Sepse: Uma Ameaça Silenciosa que Mata Mais de 11 Milhões de Pessoas por Ano

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Doença inflamatória de difícil diagnóstico continua sendo um desafio mundial; boas práticas hospitalares são essenciais para prevenir complicações

A sepse é uma dessas doenças que, apesar de pouco falada no dia a dia, tem um impacto devastador. A cada ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 11 milhões de pessoas perdem a vida em decorrência dela. No Brasil, a situação também é alarmante: são cerca de 400 mil casos anuais em adultos, resultando em 240 mil óbitos. Para crianças, esse número é igualmente preocupante, com cerca de 42 mil casos relatados anualmente. Quando paro para refletir sobre esses números, o que mais me impressiona é a discrepância entre a taxa de mortalidade no Brasil e em países desenvolvidos. É como se estivéssemos falhando em algo que, com um pouco mais de atenção e recursos, poderíamos evitar. Por isso, a criação do Dia Mundial da Sepse, comemorado em 13 de setembro, é um marco importante na luta contra essa condição.

O que é Sepse e Por Que Ela é Tão Perigosa?

Muitas pessoas, ao ouvir o termo “sepse”, associam automaticamente à “infecção generalizada”. E, de fato, essa é uma definição bastante acertada. Mas, para entender de forma mais técnica, a sepse é uma resposta inflamatória exagerada do corpo a uma infecção, que pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou até mesmo protozoários. Isso é o que explica a Dra. Lauriane Carneiro, médica intensivista do Hospital VITA. Ela detalha que, quando nosso sistema imunológico tenta combater esses invasores, o corpo pode acabar entrando em colapso, atacando seus próprios tecidos e órgãos.

É assustador pensar que infecções comuns, como pneumonia ou infecções abdominais e urinárias, podem se transformar em sepse. É um alerta para a gravidade da situação. O que me faz pensar: quantas vezes não levamos a sério aquela “febrinha” ou uma dor nas costas persistente? Não queremos parecer hipocondríacos, mas o fato é que o diagnóstico precoce pode salvar vidas.

Relatos de Quem Passou Pela Sepse

A história de Kamila Gontijo de Oliveira é um exemplo perfeito de como a sepse pode surgir de forma sorrateira. Ela, que contraiu a doença duas vezes – uma em 2021 e outra em 2023 –, conta que, em ambas as ocasiões, os sintomas começaram de maneira discreta. Primeiro, veio a dor nas costas, que poderia facilmente ser confundida com uma crise renal, e depois a fraqueza intensa. Ela lembra que, na primeira vez, demorou para ser diagnosticada, em grande parte devido ao atendimento superficial que recebeu. E é exatamente aí que reside um dos grandes problemas da sepse: sua dificuldade de diagnóstico.

Ao ouvir o relato de Kamila, fico pensando em quantas outras pessoas passaram por algo semelhante. A sepse, em seus estágios iniciais, pode se disfarçar de tantas outras condições que, se não houver uma suspeita forte, o diagnóstico pode acabar sendo tardio – e, nesse caso, cada minuto conta.

Ela descreve como, na segunda vez que teve a doença, os sintomas se agravaram rapidamente. Mesmo indo ao hospital assim que a dor nas costas surgiu, só após exames de sangue e ressonância ela foi diagnosticada com sepse. Ficou internada por três dias, recebendo antibióticos fortes e outras medicações intravenosas. Quando penso na rapidez com que a doença evoluiu no caso de Kamila, vejo como é fundamental que os profissionais de saúde estejam preparados para agir rapidamente diante de qualquer suspeita.

Os Sintomas: Atenção aos Sinais

Se você está se perguntando quais são os sinais de alerta para a sepse, saiba que eles podem variar bastante, dependendo do local da infecção. A Dra. Lauriane Carneiro explica que, além de sintomas mais comuns, como febre, taquicardia, dificuldade para respirar e confusão mental, os sinais específicos dependerão de onde a infecção começou. Por exemplo, se a origem for pulmonar, é provável que o paciente apresente tosse e falta de ar. Já em casos de infecção no sistema nervoso central, pode haver confusão mental, sonolência e até mesmo convulsões.

E aí entra mais uma questão preocupante: muitos desses sintomas podem ser facilmente confundidos com outras condições menos graves. Quando uma pessoa está febril ou com dificuldades respiratórias, por exemplo, é comum pensar em uma gripe ou resfriado. Mas se a febre não cede, se há confusão mental, é preciso ficar atento e procurar ajuda médica imediatamente.

A Busca pelo Diagnóstico e o Tratamento Adequado

Identificar o foco da infecção é o primeiro passo para um tratamento eficaz. A médica intensivista explica que, diante de uma suspeita de sepse, é crucial localizar onde está a infecção. A partir daí, os médicos podem presumir quais bactérias estão presentes e começar um tratamento com antibióticos. Isso acontece porque, sem saber o local da infecção, fica difícil saber qual o melhor medicamento a ser utilizado. Além disso, exames laboratoriais, como análise de leucócitos e proteína C-reativa, além de exames de imagem, como raio-x, são ferramentas fundamentais no processo diagnóstico.

A duração do tratamento também vai depender de vários fatores. Algumas infecções podem ser resolvidas em poucos dias, enquanto outras exigem meses de intervenção médica. Tudo vai depender da gravidade da condição e de como o corpo do paciente reage às terapias.

Dra. Lauriane Carneiro destaca que cada caso é único. Alguns pacientes respondem rapidamente ao tratamento, enquanto outros enfrentam complicações que prolongam o tempo de internação. Ao ouvir isso, fico imaginando como deve ser angustiante tanto para os pacientes quanto para suas famílias enfrentar essa incerteza. O tratamento pode ser longo, e a recuperação nem sempre é garantida.

Prevenção em Ambiente Hospitalar: Uma Questão de Vida ou Morte

A sepse é a principal causa de mortes em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Isso se dá, em grande parte, pela vulnerabilidade dos pacientes que já estão hospitalizados e, muitas vezes, com o sistema imunológico comprometido. Para evitar que a sepse se espalhe em um ambiente hospitalar, é essencial que haja uma vigilância rigorosa contra infecções. Isso inclui desde a higienização constante das mãos até o controle de dispositivos invasivos, como sondas e ventiladores mecânicos, que podem ser portas de entrada para infecções.

A médica explica que há protocolos rigorosos a serem seguidos, especialmente em UTIs, onde os pacientes estão mais expostos a bactérias multirresistentes. Fico pensando em como muitas vezes negligenciamos essas pequenas ações – como lavar as mãos antes de tocar em um paciente – que podem fazer uma diferença enorme. Num ambiente hospitalar, onde há tantas pessoas debilitadas, qualquer deslize pode ser fatal.

A Importância da Vigilância Microbiológica

No combate à sepse, a vigilância microbiológica é uma arma poderosa. É aqui que entram empresas como a Advagen Biotech, que oferece meios de cultura para monitorar e controlar a presença de microrganismos em ambientes hospitalares. Esses meios de cultura permitem identificar rapidamente os patógenos causadores de infecções, facilitando diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes.

Jéssika Silva, Assessora Científica da Advagen, reforça a importância dessa vigilância contínua. No Dia Mundial da Sepse, a mensagem é clara: não podemos baixar a guarda. Identificar precocemente os patógenos responsáveis por infecções pode ser a diferença entre a vida e a morte para muitos pacientes.

Soluções Tecnológicas para Diagnósticos Rápidos

Entre os produtos oferecidos pela Advagen, alguns se destacam pela rapidez com que ajudam a identificar os patógenos mais comuns em ambientes hospitalares. O Ágar Cromogênico KPC, por exemplo, é capaz de detectar bactérias produtoras de KPC, que estão associadas a infecções graves, como pneumonia e infecções urinárias. Já o Ágar Cromogênico ESBL ajuda a identificar rapidamente bactérias que produzem beta-lactamases, enzimas que conferem resistência a antibióticos.

Quando penso em como a tecnologia tem avançado para ajudar no combate à sepse, sinto uma ponta de esperança. Essas ferramentas são essenciais para que os médicos possam agir rapidamente e oferecer o tratamento correto. No entanto, mesmo com todo o avanço tecnológico, o fator humano – a vigilância, a conscientização e a prontidão dos profissionais de saúde – continua sendo crucial.


Conclusão

A sepse é uma doença que, apesar de silenciosa, faz um estrago enorme na vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. O que me deixa mais reflexivo é como, muitas vezes, as pequenas ações e a atenção aos detalhes podem fazer a diferença. Seja no diagnóstico precoce, na vigilância hospitalar ou na escolha do tratamento adequado, há muito que podemos fazer para reduzir as mortes causadas por essa condição.

Seja você um paciente, um profissional de saúde ou apenas alguém buscando informação, o importante é lembrar: a sepse pode ser silenciosa, mas nossa resposta não pode ser. Para saber mais sobre prevenção e tratamento da sepse, sugiro acompanhar o trabalho de empresas como Advagen Biotech que se dedicam a criar soluções para o diagnóstico e controle de infecções.

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