Abrasel e a Defesa do Trabalho Intermitente: Um Modelo de Esperança para a Geração de Empregos

Setor de serviços detém 84% dos trabalhos intermitentes (Foto:Midjourney)

Um Novo Capítulo para o Trabalho Intermitente no Brasil

Estamos na expectativa de uma decisão crucial do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode definir os rumos do trabalho intermitente no Brasil. Essa semana, o STF deve retomar o julgamento sobre a constitucionalidade desse modelo de contrato, uma questão que vem sendo debatida com fervor por diversas frentes, especialmente pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).

O Que é o Trabalho Intermitente?

Para quem não está familiarizado, o trabalho intermitente foi introduzido no Brasil pela Reforma Trabalhista de 2017, através da Lei nº 13.467. Diferente do modelo tradicional de emprego, no trabalho intermitente o empregado é convocado para trabalhar conforme a demanda da empresa, podendo, assim, conciliar essa atividade com outras responsabilidades, como estudos ou até mesmo outros empregos.

Esse formato de contrato tem se mostrado especialmente atrativo para jovens, que estão em fase de construção de suas carreiras e que, muitas vezes, precisam de uma flexibilidade maior para conciliar trabalho e educação. Eu, particularmente, vejo com bons olhos esse modelo, pois ele abre portas para quem busca equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, algo que nem sempre é fácil de encontrar no mercado tradicional.

A Defesa da Abrasel: Flexibilidade é Chave para o Crescimento

A Abrasel, como defensora desse modelo, destaca que a flexibilidade proporcionada pelo trabalho intermitente não é só benéfica para os trabalhadores, mas também para as empresas, que podem ajustar suas equipes de acordo com as oscilações do mercado. E, convenhamos, num país como o nosso, onde a sazonalidade e as variações na demanda são realidade para muitos setores, essa flexibilidade pode ser um diferencial significativo.

Os Números Falam por Si: Um Modelo que Gera Empregos

Vamos aos números, que são sempre um bom termômetro para entender a real eficácia de uma política. Só neste ano, de janeiro a junho de 2024, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram criados mais de 32 mil postos de trabalho intermitente. Impressionante, não? E o mais interessante é que cerca de 84% dessas vagas foram preenchidas no setor de serviços, um dos mais impactados pelas flutuações de demanda.

Eu vejo esse dado como uma confirmação da importância do trabalho intermitente para a economia brasileira, especialmente em tempos de incerteza. É como ter uma carta na manga, que pode ser utilizada nas horas de necessidade, sem comprometer o orçamento da empresa ou a estabilidade do trabalhador.

Além disso, há outro ponto que considero fundamental: a remuneração. No trabalho intermitente, a remuneração por hora pode ser até 60% superior à do contrato mensalista. Isso significa que, para quem está disposto a abraçar a flexibilidade, pode haver um ganho financeiro interessante, o que não é nada mal, certo?

O Papel do Trabalho Intermitente na Criação de Empregos

Desde sua implementação, o contrato intermitente tem demonstrado sua importância para o mercado de trabalho, especialmente em setores que enfrentam sazonalidades e variações na demanda. Pense no setor de turismo, por exemplo, onde a demanda por trabalhadores pode variar enormemente de acordo com a estação do ano ou eventos específicos. Ou ainda no setor de serviços, que muitas vezes precisa ajustar suas equipes de acordo com o fluxo de clientes.

É nesses momentos que o trabalho intermitente se mostra uma ferramenta valiosa, permitindo que as empresas se adaptem rapidamente às mudanças, sem a necessidade de demissões em massa ou de sobrecarregar a equipe fixa.

A Experiência Internacional: Um Modelo Testado e Aprovado

Se olharmos para fora do Brasil, veremos que o trabalho intermitente já é uma realidade consolidada em vários países da Europa, Oceania, Estados Unidos, entre outros. Esses países já compreenderam há tempos os benefícios desse modelo para a geração de empregos, especialmente em setores como o comércio e serviços.

Na minha opinião, o fato de esse modelo já ser adotado em países desenvolvidos e com mercados de trabalho complexos só reforça a validade do trabalho intermitente como uma alternativa viável para o Brasil. Claro, é necessário que haja uma regulamentação adequada e garantias para que o trabalhador não fique desprotegido, mas acredito que, com o tempo, podemos encontrar esse equilíbrio.

Confiança no STF: Um Passo para a Consolidação do Trabalho Intermitente

A Abrasel está confiante de que o STF reconhecerá a relevância do trabalho intermitente e votará a favor da sua manutenção. E, sinceramente, eu compartilho dessa confiança. Estamos falando de um modelo que tem um papel essencial na geração de emprego e renda, além de proporcionar uma flexibilidade que é cada vez mais necessária no mercado de trabalho atual.

Acredito que, ao permitir a continuidade do trabalho intermitente, estaremos dando um passo importante para a modernização das relações de trabalho no Brasil. Afinal, o mundo mudou, e as formas de trabalho também precisam acompanhar essa mudança.

O Futuro do Trabalho Intermitente no Brasil

O que me deixa mais otimista é pensar no potencial de crescimento do trabalho intermitente nos próximos anos. Se hoje já estamos vendo resultados positivos, imaginem o que podemos alcançar com uma regulamentação mais sólida e com a consolidação desse modelo como uma opção viável e segura tanto para trabalhadores quanto para empregadores.

Vejo um futuro em que o trabalho intermitente pode se tornar uma das principais formas de contratação no Brasil, especialmente em setores que demandam flexibilidade e que enfrentam variações constantes na demanda. E, mais do que isso, vejo esse modelo como uma oportunidade para que mais pessoas possam ingressar no mercado de trabalho, de uma forma que faça sentido para suas realidades e necessidades.

Claro, ainda há desafios a serem superados. A insegurança jurídica que ainda cerca o trabalho intermitente é um deles, e é justamente por isso que a decisão do STF é tão importante. Mas, com a decisão correta e com a continuidade desse modelo, acredito que podemos construir um mercado de trabalho mais inclusivo, dinâmico e adaptado às necessidades do século XXI.

Conclusão: Um Modelo que Merece Nosso Apoio

Ao longo desse texto, procurei trazer uma visão otimista e realista sobre o trabalho intermitente. Não tenho dúvidas de que esse modelo pode ser uma ferramenta poderosa para a geração de empregos no Brasil, especialmente em tempos de incerteza econômica.

A defesa da Abrasel é, na minha opinião, um reflexo do que muitas empresas e trabalhadores já perceberam: o trabalho intermitente não é apenas uma alternativa, mas uma necessidade em um mercado de trabalho que exige cada vez mais flexibilidade e adaptabilidade.

Portanto, espero que o STF tome uma decisão que leve em consideração todos esses aspectos e que permita a continuidade e o crescimento do trabalho intermitente no Brasil. Afinal, quando falamos de emprego, cada oportunidade conta, e o trabalho intermitente tem mostrado que pode ser uma grande aliada na construção de um futuro melhor para todos.

Se você, assim como eu, acredita que o trabalho intermitente merece uma chance de se consolidar como uma alternativa viável no mercado de trabalho brasileiro, vale a pena acompanhar de perto essa decisão do STF. Ela pode ser um divisor de águas para o futuro das relações de trabalho no país.

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