O Vinhedo Milenar que Desperta o Interesse do Mundo
A ProWine São Paulo, uma das maiores feiras de vinhos e destilados do mundo, vai abrir suas portas mais uma vez em outubro, e os visitantes terão a oportunidade única de explorar rótulos que vêm diretamente do berço do vinho. Sim, a Geórgia, o país que oficialmente detém o título de criador dos primeiros vinhos conhecidos pelo homem. O casal André e Karla Baader, que atualmente vivem no coração do Cáucaso, vai trazer essa riqueza para o Brasil com uma missão clara: introduzir os brasileiros a um dos segredos mais bem guardados do mundo dos vinhos.
Depois de uma verdadeira peregrinação por mais de 100 países, onde buscaram os melhores vinhos do planeta, eles decidiram fincar raízes na Geórgia. Quem poderia imaginar que essa pequena nação, muitas vezes esquecida nos debates globais sobre vinhos, poderia ter tanto a oferecer? E é exatamente isso que André e Karla estão prontos para mostrar ao público brasileiro, não só na ProWine, mas em várias capitais do país, em uma série de masterclasses que prometem mudar nossa forma de ver (e provar) vinhos.
Uma Curadoria Focada no Paladar Brasileiro
Uma das coisas que mais me chama atenção no trabalho de André e Karla é o cuidado que eles têm em adaptar os vinhos georgianos ao paladar brasileiro, sem perder de vista a tradição de vinificação milenar do país. Esse tipo de atenção ao detalhe demonstra não só o conhecimento técnico do casal, mas também um respeito profundo pelo consumidor e pela herança cultural do vinho georgiano.
“Queremos que o público brasileiro entenda que esses vinhos são potentes, gastronômicos, com tanino e acidez marcantes. São vinhos que têm uma alma, e que contam uma história milenar em cada taça”, explica Baader. E faz todo sentido! Afinal, a Geórgia tem vinhos que são verdadeiras cápsulas do tempo, com métodos de produção que remontam a 8.000 anos atrás. Como não ficar impressionado com isso?
O Roteiro dos Vinhos Georgianos no Brasil
Para quem já se animou com a ideia de provar esses vinhos, o casal Locorpovino preparou um roteiro especial. Após a ProWine, que ocorre de 1º a 3 de outubro em São Paulo, André e Karla vão levar os vinhos georgianos para outras cidades do Brasil: Belo Horizonte, Brasília, Recife, Fortaleza e Florianópolis. Em cada uma dessas cidades, eles vão realizar masterclasses na sede da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS), ensinando e, claro, degustando com os participantes.
Durante essas masterclasses, o público poderá aprender sobre as nuances que tornam os vinhos georgianos tão especiais. Um exemplo interessante é a produção dos vinhos âmbar, que são elaborados a partir de uvas brancas, mas fermentados como vinhos tintos em ânforas de barro, conhecidas como Qvevri. Esse método tradicional georgiano, que envolve o uso da casca e da polpa das uvas, além do tempo de contato com o engaço, varia de 20 a 100%, dependendo da vinícola. “Cada detalhe na produção pode alterar completamente o sabor do vinho. Nosso trabalho é encontrar os rótulos que ressoam com o paladar brasileiro”, afirma André.
A História Contada Pelo Saperavi
Outro destaque, que pessoalmente acho fascinante, é o Saperavi, uma uva tinturária georgiana que dá origem a vinhos de guarda robustos, ricos em tanino e acidez. O Saperavi está se tornando uma das importações de vinho de crescimento mais rápido nos Estados Unidos, o que, para mim, não é nenhuma surpresa. Basta uma taça para perceber a qualidade superior desses vinhos. André e Karla estão trazendo o Saperavi para o Brasil, e quem tiver a chance de provar estará degustando um dos vinhos mais antigos do mundo, com registros arqueológicos de vinificação que datam de 8.000 anos atrás.
Esse tipo de vinho, tão envolvido em história e tradição, tem um charme que dificilmente outros vinhos podem replicar. Não é apenas o sabor — que é fantástico, diga-se de passagem — mas a experiência de beber algo que foi produzido da mesma maneira durante milênios. É quase como se estivéssemos bebendo história líquida, um verdadeiro privilégio.
A Jornada dos Baaders pelo Mundo do Vinho
Além de sua paixão pelos vinhos, o que mais me impressiona em André e Karla é o estilo de vida nômade que adotaram em nome da descoberta. Eles trocaram a vida de chefs de cozinha por uma busca incansável pelos melhores vinhos do mundo, morando em lugares tão diversos como o Alasca, o Havaí, e em várias vinícolas na Europa, voluntariando em países como Itália, Alemanha, Turquia e Portugal. Cada país, cada cultura, agregou algo ao vasto conhecimento que eles trazem agora para a cena brasileira de vinhos.
Não é à toa que, ao longo desses anos, eles catalogaram mais de 500 rótulos georgianos, todos eles cuidadosamente selecionados. Esse trabalho foi tão bem reconhecido que eles receberam o apoio da Agência Nacional de Vinhos Georgianos e o reconhecimento oficial da Embaixada Brasileira em Tbilisi. Além disso, atuam com a Wine7, uma das principais importadoras de vinhos georgianos no Brasil.
A Essência da Vinificação Georgiana
O método Qvevri, registrado pela UNESCO como patrimônio cultural imaterial, é uma técnica fascinante. É uma daquelas coisas que me fazem parar e pensar no quanto nossa relação com o vinho tem raízes profundas na cultura e na história. Ao contrário do que muitos podem pensar, o Qvevri não é uma relíquia de um tempo passado; é um método que ainda hoje produz vinhos com características inigualáveis. A fermentação dentro dessas ânforas de barro permite que o vinho adquira uma complexidade de sabores e aromas que simplesmente não se encontra em vinhos produzidos por métodos mais modernos.
Essa prática tradicional estava quase esquecida durante a era soviética, quando o governo russo forçou a produção em massa de vinhos doces e de baixa qualidade. Felizmente, após a queda da União Soviética, as vinícolas familiares (conhecidas como Maranis) foram devolvidas às famílias, permitindo que a tradição do Qvevri fosse retomada. Hoje, os vinhos georgianos estão reconquistando o seu lugar de direito no cenário mundial, e isso é algo que me traz grande satisfação como amante do vinho.
ProWine: O Portal Global para Vinhos e Destilados
A ProWine é, sem dúvida, um dos eventos mais importantes para quem trabalha ou simplesmente ama o mundo dos vinhos. É uma feira que vai muito além da simples exposição de produtos. É um ponto de encontro onde produtores, distribuidores, importadores e especialistas de todo o mundo se reúnem para trocar ideias, fechar negócios e, claro, degustar.
No Brasil, a ProWine acontece em São Paulo, e se tornou um evento de destaque no calendário de vinhos do país. Com uma vasta gama de expositores internacionais e nacionais, a feira oferece não só a chance de provar novos vinhos, mas também de descobrir tendências e fazer networking com profissionais de todo o setor. É, sem dúvida, o ambiente perfeito para os Baaders promoverem os vinhos georgianos e conectarem-se com um público qualificado e exigente.
Benefícios de Participar da ProWine
Para os profissionais e entusiastas do vinho, a ProWine oferece uma série de vantagens:
- Visibilidade de marca: Para produtores e distribuidores, é uma chance única de mostrar seus produtos a um público especializado.
- Novos negócios: O ambiente de feira é ideal para criar novas parcerias e fechar contratos comerciais.
- Conhecimento: Workshops, degustações e masterclasses proporcionam uma excelente oportunidade para se manter atualizado com as últimas tendências do setor.
- Networking: O evento é um verdadeiro hub de conexões, ideal para fortalecer relações existentes e construir novas parcerias.
Participar da ProWine é, sem dúvida, um “must” para quem quer estar à frente no competitivo mercado de vinhos e destilados.
Para mais informações sobre a feira, você pode conferir o site oficial da ProWine São Paulo.
Os vinhos da Geórgia estão prestes a ganhar o mundo, e o Brasil está na rota dessa expansão. Graças ao trabalho dedicado de André e Karla Baader, temos agora a oportunidade de nos conectar com uma tradição milenar e explorar sabores que carregam consigo a história do vinho. Se você é apaixonado por vinhos como eu, não deixe de experimentar os rótulos georgianos e se encantar com o que o berço do vinho tem a oferecer.