O avanço da tecnologia tem sido uma força imparável em nossa sociedade moderna, permeando todas as esferas de nossa vida. No entanto, uma área que por muito tempo permaneceu relativamente imune a essas mudanças é o campo do direito. Historicamente, a advocacia foi vista como uma profissão intrinsecamente ligada ao conhecimento jurídico e à experiência humana. No entanto, Pedro Vicentini, cofundador da Invenis, nos lembra que esta visão está rapidamente se tornando obsoleta.
Em um mundo onde novas ferramentas tecnológicas surgem quase diariamente, o setor jurídico não está imune ao impacto da transformação digital. A pandemia de COVID-19, que forçou escritórios de advocacia e tribunais a adotarem soluções tecnológicas para manter suas operações, acelerou ainda mais esse processo de digitalização.
Uma das mudanças mais visíveis e significativas no cenário jurídico é a adoção de soluções tecnológicas para auxiliar em tarefas cotidianas. O debate sobre se a tecnologia é uma aliada ou uma inimiga do profissional do direito já está ultrapassado. A realidade é que a tecnologia está se tornando uma parceira indispensável, eliminando tarefas repetitivas e liberando tempo para tarefas que exigem o conhecimento jurídico e o julgamento humano.
Um exemplo notável dessa mudança é o acompanhamento de ações judiciais. Antes, os profissionais da área precisavam gastar tempo significativo acessando manualmente os sites dos tribunais para verificar se havia atualizações em processos específicos. Hoje, plataformas automatizadas fazem esse trabalho de forma eficiente, permitindo que os advogados otimizem seu tempo para atividades mais estratégicas.
No entanto, o impacto da tecnologia no campo jurídico está apenas começando. A inteligência artificial (IA), que tem sido um tópico amplamente discutido e popular nos últimos anos, promete transformar ainda mais a advocacia. Embora possa parecer inicialmente preocupante, a IA não é o prelúdio de um cenário apocalíptico para os advogados. Pelo contrário, ela oferece a oportunidade de trabalhar de maneira mais eficiente e, portanto, buscar resultados mais precisos.
A IA pode realizar análises de grandes volumes de dados em questão de segundos, algo que seria humanamente impossível. Isso pode ser particularmente útil em casos complexos que envolvem vastas quantidades de informações. Além disso, a IA pode ser usada para prever resultados legais com base em dados históricos, fornecendo aos advogados uma visão valiosa sobre o possível desfecho de um caso.
Essa revolução tecnológica está levando o setor jurídico a uma mudança fundamental em relação às habilidades valorizadas. Mais do que nunca, as habilidades interpessoais e a capacidade de compreender as necessidades dos clientes estão se tornando essenciais. Os advogados não estão mais sendo avaliados apenas por sua habilidade de memorizar leis, mas também por sua capacidade de se comunicar, resolver conflitos e fornecer orientação personalizada aos clientes.
É importante notar que essa transformação não é um evento pontual, mas sim um processo contínuo e constante. O setor jurídico está apenas arranhando a superfície do que a tecnologia pode oferecer. À medida que novas inovações surgem, é essencial que os profissionais do direito estejam dispostos a abraçá-las e a adaptar suas práticas para tirar o máximo proveito delas.
A transformação digital está redefinindo o cenário jurídico de maneiras que antes eram impensáveis. Os advogados que abraçam a tecnologia têm a oportunidade de se destacar, oferecendo um serviço mais eficiente e eficaz a seus clientes. O futuro da advocacia não é sombrio; é empolgante, com a promessa de uma colaboração harmoniosa entre a mente humana e a inteligência artificial para alcançar resultados legais cada vez melhores. Portanto, é hora de deixar para trás a resistência à tecnologia e abraçar a era digital no mundo jurídico.