Hip hop também se aprende na escola e desenvolve criatividade, expressão corporal e artística em crianças

Vamos bater um papo sobre algo incrível que está rolando na Escola Lumiar Pinheiros: o hip hop invadindo as salas de aula e revolucionando a maneira como as crianças aprendem e se expressam. Sabe aquela ideia de que a escola é só um lugar de aprendizado teórico? Na Lumiar, isso já era. A pegada aqui é transformar o aprendizado em algo vivo, dinâmico e conectado com o mundo real. E o hip hop está fazendo um trabalho e tanto nesse sentido.

O Hip Hop como Ferramenta de Aprendizado

Imagina só: você está na escola, mas em vez de ficar apenas decorando fórmulas e datas, você se movimenta, dança, rabisca nas paredes (de um jeito artístico, claro), e ainda por cima, aprende sobre história, cultura e cidadania. Esse é o tipo de experiência que a diretora pedagógica da Lumiar Pinheiros, Dalila Honorato Parente, está defendendo com unhas e dentes. Ela acredita que o hip hop não é só sobre dança ou música; é uma verdadeira aula sobre a vida, que conecta diferentes áreas do conhecimento de uma forma super envolvente.

Dalila explica que o hip hop oferece um contexto riquíssimo para explorar conteúdos escolares de forma transdisciplinar. Ou seja, em vez de estudar cada matéria isoladamente, os alunos conseguem conectar o que aprendem em história, arte, educação física e até literatura, tudo através do hip hop. Isso faz com que o aprendizado seja muito mais significativo e interessante para as crianças, que se veem imersas em uma cultura viva e pulsante.

Como Tudo Começou na Lumiar Pinheiros

A história do hip hop na Escola Lumiar Pinheiros é inspiradora. Tudo começou devagar, quase sem que os alunos percebessem, até que o movimento tomou conta da escola. E sabe por quê? Porque eles têm um mestre que não só ensina hip hop, mas vive e respira essa cultura. Jackson Roberto Nascimento Casemiro, ou simplesmente Zulu, como é conhecido na cena, é o grande responsável por essa transformação. Ele é aquele tipo de professor que você sabe que faz a diferença.

Zulu começou a dançar break, grafitar e escrever rap com apenas 12 anos, e desde então, o hip hop virou sua vida. Na Lumiar, ele não só ensina os movimentos complexos da dança, mas também instila autoconfiança nos alunos. Imagine a cena: uma criança que passou dias tentando aprender um movimento de break, finalmente consegue. A alegria e a confiança que vêm desse pequeno triunfo são incomparáveis. Zulu comenta que muitos de seus alunos já estão participando de batalhas de dança, competindo não só com outras crianças, mas também com adultos.

A Transdisciplinaridade do Hip Hop

O hip hop é mais do que só ritmo e rima; ele é uma forma de expressão que carrega consigo uma história rica e multifacetada. Para Dalila, esse é um dos maiores trunfos do hip hop na educação. Ele não se restringe a uma única forma de arte ou conhecimento. O hip hop é grafite, é break, é MC e DJ, é história, é resistência cultural, é moda, é música, é poesia. Cada um desses elementos traz consigo um universo de possibilidades para se aprender de forma integrada e transdisciplinar.

Dalila explica que através do hip hop, os alunos da Lumiar aprendem sobre:

  1. Educação Literária: Eles desenvolvem a criatividade, o pensamento crítico e aprendem sobre as culturas afro-americana e latino-americana, analisando letras de rap e entendendo o contexto social e histórico do hip hop.
  2. Arte e Educação Visual: O grafite e a arte de rua entram em cena, permitindo que os alunos explorem a cultura visual de maneira prática e impactante.
  3. Educação Física: O breakdance não é só dança; é uma forma intensa de atividade física que desenvolve coordenação, ritmo e expressão artística.
  4. Educação Musical: Aqui, a história da música urbana é desvendada, e os alunos têm contato direto com os elementos sonoros que compõem o hip hop.
  5. Educação para a Cidadania: O hip hop sempre foi uma voz para os oprimidos, abordando questões como desigualdade, racismo e justiça social. Na escola, ele serve como um poderoso instrumento de ativismo cultural e político.

O Break nas Olimpíadas: Um Novo Horizonte

Você sabia que o break vai estrear como esporte nas Olimpíadas de Paris em 2024? Isso mesmo! E para Zulu, essa é uma oportunidade gigantesca para os bboys e bgirls da Lumiar Pinheiros. Ele acredita que a inclusão do break nas Olimpíadas não só dá visibilidade ao esporte, mas também abre portas para que os alunos que praticam essa dança na escola se desenvolvam como verdadeiros atletas.

Um exemplo claro do impacto que o hip hop pode ter nas vidas dessas crianças é o bboy Perninha. Um atleta que vem se destacando em competições mundiais, Perninha foi convidado por Zulu para visitar a escola e compartilhar sua história. A experiência foi marcante, tanto para os alunos quanto para o próprio Perninha. As crianças ficaram encantadas ao vê-lo dançar, e a oficina de break que ele conduziu foi uma fonte inesgotável de inspiração.

Alternativas ao Esporte Tradicional

Quando a gente pensa em esporte na escola, geralmente vem à mente futebol, vôlei, basquete, essas coisas. Mas e se as crianças não se identificam com esses esportes? Na Lumiar, a resposta é simples: ofereça alternativas que respeitem as preferências e a personalidade de cada aluno. O break entra aí como uma excelente opção de atividade física, que além de desenvolver habilidades motoras, também melhora a autoestima e a confiança das crianças.

Dalila destaca que a proposta da escola é justamente essa: criar um ambiente onde os alunos possam descobrir suas vocações. E o hip hop, com toda sua riqueza cultural e artística, é uma ferramenta perfeita para isso. A Lumiar já realizou vários projetos de hip hop em suas unidades, e a diretora garante que outros virão. Sempre que surgir uma oportunidade de incluir o hip hop dentro do contexto escolar, a Lumiar estará pronta para abraçar.

Um Pouco Sobre a Escola Lumiar

Para quem não conhece, a Escola Lumiar foi fundada em 2003 por um grupo de educadores visionários que queriam transformar a educação no Brasil. A metodologia da Lumiar é focada na autonomia e na individualidade de cada aluno. A escola funciona com base em seis pilares fundamentais: tutores e mestres, currículo em Mosaico, aprendizagem ativa, avaliação integrada, multietariedade e gestão participativa. Na prática, isso significa que os alunos têm a liberdade de explorar seus interesses, ao mesmo tempo em que desenvolvem as habilidades e os conhecimentos necessários para a vida.

Com uma abordagem tão inovadora e conectada com o mundo real, não é de se admirar que a Lumiar Pinheiros tenha incorporado o hip hop em sua proposta pedagógica. Afinal, a escola está sempre em busca de novas maneiras de enriquecer o aprendizado dos alunos e prepará-los para um futuro onde criatividade, autoconfiança e expressão pessoal serão mais importantes do que nunca.

Então, da próxima vez que alguém te falar que hip hop é só música ou dança, você já sabe: ele é muito mais do que isso. Na Escola Lumiar Pinheiros, o hip hop é uma ferramenta poderosa de aprendizado, que está transformando vidas e abrindo novos horizontes para as crianças.


Se você se interessa por assuntos de educação inovadora e novas formas de aprendizado, confira mais artigos como este em Master Maverick. Aqui, a gente acredita que aprender pode ser divertido, dinâmico e conectado com o que realmente importa!

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