Por Rafael Ramos
Ética, Transparência e Benefícios Sociais são os Pilares da Nova Fronteira da Inteligência Artificial
O segundo painel da sexta edição do evento Shell Talks reuniu especialistas em uma discussão aprofundada sobre um dos tópicos mais quentes e relevantes dos últimos tempos: a inteligência artificial (IA). Com a participação de renomados profissionais, o debate abordou a ética, transparência e os benefícios da IA para a sociedade. O evento contou com Mohamed Sidahmed, Gerente do Hub de Tecnologia Digital/P&D da Shell Brasil; Mohammad Zia, Gerente de Tecnologias Emergentes e Políticas Públicas da Meta; Alexandre Viana de Miranda, Líder de Operações de Contas para Dados e IA da Microsoft, e Paulo Ivson, Professor do Departamento de Informática da PUC-Rio. A moderação ficou a cargo de Ronaldo Lemos, um advogado especializado em tecnologia.
Com o objetivo de explorar as inúmeras oportunidades oferecidas pela inteligência artificial para o desenvolvimento do conhecimento e a inovação, Mohamed Sidahmed, da Shell, enfatizou o papel estratégico da IA na empresa. “Estamos testemunhando uma das maiores revoluções graças à inteligência artificial. A Shell, sendo uma empresa inovadora, incorporou a IA como um pilar fundamental para transformar não apenas suas operações existentes, mas também para conceber novos modelos de negócios para o futuro. Isso inclui a redução de custos, otimização de tempo e diminuição da pegada de carbono na produção de energia”, explicou Sidahmed. “Com essa tecnologia, estamos avançando em direção à nossa meta de emissões zero e calculando com precisão nossa pegada de carbono”, acrescentou.
A redução do tempo gasto em tarefas rotineiras é um dos principais benefícios apontados pelos especialistas quando se trata de IA. “O impacto da IA varia dependendo de onde ela é implementada. Por exemplo, um arquiteto pode usar a IA para buscar inspiração e esquemas de cores, enquanto um escritor pode utilizá-la para pesquisa e revisão. No entanto, na área da medicina, a IA pode desempenhar um papel crucial na detecção precoce de doenças, permitindo que os médicos iniciem tratamentos mais rapidamente, acelerando o processo de cura. Advogados também podem se beneficiar da IA para análise de documentos e identificação de problemas”, comentou Mohammad Zia, da Meta.
Embora os benefícios da inteligência artificial sejam compreensíveis, a ética da IA é um aspecto que mantém especialistas e a sociedade como um todo alertas para garantir que a IA seja uma ferramenta genuinamente benéfica para a evolução da humanidade. Para a Microsoft, a ética é uma prioridade absoluta. “A ética da IA é nossa prioridade número 1. Ela guia nossa capacidade de fazer negócios. Temos conselhos internos dedicados exclusivamente a esse tema, e estamos constantemente avaliando que tipo de dados estão sendo usados, se estamos seguindo os processos corretos e, mais importante ainda, como nossos clientes estão usando essa ferramenta. Isso é fundamental para nós. Quando se trata de IA, é essencial conduzir discussões sobre ética e considerar todos os possíveis vieses”, explicou Alexandre Viana de Miranda.
Paulo Ivson, professor da PUC-Rio, destacou a importância da transparência no desenvolvimento e uso da IA. “O mais importante é examinar os processos e criar um ambiente aberto que permita uma supervisão transparente. Isso nos permite avaliar se os resultados estão dentro dos parâmetros éticos”, comentou.
Embora o futuro da IA permaneça incerto, os especialistas são otimistas em relação à sua capacidade de se tornar mais do que uma simples ferramenta tecnológica. “Acredito que o futuro nos trará uma relação mais colaborativa com a IA, tornando-a um assistente verdadeiramente útil para resolver grandes questões”, comentou Mohamed da Meta.
“O que eu gostaria de ver é uma maior sinergia entre máquinas e seres humanos para nos ajudar a resolver problemas que atualmente representam desafios, como as mudanças climáticas, desigualdades sociais e o desenvolvimento de novos medicamentos para doenças emergentes. Essas são as novas fronteiras em que a IA pode nos ajudar a encontrar respostas”, acrescentou o professor Paulo Ivson.
O Shell Talks continua até o dia 1º de setembro com mais dois painéis, que podem ser acompanhados ao vivo no site da Shell Brasil.
Dia 01/09:
Painel 3 – 9h30 às 11h Diversidade, Equidade e Inclusão: Uma Visão Compartilhada Painelistas:
- Mauricio Santos, Gerente de Relações com Empregados e com a Indústria da Shell Brasil
- Wilson Marcondes, Diretor de Tecnologia e Cloud / Sponsor do Color Brave, pilar de raça do programa de DE&I da Accenture do Brasil
- Regina Silvestre, Gerente Sênior de Cultura e D&I da Vivo Moderadora: Ana Lucia Melo, Diretora-Adjunta do Instituto Ethos
Painel 4 – 14h às 15h30 A Energia da Cultura Impulsionando o Desenvolvimento Painelistas:
- Jader Rosa, Superintendente Itaú Cultural
- Isabel de Paula, Coordenadora de Cultura da UNESCO no Brasil
- Andrea Santos Guimarães, Diretora de Desenvolvimento Econômico do Ministério da Cultura
- Vilma Lustosa, Diretora de Comunicação, Marketing e Institucional do Festival do Rio Moderadora: Leila Sterenberg, Jornalista
Com 110 anos de presença no país, a Shell é uma empresa de energia integrada com atuação em diversos segmentos, incluindo Upstream, Novo Mercado de Gás Natural, Trading, Pesquisa & Desenvolvimento e Energias Renováveis. Além disso, a Shell Energy Brasil gerencia a distribuição de combustíveis, e a joint-venture Raízen adquiriu recentemente o negócio de lubrificantes da Shell Brasil. A empresa trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder aos desafios do futuro da energia.