Recidiva em Câncer de Mama: Uma Realidade com Tratamento

O Retorno do Câncer: A Realidade de Preta Gil e Outras Mulheres

Recentemente, a cantora Preta Gil surpreendeu seus fãs com a notícia de que seu câncer havia retornado. A revelação trouxe à tona uma questão importante: a recidiva do câncer, que pode afetar não apenas a artista, mas muitas mulheres que enfrentam o câncer de mama. Este tema é fundamental, pois embora o tratamento inicial possa ser bem-sucedido, a possibilidade de recidiva é uma realidade com a qual muitas precisam lidar.

O diagnóstico de Preta Gil, que inicialmente lidou com um tumor no intestino em 2023, evoluiu para uma situação mais complexa. Após uma cirurgia e um tratamento de reconstrução do trato intestinal, a notícia de que o câncer havia retornado, com metástases e linfonodos comprometidos, chocou a todos. Assim como ela, mulheres com câncer de mama também enfrentam o risco de recidiva após o tratamento. “Cada tumor, de mama, pulmão, gastrointestinal, tem perfil diferente. Mas é importante que as pacientes com histórico de câncer de mama, o mais frequente entre as brasileiras, saibam que a possibilidade de recidiva também existe e é maior nos casos de tumores mais agressivos e com o estadiamento mais avançado da doença”, explica o mastologista André Mattar, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Entendendo a Recidiva: Fatores e Tipos de Tumores

O câncer de mama pode voltar e a probabilidade de recidiva depende de vários fatores, incluindo o subtipo do tumor e o estágio da doença. A recidiva pode ocorrer no mesmo local, na região adjacente ou em outros órgãos. André Mattar detalha que, após o diagnóstico, são avaliados diversos fatores como o subtipo tumoral e o comprometimento dos linfonodos. O estadiamento da doença também é crucial; varia de zero (tumor in situ) até IV (o mais avançado).

Os subtipos de câncer de mama são diversos, e cada um deles tem suas particularidades em relação ao tratamento e ao risco de recidiva. Mattar distingue três principais subtipos:

  • Luminais: Estes tumores têm forte expressão de receptores de estrogênio e progesterona e representam cerca de 70% dos casos. O tratamento geralmente começa com cirurgia, seguido de quimioterapia, radioterapia e terapia hormonal com medicamentos como tamoxifeno e anastrozol.
  • HER2 Positivos: Representam aproximadamente 17% dos casos e são tratados com medicamentos específicos como trastuzumabe e pertuzumabe.
  • Triplo-Negativos: Representam cerca de 13% dos casos e são conhecidos por serem mais agressivos, frequentemente tratados com imunoterapia.

Os tumores luminais, que são os mais comuns, possuem uma chance maior de recidiva. “Neste subtipo, há o risco de volta durante toda a vida da paciente”, afirma Mattar. O tratamento anti-hormonal, que anteriormente era feito por cinco anos, agora pode ser estendido para até dez anos, dependendo do risco individual.

A Recidiva Sistêmica: Metástases e Seus Riscos

A recidiva sistêmica, ou metástase, ocorre quando o câncer que estava originalmente na mama retorna em outros órgãos, como fígado, pulmão e outros locais. Essa forma de recidiva é mais comum em subtipos agressivos como os HER2 e triplo-negativos. Mattar destaca que os maiores riscos de recidiva para esses tipos são observados nos primeiros dois anos após o tratamento, mas a probabilidade diminui com o tempo. Se não houver recidiva nos primeiros cinco anos, a chance de retorno é extremamente baixa.

A Importância do Acompanhamento Pós-Tratamento

O acompanhamento regular é crucial para a detecção precoce de qualquer sinal de recidiva. Independentemente do subtipo do tumor, o monitoramento das pacientes é realizado durante cinco anos após o tratamento inicial. Isso inclui exames físicos completos, mamografias e, ocasionalmente, ultrassons. Mattar enfatiza que exames adicionais, como PET-Scan e tomografias, não são necessários a menos que haja sintomas. “Estudos demonstram que os exames de rotina são suficientes e exames feitos de forma aleatória não fazem sentido, ainda mais por provocarem ansiedade e estresse”, reforça.

A avaliação periódica das pacientes é essencial para prolongar, com qualidade, a vida após o tratamento do câncer de mama. “A recidiva é um risco real e a preocupação do especialista é prolongar, com qualidade, a vida da paciente”, conclui André Mattar.

Reflexão Final: Uma Jornada de Esperança e Vigilância

A recidiva do câncer é um aspecto desafiador, mas é importante lembrar que o tratamento continua evoluindo e a detecção precoce pode fazer uma grande diferença. A experiência de figuras públicas como Preta Gil ajuda a aumentar a conscientização e oferece uma perspectiva sobre a realidade enfrentada por muitas pessoas. O acompanhamento regular e a vigilância são fundamentais para lidar com a recidiva e garantir que as pacientes tenham a melhor chance possível de uma vida saudável e longa.

Se você deseja saber mais sobre a recidiva em câncer de mama e como lidar com essa condição, sugiro conferir o artigo completo no Master Maverick. A informação é uma ferramenta poderosa e, juntos, podemos enfrentar os desafios do câncer com coragem e esperança.

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