Emerson Ferretti, presidente do Esporte Clube Bahia
A celebração da diversidade e do respeito pela comunidade LGBT+ é um tema que sempre me faz refletir sobre o quanto ainda temos para evoluir, mas também sobre o quanto já conquistamos. Na última quinta-feira, o coração de Salvador bateu mais forte com a realização da 12ª edição do Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+, que aconteceu no Espaço Xisto Bahia, às 15h30. A energia no ar era de orgulho e gratidão, com mais de 30 homenageados que, em suas diversas áreas, contribuíram significativamente para a inclusão e proteção da comunidade LGBT+ no Brasil.
Um evento de celebração e reconhecimento
É interessante pensar no poder que o reconhecimento tem para fortalecer causas. Organizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), esse evento não só enaltece figuras de destaque, como também nos lembra da importância de persistir na luta pela igualdade. Afinal, cada avanço que comemoramos é fruto de uma longa caminhada, cheia de desafios.
Entre os homenageados deste ano, está o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Luiz de Almeida. Sua contribuição com o “Prêmio Cidadania na Periferia” foi amplamente celebrada. Sob a liderança dele, o ministério implementou um programa inovador, reconhecendo e apoiando iniciativas LGBT+ em comunidades periféricas. Esse tipo de ação é essencial para que a inclusão social e a cidadania cheguem onde são mais necessárias, e o trabalho de Silvio Luiz de Almeida certamente deixa um impacto profundo e transformador.
Inclusão nos esportes: Um exemplo no Esporte Clube Bahia
Quando se fala em inclusão, uma área que muitas vezes é esquecida é o esporte. E é por isso que a homenagem a Emerson Ferretti, presidente do Esporte Clube Bahia, foi tão significativa. O que Ferretti e o clube têm feito é admirável: transformaram o estádio de futebol em um ambiente seguro, acolhedor e inclusivo. Se você já foi a um estádio, sabe que nem sempre esse é o clima predominante, e ver o futebol – uma paixão nacional – ser usado como plataforma para inclusão é um grande passo. Hoje, torcedores de todas as orientações sexuais e identidades de gênero podem vibrar sem medo de preconceito. Como amante do futebol, fico muito feliz em ver essas mudanças acontecendo.
Inclusão corporativa: Um dever de todos
Dentro do ambiente corporativo, também há muito o que ser celebrado. Foi ótimo ver o reconhecimento de Rogério Cedraz, presidente da Embasa, por implementar práticas inclusivas dentro da empresa. Sempre acreditei que o local de trabalho deve ser um lugar seguro para todos, independentemente de quem são ou como se identificam. O que Rogério fez na Embasa, promovendo diversidade e garantindo um ambiente de trabalho acolhedor, é algo que deveria servir de modelo para muitas empresas no Brasil. A inclusão não é apenas uma tendência, é uma necessidade, e quando uma empresa grande como a Embasa lidera esse movimento, ela influencia outros a seguirem o mesmo caminho.
Além disso, o setor corporativo como um todo também foi muito bem representado pela homenagem a Fábio Barbosa, diretor de Recursos Humanos da Dow Química. O trabalho de Fábio é louvável por suas políticas inclusivas, que estão transformando a cultura organizacional da empresa. Quando empresas internacionais como a Dow adotam essas posturas, elas servem de inspiração para outras corporações no Brasil e ao redor do mundo. No final das contas, é isso que importa: o exemplo positivo que podemos dar.
Segurança pública e a proteção da comunidade LGBT+
Outro destaque da noite foi o Coronel Paulo Coutinho, comandante-geral da Polícia Militar do Estado da Bahia. Para muitos, pode parecer surpreendente ver um representante da segurança pública em um evento de diversidade, mas o trabalho de capacitação de policiais para o combate às violações de direitos humanos, focando especialmente na proteção da comunidade LGBT+, é algo que merece toda nossa atenção e aplausos. A polícia, muitas vezes vista como distante das questões de inclusão, tem em Paulo Coutinho um exemplo de como é possível mudar essa percepção e realmente proteger e servir a todos, sem distinções.
Arte e música para celebrar a diversidade
Eventos como esse não seriam os mesmos sem arte e música, e a 12ª edição do Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+ não decepcionou nesse quesito. Tivemos apresentações musicais de tirar o fôlego, com performances da soprano Ana Paula Barreiro e do barítono Marcelo Coutinho, acompanhados por um quinteto de cordas. Esses momentos artísticos não são apenas entretenimento, são manifestações culturais que reforçam a importância da diversidade também nas artes.
A Semana da Diversidade Cultural de Salvador: Uma parceria pelo respeito
Essa edição do prêmio faz parte da Semana da Diversidade Cultural de Salvador, realizada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) e patrocinada por uma série de instituições, como o Governo da Bahia, a Prefeitura de Salvador, a Dow Química, a Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, e a Embasa, com apoio de parceiros como o Shopping da Bahia e o Instituto Íris. O apoio de tantas entidades e empresas reforça a importância e o impacto de iniciativas como essa. Fico feliz de ver que mais e mais organizações estão se engajando de maneira concreta na luta pela inclusão e pelo respeito à diversidade.
Homenageados que fazem a diferença
A lista de homenageados é extensa e reflete a pluralidade de áreas em que a comunidade LGBT+ tem feito avanços. Alguns dos nomes que merecem destaque incluem o Comitê Gestor da Casa da Mulher Brasileira, que tem feito um trabalho admirável na proteção e defesa dos direitos das mulheres, muitas vezes marginalizadas também dentro da comunidade LGBT+.
Outro nome de peso é a Comissão LGBTQIA+ do Tribunal de Justiça da Bahia, com a presidência de Angélica Matos, que tem sido uma defensora ferrenha da causa. O Esporte Clube Bahia também foi novamente reconhecido, com Emerson Ferretti levando mais uma homenagem.
Destaco ainda o trabalho incrível de Allana Machado Costa, da Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências, e de Bruno Monteiro, secretário de Cultura do Estado da Bahia, que também foram agraciados por suas contribuições.
No setor do turismo, o presidente da Salvador Turismo (SALTUR), Isaac Chaves Edington, também foi reconhecido, mostrando que o turismo em Salvador pode, e deve, ser inclusivo para todos.
Jornalismo e diversidade
Outra área essencial para a promoção da diversidade é a mídia, e é por isso que ver o Jornal Correio da Bahia sendo homenageado através de sua redatora chefe, Linda Bezerra, foi um momento especial. A imprensa tem um papel fundamental na formação de opinião e na educação da sociedade sobre questões de igualdade e respeito. Ver profissionais da comunicação sendo reconhecidos por esse trabalho é, para mim, um sinal de que estamos no caminho certo.
Parcerias públicas e privadas: Um caminho de inclusão
Na área governamental, vários órgãos e entidades foram homenageados. É o caso do SEBRAE Bahia, com Jorge Khoury sendo agraciado, e da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA), com Bruno Monteiro levando uma das honrarias. Além disso, Fábio Barbosa, da Dow Química, e Rogério Cedraz, da Embasa, também se destacaram no evento.
Conclusão
A 12ª edição do Prêmio Ordem do Mérito Cultural da Diversidade LGBT+ foi uma verdadeira celebração da inclusão e do respeito, valores que, na minha opinião, deveriam guiar todas as nossas ações, tanto individuais quanto coletivas. Salvador mais uma vez mostrou por que é uma cidade que respira diversidade, e eventos como esse são essenciais para garantir que a luta pela igualdade continue viva e forte. Se você, assim como eu, acredita que o caminho para um mundo mais justo passa pelo respeito à diversidade, saiba que essas homenagens são um passo importante, mas a luta continua. Vamos juntos?
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