A Maratona Internacional de Porto Alegre, sempre marcada pela presença de grandes atletas, consagrou em 2024 dois novos campeões: Vivian Kiplagati, do Quênia, e Maxwell Rotich, de Uganda. A 39ª edição deste evento esportivo não só reafirmou sua relevância no cenário das corridas de rua do Brasil, mas também trouxe histórias de superação e resistência, tanto para os atletas quanto para a cidade. Não é apenas mais uma maratona, é um verdadeiro marco para o esporte.
A Competição e Seus Campeões
A disputa deste ano foi intensa, com atletas de elite vindos de diferentes países para competir nos 42,195 km pelas ruas de Porto Alegre. Mas a emoção não se restringiu à corrida. A edição deste ano também marcou o retorno do evento após um adiamento causado pelas enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em junho. Esse contexto de dificuldade trouxe um valor ainda mais simbólico para o evento, fazendo dele não apenas uma competição esportiva, mas uma celebração de superação coletiva.
Entre os grandes nomes que subiram ao pódio, destaque para a queniana Vivian Kiplagati, que já havia conquistado o segundo lugar na edição anterior e, desta vez, garantiu a vitória com o tempo de 2h42m57. Do lado masculino, o estreante Maxwell Rotich, de Uganda, cruzou a linha de chegada em 2h18m55, mostrando que sua estreia em maratonas não foi por acaso. Cada um dos campeões recebeu a quantia de R$ 60 mil como premiação, além do reconhecimento de suas façanhas em solo brasileiro.
A Trajetória de Vivian Kiplagati
Vivian Kiplagati, após ter ficado em segundo lugar na última edição, veio para a maratona com um propósito claro: vencer. E isso ficou evidente em cada uma de suas declarações. Para mim, a história dela é inspiradora. Ela demonstra o espírito resiliente que é fundamental no esporte. Não basta ter força física, é preciso uma força mental absurda para manter o foco, aprender com as derrotas e, no caso dela, voltar mais forte.
Em suas próprias palavras:
“Agradeço à organização da Maratona Internacional de Porto Alegre por ter me convidado para voltar para disputar a prova. No ano passado, fiquei na segunda colocação. Dessa vez, vim para fazer uma maratona ainda mais forte.”
Esse comentário, para mim, resume muito do que é o espírito esportivo. A vida de um atleta é feita de altos e baixos, e o importante é como eles lidam com essas experiências. Para quem, assim como eu, admira o esforço e a determinação, a vitória de Kiplagati não poderia ser mais merecida.
A Estreia Impecável de Maxwell Rotich
Maxwell Rotich, por outro lado, já tinha uma responsabilidade extra ao entrar na prova: fazer bonito em sua estreia na maratona. O fato de ele ter escolhido um evento tão prestigiado como o de Porto Alegre para sua primeira maratona só reforça sua confiança como atleta. E, ao que tudo indica, essa confiança era bem fundamentada. Com uma performance surpreendente e um tempo excepcional de 2h18m55, Rotich dominou a prova.
Em suas palavras:
“Primeiro, eu corri para completar a prova. O percurso é muito bom, ainda que o clima estivesse um pouco difícil por causa da alta umidade do ar neste domingo (29).”
Essa humildade em reconhecer os desafios do percurso e do clima, aliado à sua vitória em sua primeira maratona, demonstra o quanto ele tem potencial para brilhar ainda mais em competições futuras. Para nós, fãs do esporte, é emocionante ver o nascimento de uma nova estrela.
O Desafio da Maior Edição
Este ano, mais de 18,5 mil atletas participaram das corridas da Maratona Internacional de Porto Alegre. No sábado, ocorreram provas de meia maratona, corridas rústicas de 10 km e 5 km, além da Maratoninha infantil. O domingo, claro, foi reservado para a grande prova dos 42,195 km.
Uma coisa que sempre me encanta na Maratona de Porto Alegre é a energia que a cidade traz para o evento. Não é só uma competição para corredores profissionais, mas uma festa para a cidade inteira. As ruas se enchem de espectadores torcendo, os clubes náuticos abrem suas portas para o público, e o percurso se torna um verdadeiro espetáculo.
A edição de 2024 foi ainda mais significativa pelo contexto do adiamento. Marcada inicialmente para junho, a prova teve que ser remarcada para setembro devido às fortes enchentes que atingiram o estado. Isso trouxe um peso emocional maior, não apenas para os organizadores e atletas, mas para todos os envolvidos. A realização do evento, em meio a esses desafios, foi um verdadeiro triunfo, e como bem disse Paulo Silva, diretor da prova:
“Foi a maior edição já realizada em mais de quatro décadas. Foi não apenas um marco esportivo, mas também um símbolo de superação para Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul.”
Como jornalista e apaixonado por esporte, eu não poderia concordar mais. Quando eventos como esse ultrapassam as barreiras do esporte e se tornam símbolos de algo maior, de superação e esperança, o impacto é muito mais profundo.
Um Percurso que Desafia e Encanta
O percurso da Maratona de Porto Alegre é algo que sempre merece destaque. Com largada em frente ao BarraShoppingSul, os atletas percorrem um trajeto que passa por diversos pontos emblemáticos da cidade, como os bairros Cidade Baixa e Menino Deus, além do histórico Mercado Público Municipal. O final da prova, à beira do Guaíba, oferece uma das vistas mais bonitas que uma maratona brasileira pode proporcionar.
Falar sobre esse percurso me faz pensar na importância da escolha de uma boa rota para uma maratona. Porto Alegre se destaca nesse quesito. Além de ser uma das mais rápidas do Brasil, a cidade proporciona um misto de paisagens urbanas e naturais que tornam a corrida ainda mais agradável, tanto para os atletas quanto para o público.
O Desempenho dos Brasileiros
É sempre empolgante acompanhar o desempenho dos atletas brasileiros em provas desse nível. Este ano, o destaque entre as mulheres ficou com a amazonense Franciane dos Santos Moura, que conquistou a segunda colocação no geral feminino, com o tempo de 2h43m35. Ela se mostrou uma grande competidora ao lado de atletas quenianas de altíssimo nível, o que, sem dúvida, já é uma vitória pessoal para a atleta e para o Brasil.
Já no masculino, Samuel do Nascimento foi o brasileiro mais bem colocado, ficando em terceiro lugar com o tempo de 2h21m17. Embora a vitória tenha ficado com Maxwell Rotich, é sempre gratificante ver nossos atletas se destacando em competições tão disputadas.
O Clima de Festa e o Impacto do Evento
Se tem algo que eu adoro nessas grandes maratonas é o clima de festa que se instala na cidade. E Porto Alegre não decepcionou. Após a chegada dos principais atletas, a arena montada em frente ao BarraShoppingSul foi palco de uma verdadeira celebração. A banda Comunidade Nin-Jitsu comandou o show que marcou o encerramento do evento.
Mas, além da festa, não podemos deixar de falar sobre o impacto econômico e turístico que eventos desse porte trazem. A Feira da Maratona, realizada no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, foi um sucesso de público, atraindo mais de 30 mil visitantes em quatro dias. Para os amantes de corrida, foi uma oportunidade de conhecer as últimas novidades do setor, além de retirar os kits de participação.
Considerações Finais
A Maratona Internacional de Porto Alegre de 2024 mostrou, mais uma vez, porque é uma das provas mais importantes do calendário brasileiro. Desde a organização impecável até as histórias de superação que surgiram ao longo dos dois dias de evento, tudo contribuiu para tornar essa edição memorável. E, pessoalmente, fico cada vez mais admirado com a resiliência dos atletas, organizadores e da própria cidade, que superou as adversidades das enchentes e ofereceu um espetáculo inesquecível.
Se você ainda não teve a chance de participar ou acompanhar a Maratona de Porto Alegre, coloque-a no seu radar para o próximo ano. É um evento que vai muito além da corrida e se tornou um verdadeiro símbolo de paixão pelo esporte.
Resultados da Maratona Internacional de Porto Alegre 2024
- Vivian Kiplagati (QUE): 2h42m57
- Maxwell Rotich (UGA): 2h18m55
- Franciane dos Santos Moura: 2h43m35
- Samuel do Nascimento: 2h21m17
Para mais informações sobre futuras edições e resultados completos, visite o site oficial da Maratona.