Homenagem aos Pais das Vítimas de Brumadinho: 5 Anos e 7 Meses da Tragédia-Crime

Ato de 5 anos e 7 meses da tragédia-crime da Vale em Brumadinho – Foto: Projeto Joias Presentes

Lembrança e Justiça: O 65º Ato da AVABRUM

No início da tarde de ontem, 25 de agosto, marcamos mais um triste aniversário do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. Foram 5 anos e 7 meses desde aquela tragédia-crime que abalou não apenas uma cidade, mas todo o país. A AVABRUM (Associação dos Familiares e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão – Brumadinho) promoveu o seu 65º ato mensal, uma jornada de memória e luta por justiça.

Uma Cerimônia Carregada de Emoção

O evento desta vez teve um foco especial: prestar homenagem aos pais das vítimas. Esses pais, que tiveram suas vidas irreparavelmente alteradas, mereciam um tributo especial. E foi com uma cerimônia comovente que a AVABRUM reconheceu o sofrimento desses pais, bem como das mães que assumiram papéis de pais após a tragédia. A atmosfera era carregada de emoção, enquanto todos se reuniam para lembrar e honrar cada uma das 272 vidas perdidas.

Um dos momentos mais tocantes da cerimônia foi a entrega de medalhas de honra ao mérito. A música “Honrar Teu Nome”, da banda CPM 22, serviu como trilha sonora para essa homenagem. A música, escrita por um filho que perdeu o pai, teve um impacto profundo em todos presentes. Edi Tavares Pinto, que perdeu seu marido Nilson Dilermando Pinto na tragédia, comentou sobre o poder da canção em sua vida. “Essa música me marcou muito. Quando meu marido faleceu na tragédia em 2019, eu tinha um filho de 21 anos, e essa música ele ouvia pelo menos dez vezes por dia. Ela significa muito para mim e para todos nós. Como diz a música: ‘Que eles descansem em paz, que nós honraremos’”, disse Edi, com um misto de dor e força.

O Minuto de Silêncio e a Soltura dos Balões

Às 12h28, o horário exato em que a barragem rompeu, os familiares formaram um círculo na rodovia. Com as mãos dadas, todos participaram de um minuto de silêncio, um ato simples mas profundamente significativo. Em seguida, 272 balões brancos foram soltos, cada um representando uma vida perdida naquele dia trágico. A leitura dos nomes das vítimas trouxe um lamento coletivo, com gritos de “presente” para os que foram encontrados e “ausente” para aqueles que ainda estão desaparecidos.

A Presença do Instituto Camila e Luiz Taliberti

Helena Taliberti, que perdeu cinco membros de sua família na tragédia, também esteve presente no ato. Os filhos dela, Camila e Luiz Taliberti, ambos em seus 30 e poucos anos, a nora Fernanda Damian, grávida de cinco meses, e o ex-marido Adriano da Silva e sua esposa Maria Lourdes Bueno foram todos vitimados pelo colapso da barragem.

Após a tragédia, Helena, que vive em São Paulo, criou o Instituto Camila e Luiz Taliberti. Este instituto leva o nome de seus filhos e é dedicado à busca por justiça e à proteção do meio ambiente. “A tragédia da Vale começou no dia 25 de janeiro de 2019, mas ela dura até hoje. Nós não vamos parar de lutar por justiça. Tentaram nos enterrar, mas não sabiam que éramos sementes”, afirmou Helena, ao lado do marido Vagner Diniz. Suas palavras carregam um sentimento de resistência e esperança, refletindo a força necessária para continuar a luta após tamanha perda.

O Processo Criminal e os Desafios Jurídicos

Em meio a toda essa dor, a luta por justiça continua no campo jurídico. Maria Regina, mãe de Priscila Elen, uma das vítimas que trabalhava na Vale, falou sobre o processo criminal em andamento. A AVABRUM recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a suspensão do prazo para defesa dos engenheiros da empresa alemã Tüv Süd, Makoto Namba, André Jum Yassuda e Marlísio Oliveira Cecílio Júnior, acusados pelas mortes no rompimento da barragem.

Recentemente, o STJ estendeu o benefício de suspensão para todos os réus, paralisando o processo até uma nova decisão. Essa decisão ainda não tem uma data definida para ocorrer, o que deixa as famílias em um limbo jurídico. A AVABRUM está tentando acelerar a resolução desse impasse, buscando justiça e responsabilidade para aqueles que contribuíram para a tragédia.

A luta dos familiares das vítimas é uma constante busca por verdade e reparação. Cada ato realizado é uma lembrança de que a dor ainda persiste e que a busca por justiça não pode parar. Cada ação, cada homenagem, é uma forma de manter viva a memória das vítimas e de pressionar por mudanças reais que possam evitar futuras tragédias.

A cada novo ato, a esperança se renova e a memória das vítimas continua a ser honrada, lembrando-nos da importância de não esquecer e de continuar a buscar justiça e segurança para todos.

Leave a Comment

Scroll to Top
Melhor Câmera de Segurança Wi-Fi Externa 360° à Prova D’água Como Escolher o Nobreak Ideal para Seu Portão Eletrônico Luxo e tecnologia: casas mais inteligentes e sustentáveis Como Fazer Sabão Caseiro de Forma Segura e Sustentável Coma chocolate na Páscoa sem culpa: veja as dicas! Férias de Julho: Evite Gastos Altos Sem Seguro Viagem Como transformar gerações em vantagem no trabalho Pratos e vinhos ideais para celebrar a Páscoa com sabor Construção sustentável ganha força no Brasil