A questão do Alzheimer é uma das mais preocupantes do nosso tempo. E a verdade é que, ao longo dos anos, temos observado um aumento significativo na mortalidade associada a essa condição no Brasil. Dados recentes revelam uma tendência crescente, e é hora de refletirmos sobre o que podemos fazer para mudar essa realidade. A prevenção de fatores de risco e a busca por orientação médica precoce são essenciais para combater essa epidemia silenciosa.
A Realidade Alarmante da Mortalidade por Alzheimer
Recentemente, um estudo realizado pela Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo, em parceria com o Centro Médico da Universidade de Columbia, destacou um fato preocupante: a mortalidade por Alzheimer está aumentando no Brasil. A Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) revela que cerca de 1,7 milhão de brasileiros com 60 anos ou mais têm algum tipo de demência, e a doença de Alzheimer é responsável por impressionantes 55% desses casos. Isso significa quase um milhão de pessoas lidando com essa condição devastadora.
Entre os anos de 2000 e 2019, o Brasil registrou 211.658 óbitos por doença de Alzheimer, sendo que 64% dessas mortes foram de mulheres. A análise das faixas etárias também é reveladora: 73% dos óbitos ocorreram em pacientes com 80 anos ou mais, 23% na faixa etária de 70-79 anos, e apenas 4% entre 60-69 anos. Esses dados nos mostram que a idade avançada e o gênero feminino são fatores de risco significativos para o desenvolvimento da doença de Alzheimer.
Por outro lado, é interessante observar que as taxas de mortalidade por Alzheimer entre homens nas faixas etárias de 60-69 e 70-79 são relativamente mais altas. Isso pode estar relacionado à menor expectativa de vida e ao maior número de comorbidades que afetam esse grupo.
Fatores de Risco Modificáveis: Uma Chance de Redução
Além dos fatores relacionados à idade e ao gênero, existem fatores de risco modificáveis que desempenham um papel crítico na ocorrência da doença de Alzheimer e outras formas de demência. Estes incluem condições como escolaridade, perda auditiva, lesão cerebral traumática, hipertensão, consumo de álcool, obesidade, tabagismo, depressão, isolamento social, diabetes e poluição do ar. De fato, esses fatores estão associados a aproximadamente 40% dos casos de demência em todo o mundo.
“São fatores que podem ser prevenidos ao longo da vida com conscientização, prática de exercícios físicos, alimentação equilibrada, sono com qualidade e controle do estresse”, afirma o Dr. Edson Issamu, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo. Essas palavras são um chamado para a ação. A prevenção começa com a nossa própria consciência e esforço para adotar um estilo de vida saudável.
Compreendendo a Demência e o Alzheimer
Para aqueles que não estão familiarizados, a demência é um termo geral que abrange várias doenças neurodegenerativas que causam perda gradual das funções cerebrais. A condição é crônica e progressiva, o que significa que piora com o tempo, e infelizmente, não há cura conhecida. No entanto, existem opções de tratamento que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
A doença de Alzheimer é uma das formas mais comuns de demência e geralmente afeta pessoas com mais de 65 anos, embora também possa ocorrer em indivíduos mais jovens. A condição é caracterizada por problemas de memória, linguagem, pensamento e comportamento. O nome “Alzheimer” vem do neuropsiquiatra Alois Alzheimer, que identificou a doença em 1906.
Sintomas e Impacto da Doença
Os sintomas da doença de Alzheimer incluem:
- Problemas para completar tarefas que antes eram fáceis: Atividades cotidianas que antes eram simples podem se tornar desafiadoras.
- Dificuldades para a resolução de problemas: A capacidade de lidar com situações problemáticas diminui.
- Mudanças no humor ou personalidade: Alterações de comportamento e emoções podem se tornar evidentes.
- Afastamento de amigos e familiares: A pessoa pode se distanciar das relações sociais.
- Problemas com a comunicação: Dificuldades na comunicação verbal e escrita são comuns.
- Confusão sobre locais, pessoas e eventos: Desorientação pode se tornar um problema.
- Alterações visuais: Problemas para entender imagens e outras representações visuais podem ocorrer.
Nos estágios iniciais, os sintomas podem ser sutis, mas tendem a piorar à medida que a doença avança. A taxa de progresso pode variar entre os indivíduos, mas, em média, as pessoas com Alzheimer vivem cerca de oito anos após o início dos sintomas.
O Custo Social da Demência
A demência, incluindo a doença de Alzheimer, não afeta apenas o paciente, mas também tem um impacto profundo em suas famílias e cuidadores. O custo social da doença é elevado, envolvendo não apenas a necessidade de cuidados constantes, mas também implicações financeiras significativas. “A demência e o Alzheimer têm desdobramentos para o paciente e toda a sua família. Além de incapacitar, exige cuidados constantes de parentes ou cuidadores contratados, e de recursos financeiros”, destaca o Dr. Issamu.
Portanto, o diagnóstico precoce, a informação adequada e o acesso a profissionais de saúde são fundamentais para mudar o cenário da doença de Alzheimer no Brasil. A detecção antecipada pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e aliviar a carga sobre suas famílias.
O Papel de Familiares e Amigos
Observadores próximos, como familiares e amigos, muitas vezes percebem os sintomas de Alzheimer antes que o próprio paciente se dê conta. Caso você perceba sinais de demência em alguém próximo, é crucial encorajar a busca por uma avaliação médica. “Caso você perceba esses sintomas em algum familiar, amigo ou conhecido, encoraje para que parentes busquem uma avaliação médica”, recomenda o Dr. Issamu.
O Futuro da Demência no Brasil e no Mundo
A situação da demência é preocupante globalmente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 50 milhões de pessoas vivem com demência em todo o mundo, e a projeção é que esse número alcance 150 milhões até 2050. No Brasil, estima-se que o número de pessoas com demência chegará a 2,78 milhões até o final desta década e a 5,5 milhões em 2050.
O Papel das Instituições de Saúde
A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo tem um papel importante nesse cenário. Com três unidades de hospital geral (Pompeia, Santana e Ipiranga), a Rede oferece atendimento em mais de 60 especialidades, incluindo neurologia, cardiologia e cirurgia robótica. Além disso, as unidades contam com Centro de Oncologia e Hematologia habilitados para realizar transplantes de medula óssea.
A Rede São Camilo é a primeira fora do Canadá a obter a Certificação em nível Diamante da Qmentum Internacional. A instituição também possui o Selo Amigo do Idoso, serviços laboratoriais certificados pela PALC e a Certificação Internacional da ABHH nos serviços de Hematologia e Transplante de Medula Óssea.
As unidades Pompéia, Santana e Ipiranga prestam atendimentos privados que subsidiam as atividades de cerca de 40 unidades administradas pela São Camilo, atendendo pacientes do SUS em 15 estados brasileiros. Com uma longa história no Brasil desde 1922, a São Camilo, fundada por Camilo de Lellis, também conta com 25 centros de educação, dois colégios e dois centros universitários.
Conclusão
A luta contra a doença de Alzheimer e outras formas de demência exige um esforço conjunto de indivíduos, famílias e instituições de saúde. A prevenção é a chave, e isso começa com a conscientização sobre os fatores de risco modificáveis e a importância de buscar orientação médica precocemente. O futuro da saúde no Brasil depende da nossa capacidade de enfrentar esses desafios com determinação e esperança.
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