Dia Internacional da Conscientização sobre Perdas e Desperdício de Alimentos: Como Evitar o Desperdício de Frutas e Verduras

Crédito: Divulgação

O desperdício de alimentos e suas implicações

A cada dia que passa, nos deparamos com desafios que, embora pareçam distantes da nossa realidade, estão mais próximos do que imaginamos. O Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, também carrega o fardo de ser um dos países que mais desperdiçam alimentos. E é difícil não refletir sobre esse paradoxo. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 30% dos alimentos produzidos em território nacional são desperdiçados anualmente, o que equivale a aproximadamente 46 milhões de toneladas de comida jogadas fora. Impressionante, não?

Essa realidade é uma das razões pela qual o Dia Internacional da Conscientização sobre Perdas e Desperdício de Alimentos, celebrado em 29 de setembro, ganha tanta importância. O desperdício ocorre em várias etapas, desde o transporte, manuseio e armazenagem, até no momento em que os alimentos chegam ao consumidor final. Além disso, fatores como condições climáticas adversas, infraestrutura precária e critérios estéticos são contribuintes significativos. No entanto, uma grande parte do desperdício acontece em nossas casas, muitas vezes por pura falta de atenção ou conhecimento adequado sobre conservação e uso dos alimentos.

O papel do consumidor na redução do desperdício

Em tempos em que a insegurança alimentar atinge milhões de brasileiros, não podemos mais fechar os olhos para esse problema. É necessário que todos nós, enquanto sociedade, assumamos um papel ativo na luta contra o desperdício. E esse papel começa nas nossas casas, no momento em que decidimos o que comprar, como armazenar e, principalmente, como consumir esses alimentos. Eu sempre tive esse olhar crítico sobre o tema, e acredito que a mudança individual pode ter um impacto coletivo poderoso.

A nutricionista e professora do Centro Universitário UniFG, Érika Vanessa Martins, também compartilha dessa visão. Para ela, a responsabilidade pelo desperdício deve ser encarada tanto de forma coletiva quanto individual. Segundo Érika, a escolha correta dos alimentos é essencial para reduzir o desperdício. Na prática, o que ela sugere é algo simples, mas eficaz: devemos usar todos os nossos sentidos na hora de selecionar frutas e verduras no mercado. Parece uma dica óbvia, mas você já parou para pensar quantas vezes compramos frutas apenas pela aparência ou hábito, sem realmente prestar atenção na sua qualidade?

Ela aconselha, por exemplo, que ao pegar uma fruta ou um legume, devemos apertar levemente para sentir sua firmeza. Se o alimento estiver mole ou com odor forte, provavelmente já passou do ponto de consumo. Esse simples toque pode evitar que levemos para casa algo que acabará no lixo em poucos dias.

A cor e o aspecto dos alimentos: aliados contra o desperdício

Outro ponto interessante levantado pela nutricionista é a importância da cor na hora da escolha. Cada fruta, cada verdura, tem suas próprias características visuais, e entender essas nuances pode fazer a diferença entre consumir um alimento fresco e saudável ou jogar fora algo que se deteriorou rapidamente.

Pegue, por exemplo, o limão. Segundo Érika, a casca brilhante indica maior quantidade de suco, enquanto uma casca opaca pode sugerir que o fruto foi colhido há mais tempo. Da mesma forma, folhas amareladas ou esbranquiçadas indicam que estão no fim da linha, enquanto as mais firmes e verdes tendem a durar mais. Esses pequenos detalhes fazem toda a diferença na hora de escolher, e o impacto é direto no nosso bolso e na quantidade de comida que desperdiçamos.

Como alguém que cresceu ouvindo minha avó dizer para escolher os melhores tomates “pela mão”, vejo como essas dicas antigas ainda são preciosas nos dias de hoje. Muitas vezes, essa sabedoria popular, agora reforçada por nutricionistas, é o caminho para evitar que toneladas de alimentos sejam descartadas inutilmente.

Aproveitamento integral: mais nutrientes e menos desperdício

Além da escolha correta dos alimentos, outro aspecto fundamental para combater o desperdício é o aproveitamento integral dos alimentos. E aqui confesso que, até alguns anos atrás, eu mesmo não prestava tanta atenção nisso. Quantas vezes jogamos fora cascas, talos e sementes sem sequer pensar no seu valor nutricional?

Érika Vanessa nos lembra que essas partes, muitas vezes ignoradas, são fontes ricas de fibras, vitaminas e minerais. Incorporar essas partes comestíveis nas refeições pode enriquecer nossa dieta e, ao mesmo tempo, reduzir significativamente o volume de resíduos que geramos. Não é uma questão de “gastar menos”, mas de otimizar o que temos em mãos, tirando o máximo proveito.

Como conservar adequadamente frutas e verduras

Outro ponto que acho crucial, e que sempre me intrigou, é a conservação dos alimentos. Frutas e verduras, por serem alimentos perecíveis com alto teor de água, exigem cuidados específicos para que durem mais tempo. E, muitas vezes, a falta de conhecimento sobre como armazená-los de forma correta resulta em perda precoce de qualidade e, claro, desperdício. Eu mesmo já perdi a conta de quantas vezes comprei mais bananas do que podia consumir e acabei jogando fora algumas delas.

A dica da nutricionista para manter frutas e verduras sempre frescas é mantê-las em locais arejados, com boa iluminação natural e longe da umidade. Isso faz todo o sentido, já que locais úmidos são verdadeiros criadouros de bactérias e outros microrganismos que aceleram a decomposição dos alimentos. Aqui, a organização da geladeira também entra como um fator importante. Ao evitar que alimentos se amontoem e obstruam a circulação de ar frio, garantimos uma melhor conservação.

Eu particularmente comecei a prestar mais atenção a esses detalhes em casa, e o resultado tem sido positivo. Não só a comida dura mais tempo, como também consigo aproveitar melhor cada item antes de fazer uma nova compra. Um ponto de atenção que Érika também levanta é o cuidado com a data de validade. Muitas vezes, esquecemos alimentos no fundo da geladeira ou do freezer, e quando os encontramos, já passaram do prazo.

Dicas práticas para organizar a geladeira e evitar o desperdício

Agora, se você está se perguntando como aplicar tudo isso na prática, aqui estão algumas dicas úteis e diretas que, pessoalmente, já adotei no meu dia a dia e que fazem toda a diferença:

1. Organização é a chave

Manter a geladeira organizada não é apenas uma questão de estética, mas de funcionalidade. Alimentos bem organizados facilitam o controle de validade e evitam que estraguem sem que percebamos. Use etiquetas para datar os alimentos congelados, isso ajuda muito.

2. Utilize recipientes fechados

Sempre que possível, guarde alimentos em recipientes bem fechados. Isso preserva suas características, principalmente se forem líquidos ou alimentos que ressecam facilmente.

3. Proteja os vegetais folhosos

Verduras e legumes devem ser guardados em sacos plásticos, preferencialmente na gaveta específica para eles. Isso protege os alimentos e ajuda a evitar o ressecamento, aumentando sua vida útil.

4. Secar os alimentos antes de guardar

Secar os alimentos antes de armazená-los no refrigerador evita a proliferação de bactérias e prolonga a conservação.

5. Mantenha as saídas de ar livres

Deixar as saídas de ar da geladeira desobstruídas garante uma melhor circulação de ar frio, o que favorece a conservação dos alimentos.

Conclusão

Reduzir o desperdício de alimentos é uma tarefa que envolve uma mudança de comportamento, atenção aos detalhes e, acima de tudo, consciência. Ao aplicarmos pequenas ações no nosso cotidiano, como escolher melhor os alimentos, aproveitá-los integralmente e conservá-los de forma adequada, não estamos apenas economizando dinheiro, mas também contribuindo para um futuro mais sustentável e justo.

Afinal, em um mundo onde tantas pessoas sofrem com a insegurança alimentar, desperdiçar comida é algo que não podemos mais nos permitir. Por isso, ao ler essas dicas, convido você a refletir sobre como tem tratado os alimentos em sua casa e o que pode fazer para reduzir o desperdício.

Se quiser saber mais sobre como fazer a diferença, acesse o Centro Universitário UniFG e confira outros conteúdos sobre sustentabilidade e alimentação consciente.

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