Tatiana Mattos*
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que a infertilidade pode causar estresse físico e psicológico, afetando o bem-estar mental e social das pessoas. Pesquisas mostram que o estresse psicossocial pode ter um impacto negativo na fertilidade, diminuindo tanto a taxa de gravidez espontânea quanto as chances de sucesso em tratamentos como a fertilização in vitro (FIV).
Estima-se que até 50% das pessoas com infertilidade não buscam avaliação médica, e até 25% desistem dos tratamentos devido ao estresse. Além dos desafios financeiros, a necessidade de conciliar compromissos profissionais com a realização de exames e procedimentos também contribui para essa desistência.
A fertilização in vitro (FIV), por exemplo, envolve várias etapas, como exames, uso de medicações injetáveis, ultrassonografias frequentes, punção de folículos e transferência de embriões. Além do desconforto físico, a ansiedade diante desses obstáculos é significativa. Nesse contexto, o apoio e a participação ativa do parceiro ou parceira tornam-se fundamentais para enfrentar o processo com mais resiliência.
Durante o tratamento de FIV, é fundamental que os futuros pais prestem atenção a vários aspectos importantes, como apoio emocional, compreensão do procedimento, cuidados com a saúde, consultas médicas, suporte prático e comunicação aberta. Dividir as responsabilidades financeiras e burocráticas pode ser uma estratégia eficaz para evitar desgastes, permitindo que o casal distribua as tarefas de acordo com suas habilidades e disponibilidade, aliviando a carga emocional. Além disso, acompanhar os ultrassons de rastreamento ao longo do processo é crucial. Estar presente nesses momentos fortalece a comunicação com a equipe médica, ajuda a compreender melhor o progresso do tratamento e facilita a tomada de decisões conjuntas.
Em momentos específicos, como o dia da punção folicular, é especialmente encorajador que o companheiro ou companheira esteja presente. Esse é um momento decisivo no processo, e o apoio emocional é inestimável. Estar ao lado da parceira durante a punção oferece conforto, permite compartilhar a experiência e ajuda a enfrentar a ansiedade juntos, além de marcar um ponto significativo do tratamento, quando se descobre quantos óvulos foram coletados para fertilização.
O dia da transferência do embrião também é crucial, envolvendo apoio emocional, tomada de decisões conjuntas, fortalecimento do vínculo e redução do estresse. A participação ativa do parceiro ou parceira permite uma compreensão mais profunda do processo, tornando-o mais envolvido e capacitado para oferecer um apoio eficaz.
Outro momento chave é o dia do teste de BHCG. Se o resultado for positivo, ambos podem celebrar essa conquista juntos. Se houver desafios, enfrentá-los como casal fortalece a união e a capacidade de superação, permitindo uma reflexão conjunta sobre os próximos passos.
Em resumo, a participação do parceiro ou parceira é essencial para fortalecer a relação e oferecer o apoio emocional necessário ao enfrentarem juntos o tratamento de fertilização in vitro. Lembre-se, o apoio mútuo é vital para superar esse período desafiador.
*Tatiana Mattos é enfermeira e gestora da clínica Origen BH