viva de que, mesmo diante das dificuldades, a arte pode ser um caminho para a transformação social, para o resgate da autoestima e para a construção de uma comunidade mais unida e consciente de sua história e de seus direitos.

Se você ainda não conhece o som da Mukambu, recomendo fortemente que pare tudo o que está fazendo agora e vá ouvir o álbum “Do Gueto ao Kilombo”. É uma experiência que vai muito além da música; é um convite para uma reflexão profunda sobre quem somos e de onde viemos. E, acima de tudo, é uma celebração da vida, da luta e da resistência.

Por Rafael Ramos.


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