Médicos com CNPJ contam com a tecnologia para cuidar da saúde financeira de suas carreiras e consultórios.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nesta terça-feira (15) um levantamento que mostra que o Brasil quase duplicou o número de médicos nos últimos 14 anos, passando de 304 mil, em 2010, para cerca de 576 mil, em 2024. Os dados fazem parte do estudo Demografia Médica no Brasil.
Em números absolutos, São Paulo registra a maior quantidade de médicos do país: 166 mil profissionais. Em seguida, aparecem Minas Gerais (72 mil), Rio de Janeiro (70 mil), Rio Grande do Sul (37 mil) e o Paraná, com mais de 37 mil profissionais, ocupando a quinta colocação entre os estados.
Atualmente, a maioria dos médicos é contratada para prestar serviços como pessoa jurídica (PJ), o que é especialmente comum entre aqueles que acabam de concluir uma graduação ou residência. Dificilmente uma contratação no regime CLT é vantajosa para o médico do ponto de vista financeiro, assim como para o empregador que o contrata. Para exercer a profissão de prestador de serviços, o médico precisa abrir uma empresa e obter um CNPJ.
Além do perfil que abre empresa devido ao modelo de contratação, também há o perfil de médicos empreendedores, isto é, que optam por abrir suas próprias clínicas. Sobre isso, uma pesquisa do Sebrae revelou que 60% das clínicas médicas fecham em até cinco anos, sendo a má gestão responsável por 54% dos casos. Esses dados demonstram que, embora muitos médicos se destaquem na prática clínica, eles enfrentam desafios ao lidar com questões administrativas e gerenciais, o que muitas vezes resulta no encerramento precoce de seus negócios.
Segundo Marlon Freitas, co-fundador da Agilize Contabilidade Online, que atende muitos médicos em todo o Brasil, a contabilidade online pode ser uma aliada fundamental para esses profissionais. “Com o suporte adequado, eles podem se dedicar mais à prática clínica e se preocupar menos com a parte burocrática do negócio”, explica Freitas.
“A contabilidade online se torna uma opção importante porque oferece todo o suporte necessário para que o profissional da saúde exerça a medicina sem precisar se preocupar com prazos para pagamento de impostos”, exemplifica.
Para os médicos, a abertura de empresa ocorre normalmente para a prestação de serviços classificados na CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) 8630-5/03: atividade médica ambulatorial restrita a consultas. No entanto, há outras opções que podem ser discutidas com o contador no momento da criação do negócio.
Por ser uma categoria regulamentada e uma profissão de atuação intelectual, a atividade médica não se enquadra nas modalidades de MEI (Microempreendedor Individual) ou EI (Empresário Individual). Os enquadramentos indicados para médicos, no caso de haver apenas um sócio, são a EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) ou a Sociedade Unipessoal Limitada (SLU). Além disso, quando há mais de um sócio, muitos profissionais preferem se organizar e abrir uma empresa única, na modalidade de Sociedade Limitada (LTDA).
De acordo com Marlon, independentemente do tipo de empresa e da especialidade médica, as vantagens de um médico possuir CNPJ são extremamente reconhecidas. “Cada vez mais, os profissionais liberais compreendem a importância de cuidar de suas carreiras como negócios, com muita atenção às finanças. Seja para aumentar a lucratividade, seja para evitar que a burocracia sobrecarregue com atividades não relacionadas à sua especialidade, mas que se tornem obrigatórias para o cumprimento das exigências legais”, afirma.
O perfil empreendedor do médico
Assim como qualquer outro profissional liberal, o médico que decide abrir um CNPJ deve ter visão de mercado e criatividade para identificar oportunidades e conceber soluções inovadoras no setor de saúde.
O campo da saúde está em constante evolução, com novas tecnologias, regulamentações e descobertas científicas surgindo a todo momento. “Um médico empreendedor precisa ser adaptável e flexível o suficiente para se ajustar a essas mudanças e responder rapidamente às demandas do mercado. Ele deve estar aberto para aprender novas habilidades, explorar novas oportunidades e ajustar suas estratégias conforme necessário”, destaca Freitas.
Além disso, o médico empreendedor deve possuir características comuns a todos que empreendem, como resiliência e determinação. “Empreender na carreira médica exige resiliência para lidar com os altos e baixos do empreendedorismo. O médico empreendedor está disposto a enfrentar obstáculos e perseverar diante das dificuldades, mantendo o foco em seus objetivos de longo prazo”, aconselha Freitas.
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