No último embate entre Botafogo e São Paulo no Campeonato Brasileiro, os torcedores não presenciaram um festival de gols, mas sim uma atuação sólida das defesas de ambas as equipes. O placar final de 0 a 0 refletiu a intensa batalha tática travada no gramado, onde o Botafogo manteve sua impressionante sequência de não sofrer gols, chegando a 12 jogos sem ser vazado na competição. Essa organização defensiva notável tem sido a pedra angular do sucesso do time alvinegro neste Brasileirão, permitindo-lhes negociar empates quando jogam fora de casa.
Um dos aspectos mais destacados desse confronto foi a intensidade na marcação alta implementada pelo Botafogo. A equipe pressionou o São Paulo desde o início, dificultando a progressão da bola e o desenvolvimento de jogadas por parte dos tricolores. Embora a partida tenha carecido de brilho do ponto de vista técnico, com poucas jogadas inspiradas pelos jogadores de frente, o Botafogo ainda criou duas boas oportunidades de gol, ambas desperdiçadas por Eduardo e Janderson.
Bruno Lage, técnico do Botafogo, parece ter apreciado o que viu no segundo tempo da vitória sobre o Internacional, optando por escalar a mesma formação que dominou os gaúchos no jogo anterior. As mudanças incluíram as entradas de Luis Henrique e Janderson nos lugares de Gustavo Sauer e Lucas Fernandes. Essas mudanças táticas resultaram em Victor Sá sendo deslocado para a ponta direita e Eduardo abandonando a função de falso nove para atuar como meia de criação. Marçal também retornou à lateral esquerda após cumprir suspensão automática. Além disso, Diego Costa foi relacionado pela primeira vez e começou no banco de reservas.
O embate entre o sexto melhor mandante, o São Paulo, e o melhor visitante do campeonato, o Botafogo, prometia ser um duelo interessante. Apesar da campanha irregular no Brasileirão, o São Paulo se mostrou uma equipe forte em casa, com 22 dos 27 pontos conquistados no primeiro turno sendo obtidos no Morumbi. Por sua vez, o Botafogo, que tem sido avassalador no Nilton Santos, se tornou um visitante indesejado para seus adversários, com um impressionante aproveitamento de 63% fora de casa, acumulando cinco vitórias, dois empates e duas derrotas na primeira metade da temporada.
Primeiro Tempo: Defesas Sólidas e Pouca Inspiração no Ataque
O primeiro tempo deste confronto foi caracterizado por defesas sólidas e dificuldades no ataque para ambas as equipes. O São Paulo, após um confronto cansativo com o Corinthians na Copa do Brasil, optou por escalar uma equipe alternativa no Campeonato Brasileiro. Apesar dos desfalques, jogadores importantes como James Rodríguez e Luciano estiveram em campo. O São Paulo começou a partida controlando o ritmo e mantendo a posse de bola, mas teve dificuldade em penetrar na sólida defesa do Botafogo. A principal opção de escape para o São Paulo foi Juan, que teve sucesso ao enfrentar Di Placido. Aos dez minutos de jogo, o goleiro Perri do Botafogo cresceu diante do atacante tricolor, evitando uma boa chance de gol.
O Botafogo, por sua vez, enfrentou dificuldades para estabelecer seu jogo pelas laterais do campo e para avançar ao ataque. Victor Sá desempenhou bem seu papel tático ao auxiliar na marcação pelo lado direito, mas recebeu poucas vezes a bola em progressão no campo de ataque. Luis Henrique teve oportunidades para criar jogadas, mas pareceu disperso e não conseguiu dar sequência às investidas. Janderson, por outro lado, demonstrou boa movimentação e leitura de jogo. Aos 30 minutos, em uma das melhores chances do Botafogo na primeira etapa, o centroavante recuperou a bola no campo de ataque, aguardou a movimentação de Eduardo e ofereceu um passe brilhante que deixou o meia cara a cara com o gol. Infelizmente, Eduardo chutou para fora.
A pressão alta exercida pelo sistema defensivo do Botafogo mostrou-se a melhor alternativa para a construção ofensiva da equipe. O time conseguiu provocar erros e recuperar a bola no campo de ataque, mas falhou na hora de concluir as jogadas. Apesar do jogo aberto e da disponibilidade de espaço para transições em alta velocidade, o Botafogo não conseguiu finalizar com sucesso em direção ao gol de Jandrei. No primeiro tempo, foram apenas quatro finalizações, nenhuma delas em direção ao gol. Além disso, Marçal sentiu problemas físicos e foi substituído por Hugo aos 42 minutos.
Segundo Tempo: Botafogo Mais Perigoso e Defesa Firme
Sem alterações no intervalo, o Botafogo retornou ao campo com a missão de manter a intensidade na pressão defensiva e ser mais incisivo nos contra-ataques. O cenário da partida permaneceu com o São Paulo mantendo mais de 70% de posse de bola, porém sem conseguir ser eficaz na verticalização do jogo. Foi o Botafogo quem teve a primeira grande oportunidade no segundo tempo, mas novamente falhou na finalização. Aos cinco minutos, após um lançamento longo de Perri, Janderson se impôs fisicamente, venceu a disputa com o zagueiro e finalizou para fora.
Enquanto os torcedores do São Paulo clamavam por um time mais ofensivo em busca da vitória, o Botafogo soube aproveitar a desorganização resultante dessa urgência e se mostrou mais perigoso no segundo tempo. Em apenas 20 minutos, o Botafogo superou o número de finalizações da primeira etapa, embora ainda sofresse com a falta de precisão nas finalizações. Para manter a intensidade, o técnico Lage fez alterações na equipe. Di Placido, já com um cartão amarelo, foi substituído por JP, e Luis Henrique deu lugar a Matías Segovia. Posteriormente, Victor Sá e Janderson saíram para as entradas de Júnior Santos e Diego Costa.
Essas mudanças táticas resultaram em Segovia atuando pelo lado direito e Júnior Santos pela esquerda. Diego entrou em campo para manter a pressão sobre a defesa adversária, mas ainda não estava com o condicionamento físico ideal para realizar a mesma função que Janderson. O Botafogo conseguiu aumentar seu tempo de posse de bola como uma estratégia para aliviar a pressão sobre sua defesa. Na reta final do jogo, o São Paulo tentou pressionar com muitos jogadores na última linha de defesa do Botafogo, mas frequentemente se viu em impedimentos. Quando exigido, Perri se destacou, garantindo o empate em 0 a 0.
Conclusão: Botafogo Mantém sua Sólida Defesa e Soma Pontos
A partida entre Botafogo e São Paulo pode não ter sido uma festa de gols, mas ofereceu uma visão clara das qualidades defensivas de ambas as equipes. O Botafogo, com sua impressionante sequência de jogos sem sofrer gols, demonstrou que a força defensiva é a base de seu sucesso no Brasileirão. A equipe tem confiado nessa organização defensiva para conquistar pontos valiosos quando atua fora de casa.
Embora o jogo tenha sido marcado por defesas sólidas, o Botafogo mostrou períodos de intensidade na marcação alta que lhe permitiram criar oportunidades de contra-ataque. Infelizmente, a falta de eficácia nas finalizações e algumas decisões erradas no ataque impediram que o time conquistasse a vitória.
No geral, o Botafogo continua a somar pontos no Campeonato Brasileiro, mantendo-se uma equipe competitiva graças à sua sólida defesa. À medida que a temporada avança, será interessante ver como a equipe evolui e se ajusta para garantir resultados ainda melhores nos jogos futuros. A defesa sólida é um trunfo valioso, e o Botafogo continuará confiando nela enquanto busca alcançar suas ambições no Brasileirão.