Três tipos de câncer ginecológico podem superar 40 mil novos casos anuais na próxima década

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Manter os exames de Papanicolau em dia é a medida mais eficaz para diminuir a incidência do câncer ginecológico

É sempre um choque quando olhamos os números do câncer, especialmente quando falamos sobre tipos que afetam tantas mulheres. Mas eu acredito firmemente que a informação e a conscientização podem fazer toda a diferença. E quando falamos de câncer ginecológico, que tem potencial para impactar tantas vidas, é mais importante do que nunca estarmos atentos e preparados.

Previsão de aumento nos casos: 40 mil até 2035

A estimativa de que o Brasil pode atingir 40 mil novos casos anuais de câncer ginecológico até 2035, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), é um dado que, à primeira vista, assusta. Mas, ao mesmo tempo, ele reforça a necessidade de intensificarmos as ações de prevenção e rastreamento.

Esses três tipos de câncer ginecológico – câncer de colo do útero, ovário e corpo do útero/endométrio – podem parecer distantes de nossas realidades, mas eles afetam a vida de milhares de mulheres todos os anos. E o que mais me incomoda é que muitos desses casos poderiam ser evitados com medidas relativamente simples. Exames de rotina e vacinas já disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) são algumas das formas de combate mais eficazes contra esses tipos de câncer, mas ainda há um longo caminho para garantir que todas as mulheres tenham acesso a essas ferramentas.

Setembro em Flor: Um mês para falar sobre prevenção

Setembro é um mês especial para falarmos sobre essa luta. A campanha Setembro em Flor coloca o câncer ginecológico no centro das discussões e nos lembra que a prevenção salva vidas. Os dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que, somente no Brasil, mais de 32 mil novos casos anuais desses três tipos de câncer são esperados até 2025.

Mas o que me chama a atenção é a importância de falarmos sobre a prevenção do câncer de colo do útero, o mais comum entre as brasileiras. Eu acho incrível que, com o simples exame de Papanicolau e a vacinação contra o HPV, que está disponível no SUS desde 2014, seja possível prevenir muitos desses casos. Essa vacina é uma ferramenta poderosa e, como pai, eu fico tranquilo sabendo que essa proteção está acessível para as nossas crianças e adolescentes.

Vacinação nas escolas: Um caminho possível

Um ponto importante que tem sido discutido – e que eu apoio fortemente – é o retorno da vacinação nas escolas. O ambiente escolar oferece a oportunidade perfeita para garantir que mais jovens recebam a vacina contra o HPV, e isso é essencial para a redução dos casos de câncer de colo do útero. A SBCO defende essa medida e acredito que ela é um passo importante em direção a um Brasil sem câncer de colo do útero.

O que os números dizem sobre o futuro

Um levantamento feito pela SBCO em parceria com a Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC), que faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrou que o número de casos de câncer ginecológico no mundo saltará de 1,4 milhão (em 2022) para 1,78 milhão até 2035. No Brasil, isso se traduz em um aumento de mais de 40 mil novos casos anuais até essa data.

É um número assustador, não há como negar. Mas o que podemos fazer diante dessa previsão? A OMS já declarou que o câncer de colo do útero é um problema de saúde pública, e para que isso mude, a incidência precisaria ser reduzida para menos de quatro casos por 100 mil mulheres por ano. Aqui no Brasil, essa taxa ajustada está em torno de 13 casos por 100 mil mulheres, ou seja, estamos longe da meta estabelecida.

E isso me faz pensar: o que estamos esperando para agir? Sabemos o que deve ser feito. O Papanicolau é eficaz para detectar alterações celulares antes que se tornem câncer. A vacina contra o HPV está disponível e pode fazer uma diferença enorme. A questão é como podemos garantir que essas medidas sejam acessíveis a todas as mulheres, em todas as regiões do Brasil.

Papanicolau: A importância dos exames preventivos

O Papanicolau, esse exame que muitas mulheres já conhecem, pode realmente salvar vidas. Ele é fundamental para detectar alterações precoces nas células do colo do útero, antes mesmo que elas se transformem em câncer. Como o cirurgião oncológico Reitan Ribeiro, vice-presidente da SBCO, destaca: “Ter os exames preventivos em dia é fundamental, pois ele permite que sejamos capazes de identificar as alterações celulares antes que elas se transformem em câncer.”

Isso faz todo o sentido para mim. É como se estivéssemos dando um passo à frente da doença, cortando seu avanço antes mesmo que ela comece. E o melhor de tudo: esse exame está disponível no SUS, de forma gratuita, para todas as mulheres.

A vacina contra o HPV

Outro grande aliado nessa luta é a vacina contra o HPV. Ela está disponível no SUS desde 2014 e é recomendada para meninas e meninos entre 9 e 14 anos. Além disso, é indicada para pessoas com condições específicas, como aquelas vivendo com HIV/Aids ou que estão em tratamento de câncer.

Mas, apesar dessa vacina estar disponível, a adesão ainda não é a ideal. Eu fico me perguntando por que tantas famílias ainda não priorizaram essa imunização. Talvez seja falta de informação ou até mesmo algum tipo de resistência, mas o fato é que a vacina é segura e eficaz. E a minha opinião? Devemos, todos nós, ser defensores da vacinação, porque ela salva vidas.

O papel das cirurgias oncológicas

Infelizmente, nem todos os casos podem ser prevenidos. E quando a prevenção falha, a cirurgia oncológica pode ser o caminho. Esse é um campo que evoluiu muito nos últimos anos, e os cirurgiões oncológicos desempenham um papel crucial na remoção de tumores e no tratamento do câncer ginecológico.

Há diversos tipos de cirurgias, cada uma adequada ao tipo e ao estágio do câncer. Algumas das mais comuns incluem:

  • Conização: remoção parcial do colo do útero.
  • Histerectomia total: remoção do útero, incluindo o colo do útero.
  • Histerectomia radical: remoção do útero, colo do útero e parte da vagina.
  • Traquelectomia radical: remoção do colo do útero, preservando o corpo do útero para manter a fertilidade.
  • Salpingooforectomia unilateral: remoção de um ovário e uma trompa de Falópio.
  • Salpingooforectomia bilateral: remoção de ambos os ovários e trompas de Falópio.

Cada uma dessas cirurgias tem seu papel e pode ser combinada com quimioterapia ou radioterapia para aumentar as chances de sucesso no tratamento. E o que eu mais gosto de ver é como as cirurgias minimamente invasivas, como a videolaparoscopia e a cirurgia robótica, têm transformado a vida das pacientes.

Cirurgias minimamente invasivas: uma revolução no tratamento

Hoje, graças à tecnologia, é possível realizar cirurgias com cortes mínimos, o que reduz a dor, o tempo de recuperação e as complicações pós-operatórias. Como explica o cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, presidente da SBCO: “Há evidências sólidas de que a cirurgia minimamente invasiva é custo-efetiva. E estamos avançando com o Ministério da Saúde para incorporá-la no SUS.”

Isso é uma vitória tremenda, tanto para o sistema de saúde quanto para as pacientes. Com menos complicações e uma recuperação mais rápida, essas cirurgias permitem que as mulheres voltem às suas rotinas normais muito antes, sem falar que o custo total do tratamento também diminui.

Reconhecendo os sinais: Como identificar o câncer ginecológico

Outro ponto crucial nessa discussão é a detecção precoce. O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento, mas muitos cânceres ginecológicos não apresentam sintomas em seus estágios iniciais. Vamos dar uma olhada nos sinais dos três tipos mais comuns de câncer ginecológico:

  • Câncer de colo do útero: Nas fases iniciais, não costuma apresentar sintomas. Mas, em estágios mais avançados, pode causar sangramento vaginal anormal, corrimento com odor forte e dor pélvica.
  • Câncer de endométrio: O câncer de endométrio geralmente é diagnosticado cedo, pois causa sangramento vaginal anormal. Isso faz com que muitas mulheres procurem um médico, facilitando o diagnóstico.
  • Câncer de ovário: Esse é o mais difícil de diagnosticar, já que, em estágios iniciais, quase não há sintomas. Quando os sinais aparecem, a doença já pode estar avançada, tornando o tratamento mais complicado.

Conclusão: A importância da conscientização e prevenção

Não podemos subestimar a importância da prevenção e conscientização. Como sociedade, precisamos nos unir para garantir que mais mulheres tenham acesso aos exames preventivos e à vacina contra o HPV. A luta contra o câncer ginecológico é desafiadora, mas não impossível. Temos as ferramentas, agora só precisamos garantir que elas cheguem às pessoas certas.

E como sempre digo: a prevenção é o melhor remédio. Se você, sua filha, irmã ou amiga ainda não fez o Papanicolau ou não tomou a vacina, o momento é agora. Precisamos agir antes que os números de casos cresçam ainda mais.

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