4ª Mostra de Cinema IFÉ: Um Mergulho na Diversidade Audiovisual

Filme ‘Pedagogias da Navalha’ – Divulgação

Quando me deparei com a programação da 4ª Mostra de Cinema IFÉ, fiquei profundamente impactado. Não só pelo nível de curadoria envolvido, mas também pela proposta de um evento tão necessário no cenário audiovisual brasileiro. É aquele tipo de evento que te faz refletir sobre o que o cinema, de fato, representa: uma poderosa ferramenta de transformação, reflexão e resistência. De 25 a 29 de setembro, o Rio de Janeiro será palco desse encontro de visões que valorizam as vozes negras, indígenas e LGBTQIA+ em nossa sociedade.

E, acredite, você não vai querer perder. É mais do que uma mostra de cinema, é um verdadeiro grito por representatividade e inovação.

O que a Mostra IFÉ representa para o audiovisual brasileiro

A Mostra IFÉ, que chega à sua 4ª edição, já se consolidou como um espaço de referência para produções que desafiam as normas do cinema tradicional. Com um foco especial em criadores negros, indígenas e LGBTQIA+, a mostra se propõe a ser um palco para histórias que, muitas vezes, não encontram lugar nas grandes produções comerciais. E essa é a beleza do evento: dar visibilidade a narrativas que são muitas vezes marginalizadas, mas que têm uma potência inegável.

Quando falamos de um evento como esse, não estamos apenas comentando sobre filmes sendo exibidos. Estamos tratando de novas perspectivas sendo apresentadas ao público. Não é só cinema pelo cinema. É sobre as histórias, os olhares e as dores que esses realizadores trazem consigo. E isso é algo que, na minha opinião, faz toda a diferença. Ver uma mostra tão plural e inclusiva é um alívio em meio a um cenário audiovisual que, muitas vezes, segue padrões excludentes e homogeneizados.

Uma programação que vai além das telas

É impossível falar da 4ª Mostra IFÉ sem destacar o quão vasta e completa é sua programação. Não estamos falando apenas de exibições de filmes, mas de uma experiência imersiva que inclui oficinas, debates, masterclasses e bate-papos com realizadores. Tudo isso com entrada gratuita, o que amplia ainda mais o acesso a esse tipo de conteúdo.

No total, serão 20 filmes exibidos ao longo de quatro dias, sempre seguidos por bate-papos com os diretores. Entre os títulos estão “Pedra Polida” (2022), de Danny Barbosa, e “Ficção Suburbana” (2023), de Rossandra Leone, ambos exemplos de obras que desafiam a narrativa convencional e trazem uma visão de mundo muitas vezes ignorada pela grande mídia.

O evento não se restringe ao Cinema Nosso, um espaço já conhecido no Rio de Janeiro, mas também se expande para o MUHCAB – Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira. E isso faz todo o sentido, considerando que a própria essência da mostra está intrinsecamente ligada à valorização da história e da cultura afro-brasileira.

Oficinas e Masterclasses: uma oportunidade única

Além das exibições de filmes, o espaço de formação é uma das grandes marcas da Mostra IFÉ. E é aí que, para mim, o evento realmente brilha. A formação gratuita de jovens, especialmente negros, indígenas e LGBTQIA+, é um dos principais objetivos da mostra. Essas oficinas e masterclasses são uma verdadeira porta de entrada para que novos talentos possam se desenvolver e, quem sabe, até iniciar suas trajetórias no audiovisual.

Destaco aqui dois grandes nomes que vão estar na linha de frente dessas atividades: Roberta Holiday e os Irmãos Carvalho. No dia 25 de setembro, Roberta Holiday dará a oficina “Arte e Imaginários Possíveis”, que vai explorar conceitos de arte e criatividade, inspirada pelos pensamentos de Bell Hooks e Conceição Evaristo. Já no dia 26, os Irmãos Carvalho, conhecidos por suas produções que retratam a favela de forma realista e respeitosa, ministrarão a oficina “Direção pra favela – Entenda como fazer um filme por trás das câmeras”. Esses são só alguns exemplos do quão rica será essa oportunidade de aprendizado.

Se você é alguém que deseja entrar para o mercado audiovisual, ou já atua nele, não pode perder essas oportunidades. A formação oferecida pela Mostra IFÉ é um diferencial que vai muito além do conhecimento técnico; é sobre entender a importância da representatividade e como isso pode transformar a indústria do cinema no Brasil.

Reflexões sobre ancestralidade e futuro

Outro ponto que me chamou a atenção na programação da Mostra IFÉ foi a escolha temática para as exibições. Divididos em quatro eixos – “Afetividades Negras”, “Memórias não-lineares do tempo”, “Mitologias afro diaspóricas” e “Futuridades Ancestrais” – os filmes refletem sobre o tempo, a imaginação e narrativas futuras. Cada um desses eixos explora um aspecto da cultura negra e indígena, proporcionando uma jornada reflexiva para o público.

Esses temas me lembram como é importante olharmos para nossas raízes ao mesmo tempo em que projetamos um futuro possível e mais inclusivo. E, pessoalmente, vejo essa como uma das grandes contribuições do evento: nos levar a imaginar novas realidades, novas formas de convivência e respeito à diversidade.

Shows que vão além da tela

A Mostra IFÉ também não se limita ao cinema. A programação cultural é completa e inclui shows musicais que prometem agitar as noites cariocas. No dia 27 de setembro, às 20h, a cantora Azula sobe ao palco para um show que mistura diversas influências e promete uma performance vibrante. Já no dia 29 de setembro, às 18h30, o evento será encerrado com uma roda de samba conduzida pelo grupo Moça Prosa. Essa mistura de artes – cinema, música, debates – torna a experiência ainda mais rica e abrangente.

Os paineis formativos: debates necessários

Outro grande destaque são os paineis formativos. Para mim, esse é o ponto onde a Mostra IFÉ realmente se diferencia de outros eventos de cinema. A programação não se limita a exibir filmes, mas propõe uma série de discussões que visam ampliar o debate sobre a representatividade no audiovisual. Os paineis são uma verdadeira aula sobre as múltiplas camadas que envolvem a produção de conteúdo no Brasil, especialmente quando pensamos na perspectiva de minorias étnicas e de gênero.

Entre os paineis, destaco “Imaginário ancestral do audiovisual – Refletindo sobre o cinema pelo olhar dos povos originários” e “O futuro do som – Refletindo sobre as possibilidades sonoras no audiovisual”. Essas discussões são vitais, não só para quem está começando no mercado, mas também para quem já atua nele e precisa constantemente repensar suas práticas e perspectivas.

Por que você deve participar da 4ª Mostra IFÉ?

Eu acredito que a resposta a essa pergunta é simples: a Mostra IFÉ é um espaço de aprendizado, reflexão e celebração da diversidade. O evento oferece uma oportunidade única para quem deseja se aprofundar no audiovisual, seja como espectador ou como criador.

Se você, assim como eu, acredita que o cinema pode ser um espaço de transformação social, não pode deixar de participar dessa edição. A Mostra IFÉ vai muito além de exibir filmes; ela fomenta o pensamento crítico, oferece formação gratuita para jovens talentos e promove a valorização de narrativas que, muitas vezes, ficam à margem do grande circuito comercial.

Um pequeno resumo do que esperar:

  • Datas: De 25 a 29 de setembro
  • Local: Cinema Nosso (25 e 26) e MUHCAB (27 a 29)
  • Exibições de filmes: 20 filmes, divididos em quatro eixos temáticos
  • Atividades formativas: Oficinas, masterclasses e painéis gratuitos
  • Shows: Azula (27 de setembro) e Moça Prosa (29 de setembro)

Se você quiser conferir a programação completa e detalhes sobre como participar das oficinas e atividades formativas, basta acessar o site oficial da Mostra IFÉ. Para garantir seu ingresso, é só acessar o Sympla.

Para quem está em busca de um cinema que represente a pluralidade do Brasil e de nossa cultura, a Mostra IFÉ é um verdadeiro oásis.

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