
Coração e rins em risco campanha nacional alerta para a síndrome cardiorrenal em cães e gato
Entenda a relação entre doenças cardíacas e renais em cães e gatos e descubra como a campanha da VetFamily está revolucionando o cuidado com os animais.
Um Alerta para Donos de Pets
Se você é pai ou mãe de pet, já deve ter percebido como a saúde dos nossos companheiros pode ser frágil, especialmente na fase idosa. Um dia, seu cachorro está brincando no jardim, e no outro, parece cansado ou com dificuldade para respirar. Esses sinais, muitas vezes subestimados, podem ser o primeiro indício de uma condição grave: a síndrome cardiorrenal (SCR) .
Recentemente, a VetFamily , maior comunidade de médicos-veterinários do Brasil e do mundo, lançou a campanha “Rins e coração, saúde em conexão” para conscientizar sobre essa síndrome complexa que afeta milhares de animais. Como blogueiro, mergulhei fundo no tema para trazer informações precisas e, claro, um olhar positivo sobre como a medicina veterinária está evoluindo para salvar vidas.
Por que esse tema é urgente?
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde Animal , cerca de 30% dos cães e 25% dos gatos com mais de 10 anos desenvolvem doenças crônicas, muitas delas relacionadas ao coração ou aos rins. A SCR, no entanto, é subdiagnosticada, o que aumenta os riscos de complicações fatais.
O Que É a Síndrome Cardiorrenal?
A síndrome cardiorrenal descreve a interação entre disfunções cardíacas e renais, em que o mau funcionamento de um órgão agrava o outro. Segundo Henry Berger , Head Latam e Diretor-Geral da VetFamily no Brasil:
“Avaliando dados globais, podemos estimar que cerca de 10% dos cães e 15% dos gatos desenvolvem doenças do coração, e 10% dos cães e 30% dos gatos com mais de 15 anos possuem doença renal crônica (DRC). Isso comprova a relevância de uma campanha que esclareça a população” .
Em outras palavras: coração e rins estão conectados. Um diagnóstico tardio em um órgão pode desencadear uma cascata de problemas no outro. Por isso, a prevenção é a chave.
A ciência por trás da conexão
O coração e os rins estão interligados por mecanismos fisiológicos complexos. O coração bombeia sangue para os rins, garantindo sua oxigenação e funcionamento. Já os rins regulam a pressão arterial e eliminam toxinas, evitando sobrecarga cardíaca. Quando um dos órgãos falha, o outro entra em “modo de compensação”, o que, a longo prazo, pode levar à exaustão de ambos.
Os 5 Tipos de Síndrome Cardiorrenal: Entenda a Classificação
A literatura veterinária descreve cinco subtipos de SCR, cada um com características específicas:
- Síndrome cardiorrenal aguda (Tipo 1) :
Causada por uma disfunção cardíaca súbita (como choque cardiogênico), que leva à lesão renal aguda.- Exemplo prático : Um cão idoso com insuficiência cardíaca congestiva pode desenvolver retenção de líquidos, reduzindo o fluxo sanguíneo renal.
- Síndrome cardiorrenal crônica (Tipo 2) :
Associada a doenças cardíacas crônicas, como a doença degenerativa mitral, que prejudicam a perfusão renal.- Impacto : A redução do fluxo sanguíneo aos rins pode acelerar a progressão da DRC.
- Síndrome renocardíaca aguda (Tipo 3) :
Ocorre quando um evento renal agudo (como uma infecção grave) desencadeia disfunção cardíaca.- Caso clínico : Gatos com obstrução uretral podem desenvolver hipertensão aguda, sobrecarregando o coração.
- Síndrome renocardíaca crônica (Tipo 4) :
A doença renal crônica primária causa hipertrofia ventricular e aumenta o risco de arritmias.- Dado crítico : 40% dos gatos com DRC desenvolvem hipertensão, segundo estudo da Journal of Veterinary Internal Medicine .
- Síndrome cardiorrenal secundária (Tipo 5) :
Distúrbios sistêmicos (como sepse ou pancreatite) afetam simultaneamente coração e rins.- Complexidade : Nesses casos, o tratamento requer abordagem multidisciplinar para controlar a causa primária.
Por que a classificação importa?
Cada tipo demanda estratégias terapêuticas distintas. Por exemplo, um cão com SCR Tipo 2 pode precisar de medicamentos para melhorar a função cardíaca, enquanto um gato com Tipo 4 necessita de controle rigoroso da pressão arterial.
Sinais de Alerta: O Que Observar no Seu Pet
Identificar a SCR precocemente pode salvar a vida do seu animal. Fique atento a estes sintomas:
- Cardíacos :
- Tosse seca persistente (especialmente à noite).
- Intolerância a exercícios (recusa a brincar ou caminhar).
- Desmaios ou episódios de síncope.
- Abdômen inchado (acúmulo de líquido).
- Renais :
- Aumento do consumo de água (polidipsia).
- Urinação excessiva (poliúria).
- Perda de peso abrupta e apatia.
- Vômitos frequentes e halitose (sinal de toxinas acumuladas).
Como destaca Beatriz Alves de Almeida , médica-veterinária da VetFamily:
“O diagnóstico precoce é determinante para um manejo eficiente. Reforçamos a importância de consultas regulares” .
Quando procurar um veterinário?
Se seu pet apresentar dois ou mais sintomas acima, principalmente após os 7 anos de idade, agende uma avaliação imediatamente. Lembre-se: animais idosos devem fazer check-ups semestrais.
Diagnóstico: Exames que Fazem a Diferença
Para confirmar a SCR, os veterinários utilizam uma combinação de exames:
- Cardíacos :
- Radiografia torácica : Avalia o tamanho do coração e detecta edema pulmonar.
- Eletrocardiograma (ECG) : Identifica arritmias como a fibrilação atrial, comum em cães com doença valvar.
- Ecocardiograma : Fornece imagens detalhadas do músculo cardíaco e do fluxo sanguíneo.
- Renais :
- Dosagem de SDMA : Biomarcador que detecta insuficiência renal até 40% antes dos exames tradicionais.
- Ultrassonografia abdominal : Revela alterações como rins diminuídos ou cistos.
Inovações tecnológicas
Recentemente, a telemetria cardíaca e o uso de dispositivos wearables para pets têm auxiliado no monitoramento contínuo, especialmente em casos crônicos.
Tratamento Multidisciplinar: Medicamentos e Cuidados Diários
O manejo da SCR exige uma abordagem integrada:
- Medicamentos :
- Pimobendan : Aumenta a eficiência do coração sem sobrecarregá-lo. Estudos mostram que reduz em 30% o risco de morte súbita em cães.
- Telmisartan : Bloqueador de receptores de angiotensina, ideal para controle da hipertensão renal.
- Eritropoietina : Usada em casos de anemia grave associada à DRC.
- Cuidados complementares :
- Dieta renal : Redução de fósforo e proteínas de alta qualidade para minimizar o estresse renal.
- Suplementos : Ômega-3 e antioxidantes ajudam a reduzir a inflamação sistêmica.
- Fluidoterapia subcutânea : Recomendada para animais desidratados ou com insuficiência renal avançada.
O papel do dono
Além do tratamento veterinário, os responsáveis devem:
- Monitorar diariamente o consumo de água e a frequência urinária.
- Evitar alimentos industrializados com alto teor de sódio.
- Proporcionar ambiente calmo para reduzir o estresse do animal.
A Campanha da VetFamily: Conectando Esforços pela Saúde Animal
A campanha “Rins e coração, saúde em conexão” vai além da conscientização. Ela une:
- Responsáveis por pets : Oferecendo materiais educativos como e-books e vídeos explicativos.
- Médicos-veterinários : Capacitando profissionais com cursos online e protocolos atualizados.
- Indústria farmacêutica : Contando com o apoio de gigantes como Boehringer Ingelheim, Dechra e Elanco .
Resultados já alcançados
Desde o lançamento, a campanha capacitou mais de 5.000 veterinários no Brasil e distribuiu 20 mil kits informativos para tutores.
Como participar?
Acesse o Hub da VetFamily para:
- Baixar guias práticos sobre SCR.
- Agendar consultas com especialistas.
- Participar de webinars gratuitos.
Seu Pet Merece uma Vida Plena
A síndrome cardiorrenal é um desafio, mas não uma sentença. Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e amor, nossos pets podem viver com qualidade. Como dono do Master Maverick , fico feliz em compartilhar histórias que não só informam, mas também inspiram cuidados conscientes.