A persistência do tabagismo no Brasil
Olha, quando a gente pensa em saúde pública, o combate ao fumo é um daqueles desafios que nunca saem de cena. Apesar de todos os esforços, campanhas e alertas, o tabagismo segue firme no Brasil e, para piorar, agora com um novo “vilão”: os cigarros eletrônicos, ou vapes, como são mais conhecidos. E sabe o que é pior? Mesmo sendo proibidos, os vapes não só chegaram ao país, como também conquistaram um público enorme em pouquíssimo tempo.
De acordo com o Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC), o número de usuários de cigarros eletrônicos no Brasil deu um salto impressionante, passando de 500 mil em 2018 para 2,2 milhões em 2022. O que mais me preocupa nessa história é a popularidade desses dispositivos entre adolescentes e até crianças. Estamos falando de um problema de saúde pública que parece estar ganhando uma nova cara, e não é uma cara bonita.
Os impactos do tabagismo na saúde
O tabagismo é uma das maiores ameaças à saúde que enfrentamos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) já o classificou como uma pandemia. Isso mesmo, pandemia! E não é para menos. Fumar pode causar uma série de problemas de saúde graves, afetando tanto o fumante quanto aqueles ao seu redor. É aí que entra a figura do fumante passivo, que também sofre com os efeitos nocivos do tabaco.
A doutora Sarah Sant’Anna, médica de família e comunidade da Unimed Cerrado, explica que o tabagismo pode ser praticado de várias maneiras: seja fumando (cigarro, charuto, cigarro de palha, cigarros eletrônicos, narguile), aspirando (rapé) ou até mascando (fumo de rolo). E, olha, não importa a forma, o impacto na saúde é sempre negativo.
Um inimigo silencioso
O tabagismo é uma causa direta de mais de 50 doenças, segundo a literatura médica. Isso inclui doenças cardiovasculares como hipertensão, infarto, angina e derrame. Além disso, o tabagismo é um grande responsável por mortes causadas por vários tipos de câncer: de pulmão, boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rim e bexiga, sem falar nos problemas respiratórios como bronquite crônica e enfisema pulmonar.
E não para por aí. Fumar diminui as defesas do corpo, deixando o fumante mais suscetível a doenças como gripe e tuberculose, além de aumentar o risco de impotência sexual. E eu pergunto: vale a pena colocar a própria saúde e a dos outros em risco?
A polêmica em torno dos vapes
Diante de todos esses riscos, parece óbvio que qualquer coisa relacionada ao tabaco deveria ser fortemente regulamentada, certo? Pois é, mas o Senado brasileiro está analisando a possibilidade de regulamentar o comércio de cigarros eletrônicos no país. Essa proposta já foi adiada quatro vezes e tem gerado bastante polêmica, com dezenas de entidades médicas se posicionando contra.
A verdade é que liberar o comércio de vapes vai na contramão da diretriz global de combate ao fumo. Estamos falando de um produto que, mesmo na ilegalidade, já conquistou milhões de adeptos. Imagine se fosse legalizado! O cenário seria desastroso para a saúde pública.
Um cenário preocupante
Os especialistas são categóricos ao afirmar que não há justificativa para estabelecer uma alíquota de tributação sobre um produto tão prejudicial à saúde. A nicotina, presente nos vapes, é altamente viciante, especialmente quando inalada pelos pulmões. Lidar com o vício não é fácil, e legalizar esses produtos só tornaria as coisas ainda mais complicadas.
A doutora Sarah Sant’Anna destaca que, embora existam métodos para ajudar as pessoas a parar de fumar, é essencial que qualquer tentativa de largar o vício seja acompanhada por um profissional de saúde. A seguir, vamos falar um pouco sobre essas alternativas.
Métodos de combate ao tabagismo
Para quem deseja parar de fumar, existem várias opções no mercado. Cada método tem suas particularidades e deve ser utilizado com orientação médica:
- Goma de mascar com nicotina: Essas pastilhas liberam pequenas doses de nicotina, ajudando a diminuir os sintomas da abstinência. É uma solução prática para quem precisa de algo discreto e fácil de usar no dia a dia.
- Skin patches: Adesivos que são colados à pele e liberam mais nicotina do que a goma de mascar. São uma boa opção para quem busca uma liberação constante e controlada da substância ao longo do dia.
- Spray nasal: Esse método libera menos nicotina que a goma e os adesivos, mas chega mais rápido ao sistema circulatório. Pode ser útil para quem precisa de alívio rápido dos sintomas de abstinência.
- Inalante: O inalante tem a mesma forma de um cigarro, o que ajuda a imitar o gesto mão-para-boca. No entanto, ele contém apenas 1/3 da nicotina de um cigarro comum, o que o torna uma opção menos prejudicial.
- Bupropiona: Um método sem nicotina, a bupropiona é uma droga antidepressiva que ajuda nas crises de abstinência. Esse é um recurso valioso para quem não quer continuar usando produtos à base de nicotina.
Mas, como bem ressalta a doutora Sarah, antes de aderir a qualquer um desses métodos, é fundamental consultar um profissional de saúde. O acompanhamento regular é crucial para garantir que o tratamento seja eficaz e seguro.
Reflexões finais
Vivemos em um mundo onde, infelizmente, o tabagismo ainda exerce um poder forte sobre milhões de pessoas. E agora, com a ascensão dos vapes, o desafio de combater essa prática só aumentou. Como alguém que acredita firmemente na importância de cuidar da saúde, não consigo enxergar com bons olhos a legalização dos cigarros eletrônicos.
Precisamos, mais do que nunca, reforçar as campanhas de conscientização, aumentar a fiscalização e oferecer suporte adequado para quem deseja parar de fumar. Afinal, a saúde é o nosso bem mais precioso, e não podemos permitir que hábitos nocivos como o tabagismo continuem a colocar isso em risco.
Se você, como eu, se preocupa com o futuro da saúde pública no Brasil, é hora de levantar a voz e apoiar as iniciativas que buscam proteger a população dos perigos do fumo. O caminho é longo, mas acredito que, juntos, podemos fazer a diferença.
Por mais que o combate ao fumo seja um desafio persistente, não podemos desanimar. O esforço vale a pena, e cada vitória, por menor que seja, é um passo importante rumo a um futuro mais saudável. Vamos continuar lutando por isso.
Se você quiser saber mais sobre temas de saúde e bem-estar, recomendo conferir outros artigos no Master Maverick. Informação é poder, e quanto mais soubermos, mais podemos fazer por nós mesmos e pelos outros.