Mostra Time To Act + Academia Brasileira de Cinema oferece curtas e longas sobre temas ambientais com debates ao vivo entre especialistas e personalidades como Ailton Krenak, nos dias 11 e 12 de novembro, na Casa de Cultura Laura Alvim.
Casa G20 Apresenta Filmes e Debates sobre Questões Socioambientais
A Casa G20, evento cultural sediado na Casa de Cultura Laura Alvim, promove nesta segunda-feira, 11, e terça-feira, 12 de novembro, a Mostra Time To Act + Academia Brasileira de Cinema. A iniciativa traz ao público sessões gratuitas de filmes, incluindo curtas e longas-metragens que abordam temas socioambientais atuais e urgentes. Cada exibição é seguida por debates com convidados de renome, como o ambientalista Ailton Krenak e o diretor Murilo Salles, com mediação da jornalista Melina Dalboni.
O evento é fruto da parceria entre a Academia Brasileira de Cinema e a plataforma Time To Act, conhecida por suas experiências imersivas voltadas ao impacto social e ambiental. “Nosso objetivo é criar uma narrativa que inspire e sensibilize o público sobre questões essenciais de sustentabilidade”, destaca a organização. Os ingressos são gratuitos e podem ser reservados pelo Sympla.
Sessões e Debates: Filmes em Foco e Temas Contemporâneos
11 de Novembro: Sessão das 14h
A programação começa às 14h com o curta-metragem Caiçara (2022), dirigido por Oskar Metsavaht e Victoria Visco Mendonça. O filme explora os desafios da pesca artesanal em contraste com a pesca predatória, através da vida de um jovem pescador caiçara, um habitante tradicional do litoral brasileiro. Na sequência, será exibido Uma Baía (2021), de Murilo Salles, composto por oito fábulas que exploram a relação complexa entre natureza e cultura ao redor da Baía de Guanabara.
Após a sessão, os diretores Oskar Metsavaht e Murilo Salles, junto com o economista Carlos Eduardo Young, participarão de um debate sobre os temas levantados pelos filmes. Oskar descreve o curta como uma tentativa de “honrar o saber ancestral” da comunidade caiçara, enquanto Murilo enfatiza que sua obra visa refletir sobre “o impacto das transformações na Baía de Guanabara”.
11 de Novembro: Sessão das 18h
Às 18h, será exibido Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado, um documentário emblemático que discute desigualdades e o desperdício a partir da jornada de um tomate descartado. Em seguida, O Efeito Casa Branca (2024), de Pedro Kos, traça as origens políticas da crise climática global e expõe as decisões do governo de George H.W. Bush que influenciaram o debate ambiental até hoje.
Pedro Kos e Jorge Furtado irão dialogar com o público após as exibições, abordando o papel da política e da sociedade no enfrentamento da crise climática. Segundo Kos, “compreender o passado é essencial para traçarmos um futuro sustentável”.
12 de Novembro: Sessão das 14h
Na terça-feira, a programação recomeça às 14h com o curta It All Starts With a Dream (2022), dirigido por Luciana Brafman. O filme reflete sobre as raízes do ativismo ambiental global e inspira espectadores a refletirem sobre o papel de cada indivíduo na luta por um mundo mais justo e saudável. Em seguida, será exibido o clássico Rio 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos, que narra a trajetória de cinco jovens da periferia do Rio de Janeiro e expõe as contradições e desafios da cidade carioca.
Após as exibições, Luciana Brafman, Carolina Bastos e o cineasta Diogo Dahl participam de um debate que explora a persistência das questões sociais e ambientais ao longo dos anos, com foco especial na realidade urbana carioca.
12 de Novembro: Sessão das 18h
Para fechar a mostra, a sessão das 18h exibe dois filmes: o curta Seu Estilo Seu Impacto (2024), de Luciana Brafman e Ricardo Carioba, e o documentário Ailton Krenak – O Sonho da Pedra (2018), de Marco Altberg. Enquanto o primeiro aborda os desafios da moda sustentável, o segundo documenta a trajetória de Ailton Krenak, liderança indígena brasileira e ícone na luta pelos direitos dos povos originários.
Ao final das exibições, Ailton Krenak e Marco Altberg conduzirão uma conversa sobre as conexões entre sustentabilidade e preservação cultural. “Precisamos pensar na moda como uma extensão de nossa identidade e responsabilidade ambiental”, afirma Luciana Brafman. Krenak reforça a importância de um olhar indígena na discussão ambiental: “A natureza não é algo separado de nós, mas parte de quem somos”.
Casa G20 e a Programação Cultural Ampliada
Além das sessões de cinema, a Casa G20/Embaixada Cultural oferece uma agenda diversificada em novembro, incluindo shows, exposições e palestras. O cantor Kleber Lucas apresenta-se nesta segunda-feira, dia 11, e a artista Letrux, no dia 21 de novembro. O público também pode conferir a exposição Viver o Rio, com curadoria de Ruy Castro e Heloisa Seixas, que apresenta obras do pintor Leonel Brayner.
Paralelamente, uma série de atividades culturais será realizada em parceria com a Colômbia nos dias 25, 26 e 27, incluindo oficinas e debates. “O objetivo é explorar a rica interseção cultural entre o Brasil e outros países latino-americanos”, explica a organização do evento.
Um Projeto Sustentável: Compensação de Carbono
A Casa G20 reforça seu compromisso ambiental ao ser um evento 100% carbono neutro. As emissões de carbono são compensadas pela Enel Trading, por meio de créditos de usinas eólicas da Enel Green Power, certificadas pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Segundo a organização, “cada atividade da Embaixada Cultural busca reduzir impactos e inspirar práticas sustentáveis, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.
A programação da Casa G20 continuará na Casa de Cultura Laura Alvim até o dia 15 de janeiro de 2025, proporcionando um espaço de celebração cultural e reflexão sobre o futuro do meio ambiente e das artes no Brasil.