Um novo jeito de conhecer os candidatos e suas propostas para a capital baiana
A partir do dia 9 de setembro, Salvador será palco de um evento inovador que promete conectar ainda mais os eleitores à sua cidade. As entrevistas com os candidatos à prefeitura da capital baiana serão realizadas com um cenário muito especial: a histórica Maquete de Salvador, um patrimônio tombado pelo município, com mais de 100m². Essa maquete será o cenário para as entrevistas no BATV, o telejornal de maior audiência da Bahia. O projeto foi batizado de “Salvador na Palma da Mão”, um nome que, para mim, reflete perfeitamente o sentimento de proximidade e imersão que a iniciativa propõe. O que poderia ser mais simbólico do que ter a cidade, em miniatura, servindo de palco para que seus possíveis governantes apresentem suas ideias e planos?
Salvador na Palma da Mão: Uma Conexão Direta com a Cidade
A ideia por trás desse projeto é simplesmente genial. Eu vejo essa iniciativa como uma forma poderosa de aproximar o eleitor da realidade urbana de Salvador. Não é apenas uma entrevista tradicional com perguntas e respostas; é um diálogo que acontece tendo a cidade como testemunha e cenário. A Maquete de Salvador, tombada em 2020 e idealizada pelo arquiteto Assis Reis em 1973, representa a porção continental da capital com todos os seus bairros, vias e orla. O fato de a maquete estar em constante atualização, conforme Salvador se desenvolve, mostra que estamos lidando com algo vivo, em movimento, assim como a própria cidade.
Esse é um daqueles momentos em que a história e o futuro se encontram. E eu, como soteropolitano, fico feliz em ver que a cidade está sendo tratada com a importância que merece. Cada canto da maquete representa um pedaço da nossa Salvador, e ter essa riqueza de detalhes como pano de fundo para as entrevistas dá um peso ainda maior a tudo que será discutido pelos candidatos.
A Primeira Montagem Integral da Maquete: Um Símbolo de União
Um detalhe que não posso deixar de comentar é o fato de que essa será a primeira vez que a Maquete de Salvador será montada em sua totalidade. Antes disso, por conta do tamanho e das limitações logísticas, ela nunca havia sido exibida por completo. Agora, com a ajuda dos arquitetos da Fundação Mário Leal Ferreira, foram reunidas todas as 109 placas que compõem esse patrimônio. A ideia de ver a cidade inteira, representada de forma tão meticulosa, me emociona. É como se, finalmente, todas as peças que formam a nossa capital estivessem unidas em um só lugar, prontas para serem vistas e analisadas. Isso também reflete o que Salvador é: uma cidade plural, cheia de desafios, mas também cheia de oportunidades.
Cada candidato terá a chance de ver a cidade de uma forma ampla, como um todo, algo que, a meu ver, é essencial para quem pretende governá-la. Governar Salvador não é tarefa fácil, e a maquete em sua totalidade, com sua diversidade de bairros e paisagens, reflete bem a complexidade da missão.
As Entrevistas: Uma Visão dos Candidatos à Luz da Cidade
Entre os dias 9 e 16 de setembro, as entrevistas serão exibidas no BATV, e a ordem de apresentação foi definida a partir da pesquisa Quaest, contratada pela TV Bahia e divulgada no final de agosto. O primeiro a ser entrevistado será o atual prefeito e candidato à reeleição, Bruno Reis (União Brasil), no dia 9 de setembro. No dia seguinte, será a vez de Geraldo Júnior (MDB). Seguindo o cronograma, no dia 11, o candidato do PSOL, Kleber Rosa, terá a sua oportunidade de falar, seguido de Eslane Paixão (UP) no dia 12, Victor Marinho (PSTU) no dia 13 e, fechando o ciclo, Giovani Damico (PCB) no dia 16 de setembro.
Eu acho essa sequência interessante porque nos dá a chance de ouvir, com atenção, todas as propostas. Mais do que isso, vamos ver como cada um dos candidatos interage com o símbolo máximo da cidade — sua maquete. Isso, para mim, é uma inovação necessária, principalmente em tempos onde os eleitores precisam ver algo tangível, algo que os conecte diretamente à realidade local.
A Maquete: Um Patrimônio que Contém a História de Salvador
Agora, vamos falar um pouco mais sobre a maquete em si, que, para mim, é o verdadeiro protagonista dessa história. Fernando Teixeira, arquiteto da Fundação Mário Leal Ferreira, explicou em detalhes como essa obra foi construída e mantida ao longo dos anos. Eu não sou especialista em arquitetura, mas confesso que fiquei fascinado ao saber que a base de toda a maquete é uma placa de MDF fixada em uma estrutura de alumínio. O oceano, que circunda a nossa cidade, é representado por uma placa de acrílico texturizada pintada de azul. Já a topografia, com seus morros e baixadas, foi feita em lâminas de cortiça, cortadas conforme as curvas de nível da cidade.
É interessante ver como até os menores detalhes foram pensados com cuidado. As edificações, por exemplo, foram esculpidas em madeira balsa, enquanto o sistema viário e pátios de estacionamento foram feitos com lixa d’água preta. Sabe o que mais me impressionou? Eles até usaram arames e alfinetes para representar as pontes e estações de energia da cidade. Cada detalhe dessa maquete conta uma história, e isso, a meu ver, é algo que eleva o debate para outro patamar.
A maquete é atualizada constantemente com base na cartografia oficial do município (SICAD), que usa imagens aéreas e dados de infraestrutura recentes, como os novos trechos do metrô e o BRT. Isso significa que, além de um pedaço da história, estamos vendo uma Salvador em transformação, acompanhando as mudanças que afetam o nosso cotidiano. E é exatamente por isso que eu acho que essa maquete não poderia estar em um lugar melhor para essas entrevistas.
A Inovação do Projeto “Salvador na Palma da Mão”
Segundo Ana Luíza Carvalho, coordenadora do Núcleo Globo da Rede Bahia, esse projeto é algo totalmente novo na forma de conduzir entrevistas políticas. Eu concordo com ela. Foram oito meses de preparação e mais de 100 pessoas envolvidas para que esse projeto saísse do papel e fosse para a tela. Não se trata apenas de dar espaço para os candidatos falarem sobre suas propostas, mas de permitir que o eleitor se conecte com a cidade, que veja com seus próprios olhos como cada plano pode afetar as diferentes regiões de Salvador.
A cidade não é algo abstrato, e essa maquete deixa isso bem claro. Para mim, a grande sacada aqui é que o “Salvador na Palma da Mão” não só aproxima o eleitor dos candidatos, mas também dos próprios desafios urbanos da cidade. É um convite para que todos nós reflitamos sobre o futuro de Salvador de maneira mais consciente e informada.
Um Novo Formato de Entrevista Política
Uma coisa que sempre me incomodou nas entrevistas tradicionais é que, muitas vezes, parece que o candidato está falando de algo distante, desconectado da realidade das ruas. Mas com a Maquete de Salvador ali, diante dos olhos de todos, isso muda completamente. A cidade está presente, e não há como escapar disso. Os candidatos serão forçados a confrontar a realidade que está bem ali, em miniatura, diante deles. Isso, na minha opinião, traz mais verdade para o debate.
Outro ponto positivo é que esse formato estimula o eleitor a visualizar melhor como as propostas de cada candidato podem impactar a cidade. A maquete, de certa forma, serve como um lembrete constante de que cada decisão política terá um reflexo direto no espaço urbano, e, por consequência, na vida dos moradores de Salvador. É um novo modelo de entrevista política que, sinceramente, acredito que veio para ficar.
Uma Inovação que Conecta História, Política e Futuro
No fim das contas, o projeto “Salvador na Palma da Mão” é mais do que uma inovação televisiva. É uma forma de trazer a cidade para o centro do debate político. Para mim, esse tipo de iniciativa tem o poder de transformar a maneira como vemos e entendemos a política local. Estamos, literalmente, colocando Salvador na palma da mão — e isso nos dá a chance de enxergar nosso futuro com mais clareza.
Estou ansioso para assistir a essas entrevistas e ver como os candidatos vão se comportar nesse cenário tão emblemático. Salvador é uma cidade incrível, e ela merece ser tratada com o respeito e a atenção que esse projeto propõe. Espero que esse seja apenas o começo de uma nova forma de fazer política, uma política mais conectada com a realidade, mais próxima do que realmente importa: a nossa cidade e as pessoas que vivem nela.