Uma Jornada Pelo Passado e Pelo Presente da Amazônia
Se você, como eu, é fascinado pelo entrelaçamento entre história e natureza, a segunda temporada da série “Amazônia, Arqueologia da Floresta” promete ser um deleite para os olhos e para a mente. Sob a direção de Tatiana Toffoli, essa temporada estreia no dia 11 de setembro no SescTV, e eu não poderia estar mais empolgado para acompanhar essa nova fase da série.
Explorando o Passado na Floresta Amazônica
A segunda temporada da série se desenrola em quatro episódios e leva os espectadores a uma jornada impressionante ao sítio arqueológico de Teotônio, localizado em Rondônia, na vasta e misteriosa Amazônia. Sob a coordenação do renomado arqueólogo Eduardo Góes Neves, a equipe de especialistas está mergulhando fundo na história ancestral da região.
Trecho de Destaque: A série, produzida pela Elástica Filmes, não é apenas uma exploração arqueológica, mas uma profunda investigação sobre as antigas ocupações indígenas e a transformação ambiental provocada por esses povos ao longo dos milênios.
A riqueza cultural revelada através dos vestígios encontrados é de impressionar. Desde pedaços de cerâmica e sementes carbonizadas até resíduos microscópicos de amido, cada descoberta traz à tona a vida vibrante de povos que habitaram a Amazônia muito antes de nós. É fascinante observar como essas evidências contrastam com as formas modernas de ocupação e destruição que ameaçam o ecossistema amazônico.
O Sítio Teotônio e Seu Legado
O sítio Teotônio não é apenas um local de escavação; é uma janela para o passado remoto da Amazônia. Ocupado por pelo menos sete povos indígenas diferentes ao longo de milhares de anos, Teotônio é conhecido por ter registrado a terra preta mais antiga da Amazônia – uma prova eloquente de como os povos indígenas modificaram o ambiente ao seu redor.
Trecho de Destaque: A localização privilegiada de Teotônio, próxima à cachoeira do Teotônio no rio Madeira, parece ter atraído diferentes grupos ao longo dos anos, possivelmente em busca da abundância de peixes disponíveis na área. Essa dinâmica histórica é o que torna as descobertas ainda mais intrigantes.
A Visão da Diretora Tatiana Toffoli
Tatiana Toffoli, a mente criativa por trás da série, destaca a contribuição do indigenista e ecólogo Daniel Cangussu. Trabalhando na FUNAI, Cangussu traz uma perspectiva única ao comparar os vestígios deixados pelos povos indígenas com os achados arqueológicos. Essa abordagem não só enriquece nossa compreensão do passado, mas também estabelece uma conexão vital entre a arqueologia e a ciência ambiental.
Trecho de Destaque: Tatiana ressalta que a nova temporada não só revela descobertas arqueológicas significativas, mas também documenta a contínua destruição da floresta amazônica. A série oferece um olhar crítico sobre a situação ambiental atual, que está se aproximando de um ponto de não retorno.
A Diretora e Sua Trajetória
Natural de Porto Alegre, Tatiana Toffoli é uma figura marcante no cenário do documentário brasileiro. Ela não só dirigiu e montou os quatro episódios da primeira temporada, mas também tem uma carreira repleta de trabalhos notáveis, incluindo “Juruá”, “Baré, Povo Do Rio”, e “Louceiras”. Seus filmes frequentemente exploram temas de relevância social e ambiental, o que faz dela uma diretora particularmente adequada para liderar uma série sobre a Amazônia.
Trecho de Destaque: A diretora tem sido reconhecida por seu trabalho em diversos festivais de cinema, demonstrando seu compromisso em criar conteúdo significativo e impactante. Sua experiência e dedicação são evidentes em cada episódio da série.
A Importância de Eduardo Góes Neves
Eduardo Neves, Professor Titular de Arqueologia e Diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, é uma figura central nesta temporada. Com sua especialização na arqueologia da Bacia Amazônica e uma vasta bibliografia, Neves é uma autoridade respeitada no campo. Seus livros, como “Arqueologia da Amazônia” e “Sob os Tempos do Equinócio”, são referências essenciais para aqueles interessados na história e cultura amazônicas.
Trecho de Destaque: O trabalho de Neves não apenas ilumina o passado da Amazônia, mas também ajuda a moldar nosso entendimento das práticas e influências culturais dos povos indígenas ao longo dos séculos.
Episódios da Nova Temporada
Episódio 1 – Terra Preta
Neste episódio, a equipe retorna ao sítio Teotônio para investigar vestígios de terra preta com 5.500 anos de idade. Este é o registro mais antigo de terra preta encontrado na Amazônia, indicando a presença de populações sedentárias que deixaram marcas duradouras na terra. As cerâmicas descobertas sugerem uma rica diversidade cultural com a presença de pelo menos sete diferentes povos indígenas ao longo dos milênios.
Episódio 2 – O Construtor de Ruínas
Aqui, a equipe revela vestígios de cerâmicas polícromas que sugerem um local de consumo de alimentos por povos de origem tupi. Este episódio explora como a chegada dos portugueses e a subsequente política de extermínio e exploração econômica afetaram a região e seus habitantes.
Episódio 3 – Berço Tupi
À medida que as escavações avançam, evidências de manejo de diversas plantas, inclusive espécies exóticas, emergem de áreas de terra preta profunda. A arqueóloga Laura Furquim e a antropóloga Karen Shiratori levam Eduardo Neves até a aldeia Marmelos do povo Tenharin, que foi cortada pela Transamazônica. Este episódio destaca a relação entre as práticas indígenas e a paisagem local.
Episódio 4 – Viver na Floresta
O episódio final da temporada leva a equipe pelo rio Marmelos até a roça antiga do cacique João Sena, onde colhem milho para uma festa tradicional. A luta dos Tenharin contra projetos econômicos que ameaçam a floresta é um foco crucial, assim como o trabalho dos palioecólogos Paulo de Oliveira e Francis Mayle, que estudam a relação entre plantas e mudanças climáticas.
O SescTV e a Exibição da Série
O SescTV, canal cultural do Sesc São Paulo, é um ponto de acesso essencial para quem busca conteúdo de qualidade sobre cultura, arte e sociedade. Com mais de 10.000 títulos em seu acervo, o canal distribui gratuitamente uma vasta gama de produções, desde documentários e filmes até espetáculos e entrevistas.
A estreia da segunda temporada de “Amazônia, Arqueologia da Floresta” está marcada para o dia 11 de setembro, às 20h, e promete ser um evento imperdível para os interessados em arqueologia e preservação ambiental. Para quem deseja conferir a estreia ao vivo, haverá uma sessão especial com o primeiro episódio no CineSesc, no dia 6 de setembro, às 19h.
Trecho de Destaque: O SescTV oferece também a opção de assistir à série sob demanda em seu site, proporcionando flexibilidade para que os espectadores não percam nenhum detalhe dessa importante produção.
Elástica Filmes: A Produtora por Trás da Série
A Elástica Filmes, co-fundada pelas irmãs gêmeas Dainara e Tatiana Toffoli, é conhecida por sua dedicação a temas contemporâneos e de relevância social. Desde sua estreia no Festival É Tudo Verdade com “Dona Helena”, a produtora tem se destacado no cenário nacional e internacional. Com um portfólio que inclui documentários e séries notáveis, como “Louceiras” e “Baré, Povo do Rio”, a Elástica Filmes tem se consolidado como uma produtora de referência.
Trecho de Destaque: A Elástica Filmes é um exemplo brilhante de como o cinema e a televisão podem explorar questões sociais e ambientais com profundidade e sensibilidade, e a série “Amazônia, Arqueologia da Floresta” é mais uma prova de seu compromisso com conteúdos impactantes e de alta qualidade.
Se você está tão ansioso quanto eu para a estreia dessa nova temporada, marque no seu calendário e prepare-se para uma jornada emocionante pela Amazônia. A série não é apenas um mergulho na história, mas também um alerta sobre os desafios atuais que enfrentamos em relação à preservação da nossa biodiversidade. Não perca!
Para mais informações, acesse SescTV.