Por Rafael Ramos
A Eletronuclear, uma empresa líder no setor de energia nuclear, acaba de lançar um marco inovador na área de treinamento de operadores nucleares na América do Sul. Este avanço revolucionário é resultado do desenvolvimento do primeiro simulador em realidade virtual da região, que promete melhorar significativamente a capacitação e aprimorar a segurança das operações na central nuclear de Angra dos Reis.
Os operadores nucleares desempenham um papel vital na garantia da operação segura e eficiente das usinas nucleares. Eles são divididos em duas categorias principais: aqueles que trabalham na sala de controle das usinas e os operadores de área, que realizam tarefas presencialmente em instalações físicas específicas, como os edifícios do reator, sistemas elétricos, turbogeradores e tomada d’água.
A missão desses profissionais é manter o funcionamento contínuo dos diversos sistemas das usinas, além de estar preparados para lidar com situações operacionais e emergências, a fim de prevenir acidentes que possam afetar o meio ambiente e a população, garantindo a produção segura de energia nuclear.
Gustavo Pinheiro, instrutor do simulador de Angra 2, destaca a importância deste avanço tecnológico: “Os operadores sempre receberam um excelente treinamento. Entretanto, a parte prática é muito mais difícil de ser realizada por aqueles que atuam no campo. A nova tecnologia contribui para que conheçam as manobras mais delicadas na prática, antes de entrar na usina nuclear, complementando o treinamento já existente.”
A Eletronuclear já havia investido em simuladores físicos para Angra 1 e Angra 2, que reproduzem fielmente as salas de controle dessas usinas. Agora, o simulador em realidade virtual vem para aprimorar ainda mais a formação e requalificação dos operadores que atuam nesse ambiente crítico.
O simulador virtual tem como principal função simular a operação das bombas de água de refrigeração principal, responsáveis por conduzir a fonte fria (água do mar) para os condensadores, que transformam o vapor d’água na saída das turbinas em água líquida. O sistema é capaz de reproduzir possíveis falhas previstas no manual de operação, proporcionando uma experiência imersiva e realista para os especialistas. Isso inclui desafios como lidar com o som ambiente, a localização física dos instrumentos e as funcionalidades do painel de controle.
O projeto do simulador em realidade virtual foi desenvolvido por Gustavo Pinheiro em 2021, como parte de sua tese de mestrado apresentada no programa de pós-graduação em Ciência e Tecnologia Nucleares do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Em seguida, a Eletronuclear contratou uma empresa para transformar o projeto em realidade.
A acessibilidade ao simulador é um aspecto importante desse avanço. Todos os profissionais da Eletronuclear podem utilizá-lo por meio de computadores com telas de toque, garantindo uma experiência contínua e eficaz de treinamento. Além disso, em 2023, a empresa realizou o primeiro teste da tecnologia aplicada em capacetes de realidade virtual 3D, expandindo ainda mais as opções de treinamento imersivo.
Gustavo Pinheiro, que já atuou como operador de área, destaca a importância dessa inovação: “Eu já fui operador de área e sentia a necessidade de treinar na prática antes de fazer minhas tarefas para valer, situação que só era possível em casos especiais, como durante uma parada da usina para troca de combustível. Sem dúvidas, o simulador em realidade virtual se soma aos outros protocolos de segurança já estabelecidos pela Eletronuclear.”
O lançamento deste simulador em realidade virtual representa um salto significativo na capacitação de operadores nucleares na América do Sul, destacando o compromisso contínuo da Eletronuclear com a excelência operacional e a segurança em suas instalações. Esta inovação promete contribuir para a formação de profissionais mais capacitados e preparados para enfrentar os desafios complexos do setor nuclear. Com uma abordagem pioneira e vanguardista, a Eletronuclear demonstra mais uma vez sua liderança na indústria de energia nuclear.