
Planejamento financeiro é a chave para o fim de ano sem sustos
O fim de ano é uma época de celebrações, presentes, matrículas escolares e, muitas vezes, gastos descontrolados. Esse período, que deveria ser de alegria e preparação para o futuro, pode se tornar um pesadelo financeiro para quem não se organiza. Dados recentes revelam que 7 em cada 10 brasileiros já compraram sem planejamento, e 72% se arrependeram depois, segundo um levantamento da Serasa. O risco de endividamento é real, afetando mais de 78% das famílias, conforme dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A professora Emily Góes, especialista em Gestão e Negócios pela UNIFACS, reforça que o segredo para um fim de ano mais tranquilo está no planejamento antecipado. “Pensar no planejamento financeiro de um ano, ainda no final do anterior, possibilita mais pesquisas e organização. Com isso, é possível traçar com tranquilidade tudo que será necessário fazer no ano seguinte, desde compras de materiais escolares até o pagamento de tributos”, explica.
O poder do 13º salário: estratégia e estabilidade
O décimo terceiro salário pode ser um grande aliado na gestão financeira, mas precisa ser usado com estratégia. Segundo Emily Góes, esse recurso extra deve priorizar a quitação de dívidas, formação de reservas de emergência ou investimentos que tragam retorno a médio e longo prazo. “Se a pessoa for controlada, o 13º salário também pode ser uma oportunidade para adquirir um bem ou realizar um investimento simples”, pontua.
Além disso, a docente alerta para o uso consciente em compras parceladas, especialmente durante o período de promoções, como Black Friday e liquidações de janeiro. Antes de parcelar, é fundamental avaliar as despesas mensais fixas e os custos adicionais que surgem no início do ano, como IPTU e IPVA.
Como identificar e priorizar despesas?
Organizar as contas exige uma análise clara das despesas fixas e eventuais. Água, energia, alimentação e internet, por exemplo, são gastos inadiáveis que devem ocupar no máximo 40% da renda mensal. “É importante manter essa margem porque eventualidades, como problemas de saúde ou a quebra do carro, podem surgir”, alerta Góes.
Outro ponto é compreender a natureza das despesas obrigatórias. IPTU e IPVA, por exemplo, são custos previsíveis, mas podem desestabilizar quem não se planeja. Para evitar apertos, a especialista recomenda listar todas as despesas anuais, priorizando aquelas que não podem ser adiadas.
“Colocar no papel todas as despesas que ocorrem ao longo do ano ajuda a identificar se vale mesmo a pena parcelar algo. Se não for possível abrir mão da compra, o 13º pode ser uma alternativa”, aconselha.
Ferramentas simples para manter o controle
Para quem ainda não tem o hábito de registrar ganhos e gastos, a sugestão é começar de forma prática. Emily Góes indica desde métodos analógicos, como anotações em cadernos ou tabelas na geladeira, até o uso de aplicativos de controle financeiro. “Mais importante que a ferramenta é escolher algo que funcione para o seu perfil. Não adianta apostar em algo sofisticado que não será utilizado”, afirma.
A simplicidade na organização pode ser o primeiro passo para uma mudança significativa na forma de lidar com o dinheiro. “Adotar o que for mais fácil e intuitivo é essencial para criar consistência no hábito de monitorar as finanças”, reforça.
Planejamento financeiro e carreira: uma parceria essencial
Um planejamento financeiro eficiente vai além da organização de despesas. Emily Góes defende que é preciso pensar no futuro profissional como parte dessa estratégia. “Muitas vezes, as pessoas não incluem o investimento em educação continuada nos custos fixos. Isso pode impedir o aumento da margem de ganho e limitar o padrão de vida”, analisa.
Segundo a especialista, investir em capacitações, cursos e formação acadêmica pode ser o diferencial para melhorar a renda e realizar sonhos. “Se a atual realidade financeira está distante do desejado, a saída é encontrar formas de superar esse obstáculo. O crescimento da receita pode vir, justamente, do investimento em mais estudos”, conclui.
Dicas práticas para um fim de ano financeiramente equilibrado
1. Priorize suas despesas fixas
Antes de gastar, assegure-se de que os custos essenciais estão cobertos. Destine uma parte do orçamento para eventualidades.
2. Use o 13º salário com sabedoria
Evite gastar o dinheiro extra em compras impulsivas. Priorize quitar dívidas e reforçar sua reserva de emergência.
3. Planeje suas compras
Avalie se os itens em promoção realmente são necessários. Caso precise parcelar, certifique-se de que o compromisso cabe no orçamento.
4. Utilize ferramentas de controle financeiro
Escolha uma ferramenta que seja prática e funcional para você. O hábito de registrar as despesas ajuda a evitar surpresas.
5. Invista no seu futuro
Inclua a capacitação profissional no planejamento financeiro. Essa pode ser a chave para um aumento significativo da renda.
Planejamento hoje, tranquilidade amanhã
Controlar as finanças no fim do ano não é apenas uma questão de disciplina; é um passo importante para iniciar o próximo ano sem dívidas e com objetivos claros. Seguindo as orientações de especialistas como Emily Góes, é possível transformar um período de alto consumo em uma oportunidade de equilíbrio e crescimento. Afinal, o verdadeiro presente de fim de ano é a segurança financeira.