Como escolher um psicoterapeuta?

Crédito: Envato

Diferentes abordagens teóricas podem ser usadas pelos profissionais; conhecer cada uma delas é uma forma de entender qual a melhor em cada caso.

Sentar-se na cadeira, olhar para um até então desconhecido e contar a ele toda a sua vida ou, no mínimo, os aspectos mais importantes relacionados a ela. Uma primeira sessão de psicoterapia pode parecer assustadora, mas é, muitas vezes, o segredo para uma vida mais tranquila, com a saúde mental bem cuidada. Mas como decidir quem será a pessoa para quem você dará as chaves para as suas emoções? Escolher o psicoterapeuta certo é uma decisão importante e pessoal. Com tantas abordagens diferentes, é crucial entender qual delas pode se alinhar melhor às suas necessidades e expectativas.

Ao longo da história, a psicologia desenvolveu uma série de maneiras de observar o comportamento humano. De acordo com a coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Positivo (UP) – campus Londrina, Schirley Heritt, esse é um dos principais fatores a se considerar na hora de escolher um terapeuta.

“As abordagens se referem ao conjunto de métodos e técnicas utilizados para tratar problemas emocionais e comportamentais. Cada uma das linhas de psicoterapia enxerga os mesmos comportamentos de uma forma diferente, o que influencia diretamente na maneira como os profissionais conduzem o tratamento com seus pacientes”.

Entre as principais abordagens estão psicanálise, terapia cognitivo-comportamental (TCC), psicologia comportamental e o humanismo.

Essas abordagens se baseiam em teorias e princípios distintos sobre como a mente funciona e como os problemas psicológicos se desenvolvem. Por isso, cada uma oferece estratégias específicas para ajudar os indivíduos a enfrentar e superar esses desafios, embora todas tenham como objetivo principal a melhora da saúde mental e redução do sofrimento emocional.

Psicologia comportamental

“Algumas abordagens são baseadas em técnicas mais estruturadas e diretas, oferecendo intervenções específicas para mudar comportamentos e pensamentos disfuncionais, como a psicologia comportamental. Se o problema inicial for um comportamento disfuncional específico, por exemplo uma fobia, essa abordagem pode ser indicada. Os psicólogos comportamentais, também chamados de behavioristas, acreditam que todo comportamento é aprendido e pode ser modificado”, afirma Schirley.

Terapia cognitivo-comportamental (TCC)

A TCC é, atualmente, uma das abordagens mais utilizadas pelos profissionais, combinando princípios do cognitivismo e do behaviorismo para tratar problemas emocionais e comportamentais.

“Um dos principais focos da TCC é a identificação e a alteração de pensamentos disfuncionais ou distorções cognitivas. Os psicólogos utilizam essa abordagem para ajudar os pacientes a reconhecer, questionar e substituir esses pensamentos por conceitos mais realistas e equilibrados”, detalha a especialista.

Psicanálise

Por sua vez, a psicanálise tem foco na exploração profunda das experiências passadas e das dinâmicas emocionais inconscientes.

“Desenvolvida por Sigmund Freud, a psicanálise destaca o papel do inconsciente na formação da personalidade e na origem dos comportamentos/emoções e sintomas. Trabalha com a associação livre (falar livremente, sem censura) e tem uma intervenção menos diretiva na condução da sessão pelo terapeuta”, destaca Schirley.

A especialista diz que a psicanálise é uma excelente ferramenta para quem procura ajuda para entender padrões repetitivos de comportamento que não fazem sentido para o sujeito, e que geralmente geram muita angústia e sofrimento psíquico.

Humanismo

Abraham Maslow e Carl Rogers foram dois dos nomes mais importantes que deram origem à abordagem humanista.

“Essa linha coloca a ênfase na realização do potencial humano”, diz Schirley. Os humanistas acreditam que cada indivíduo tem a capacidade inata para crescimento e desenvolvimento.

A especialista lembra, ainda, que, independentemente da abordagem escolhida, é essencial que o paciente se sinta confortável e confiante com seu terapeuta.

“A relação de confiança é o coração de uma terapia bem-sucedida. É importante que o paciente se sinta ouvido e compreendido e que confie no processo adotado pelo profissional que ele mesmo escolheu para ajudar a cuidar de sua saúde mental”, conclui.

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