Formação em Literaturas Indígenas Reúne Professores e Estudantes no Centro de Cultura de Porto Seguro

Divulgação
Realizado no Centro de Cultura de Porto Seguro, o evento recebeu professores da Educação Básica e estudantes do Ensino Superior

Um Mergulho na Diversidade das Literaturas Indígenas

A literatura, por si só, já é uma janela que nos permite ver o mundo sob diferentes prismas. Agora, imagine essa janela ampliada para as ricas e diversas culturas indígenas que habitam nosso país. Foi exatamente essa experiência que professores e estudantes tiveram a oportunidade de vivenciar no Centro de Cultura de Porto Seguro durante a 1ª Formação de Literaturas Indígenas, que aconteceu no dia 31 de agosto. Esse evento, organizado pela UFSB em parceria com o Festival Caju de Leitores, reuniu cerca de 60 participantes, entre professores da Educação Básica e alunos do Ensino Superior, em um dia repleto de palestras, atividades lúdicas e rodas de conversa.

Ao ouvir falar sobre essa formação, confesso que minha curiosidade foi imediatamente despertada. Como alguém que acredita no poder transformador da educação e das artes, vejo iniciativas como essa como essenciais para a construção de uma sociedade mais inclusiva e consciente de sua diversidade cultural. O simples fato de reunir pessoas em torno de um tema tão importante quanto as literaturas indígenas já me parece um grande passo em direção à valorização e ao respeito pelas culturas originárias.

O Papel Transformador da Educação

A formação, orientada pela coordenadora da Jornada, Gabriela Rodella, foi elaborada com um propósito claro: capacitar professores da Educação Básica, fornecendo-lhes não apenas conhecimento, mas também as ferramentas necessárias para lidar com a diversidade cultural nas escolas. E mais do que isso, o evento visa atender às exigências da lei 11.645/2008, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura indígena e afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio.

Gabriela Rodella, ao comentar sobre a importância do evento, disse algo que ressoa muito comigo: “Estamos muito felizes com a realização da I Jornada de Literaturas Indígenas da UFSB, porque temos a certeza de que ela foi um espaço de encontro, de trocas, de interação e, sobretudo, de encantamento.” Em um mundo tão rápido e, por vezes, desumanizado, espaços de troca e encantamento são verdadeiros oásis para a alma. Afirmo com convicção que esses encontros não apenas capacitam, mas também renovam a esperança de que a educação pode ser o fio condutor para uma sociedade mais justa e igualitária.

A gestora ainda destacou o apoio do Festival Caju, sem o qual, segundo ela, a realização deste evento não teria sido possível. E é exatamente essa colaboração entre diferentes iniciativas que, na minha visão, faz a diferença. Quando forças se unem em prol de um objetivo comum, o impacto gerado é muito maior e mais duradouro.

Oficinas Inspiradoras

Entre as várias atividades do dia, duas oficinas se destacaram por sua profundidade e impacto. Pela manhã, tivemos a honra de receber Adriana Pesca, uma Curadora, Pesquisadora e Professora da UFSB, pertencente ao Povo Pataxó. Com o título “Quem Não Pode com a Formiga, Não Assanha o Formigueiro”, sua oficina trouxe reflexões profundas sobre a atuação em escolas indígenas da rede municipal e estadual, além de sua experiência como docente na UFSB.

Adriana compartilhou algo que considero fundamental para qualquer processo educativo: a necessidade de dar visibilidade às vozes e imagens indígenas, muitas vezes silenciadas ou distorcidas ao longo da história. Ela afirmou com convicção que “a formação dá o pontapé para as próximas jornadas que precisam acontecer e abre caminhos para que outros escritores, de outras etnias, possam ser ouvidos.” Essa fala me faz pensar na quantidade de histórias, saberes e conhecimentos que ainda não tiveram a oportunidade de alcançar o grande público. Como amante da literatura e da diversidade cultural, fico imensamente feliz em ver que passos importantes estão sendo dados para mudar essa realidade.

À tarde, foi a vez de Lúcia Morais Tucuju, do Povo Kamarumã no Amapá, encantar o público com sua oficina “Dialogando com a Literatura Indígena”. Lúcia, que também é atriz, professora, contadora de histórias e especialista em Literatura Infantil e Juvenil, trouxe uma energia contagiante para a formação. Fiquei impressionado com a maneira como ela conseguiu conectar sua trajetória pessoal com a importância da literatura indígena na educação. Durante sua apresentação, Lúcia revelou suas expectativas para o Festival Caju 2024, onde será uma das convidadas especiais. Senti um arrepio ao imaginar as histórias, danças e brincadeiras que ela promete compartilhar no festival. É um convite irresistível para mergulhar na cultura indígena de maneira autêntica e envolvente.

A Importância de Ouvir e Compartilhar Histórias

O momento mais aguardado da formação foi, sem dúvida, a roda de conversa que reuniu os participantes para um diálogo aberto com as palestrantes. Para mim, esse tipo de atividade é onde a verdadeira mágica acontece. É quando as barreiras entre palestrantes e público se dissolvem, permitindo uma troca genuína de experiências e conhecimentos.

As autoras, com sua sabedoria e vivências, responderam às perguntas do público com uma sinceridade tocante. Foram discutidos temas que, muitas vezes, passam despercebidos, como os desafios enfrentados por escritoras indígenas e a luta por reconhecimento em um cenário literário ainda dominado por vozes não indígenas. Sinto que essas conversas são fundamentais para a conscientização e o fortalecimento das identidades indígenas, não apenas dentro das escolas, mas em toda a sociedade.

O Festival Caju de Leitores: Um Encontro com a Cultura Indígena

Para aqueles que, como eu, ficaram com o coração aquecido após a formação, o Festival Caju de Leitores surge como uma continuidade natural desse mergulho na cultura indígena. O festival, que acontece anualmente na Oca Tururim, na Aldeia Xandó, Terra Indígena da Barra Velha, vizinha de Caraíva, em Porto Seguro (BA), é um verdadeiro encontro de culturas, histórias e tradições.

Este ano, o evento acontecerá nos dias 3 e 4 de setembro e promete ser inesquecível. Rodas de conversa, contação de histórias, danças, músicas, Awê Pataxó e atividades lúdicas estão entre as atrações. E o melhor de tudo: o festival é gratuito e aberto a todas as idades. Acredito que esse tipo de evento é uma oportunidade única para nos conectarmos de forma profunda com as culturas indígenas, que tanto têm a nos ensinar.

Uma das atrações mais aguardadas para 2024 é a presença de Ailton Krenak, um dos maiores intelectuais indígenas do Brasil e o primeiro indígena a assumir uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Sua presença no festival será, sem dúvida, um marco histórico e uma oportunidade imperdível para ouvir e aprender com uma das vozes mais respeitadas e influentes da cultura indígena contemporânea.

Reflexões Finais

Ao terminar de escrever sobre essa formação, sinto uma mistura de emoções: alegria, esperança e um profundo respeito pelas culturas indígenas. Eventos como a 1ª Formação de Literaturas Indígenas e o Festival Caju de Leitores são verdadeiros faróis que iluminam o caminho para uma educação mais inclusiva, diversificada e conectada com as raízes culturais do nosso país.

Como blogueiro e alguém que valoriza a riqueza da nossa diversidade cultural, fico extremamente feliz em ver que iniciativas como essas estão ganhando espaço e reconhecimento. Acredito que, ao compartilhar essas histórias, estamos contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e consciente da importância de respeitar e valorizar todas as culturas que compõem o nosso Brasil.

Se você, assim como eu, se sente inspirado por essas histórias e reflexões, recomendo fortemente que participe do Festival Caju de Leitores e se permita viver essa experiência única. Quem sabe, ao final, você também não sai de lá com o coração aquecido e a mente expandida?

E por que não aproveitar essa inspiração para explorar mais sobre o tema? Convido você a conferir outros artigos e reflexões sobre a cultura indígena e sua importância no nosso cenário literário no Master Maverick. Vamos juntos, um passo de cada vez, construir um futuro onde todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas.

Esse evento em Porto Seguro foi apenas o começo de uma jornada que, espero, será longa e repleta de novos encontros, aprendizados e encantamentos. E que possamos, todos nós, ser parte dessa mudança positiva, promovendo e valorizando as literaturas indígenas em nossas escolas, comunidades e, acima de tudo, em nossos corações.

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Scroll to Top
Selecionar ADCOS doa parte da venda de protetor solar para combate ao câncer de pele no ES ADCOS doa parte da venda de protetor solar para combate ao câncer de pele no ES Aluf dá Show de Moda na Abertura do SPFW com Participação Especial da Orquestra Sinfônica Heliópolis TEDx Praia do Forte: Descubra o Poder da Sustentabilidade e Empoderamento em um Mundo em Transformação Navio Roupa Nova 40 Anos: Uma Viagem Mágica pelos Mares da Música Brasileira 7 Jogos leves para celulares fracos (Android 1GB RAM / Mobile) Explorando a Nova Parceria: Belle Belinha e Kine-Chan Agitam as Redes Sociais Sabores Sem Glúten no Nikkey Palace Hotel Como funciona o sorteio da Loteria Federal, saiba como concorrer aos prêmios 12 Cidades para incluir numa viagem para a Tailândia