Lavar o pênis com água e sabão é a melhor prevenção contra o câncer no órgão
Conscientização sobre higiene e prevenção do câncer de pênis é tema essencial para reduzir amputações e mortes entre homens brasileiros
No último ano, 719 homens atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil foram submetidos à amputação do pênis devido ao câncer. Este número alarmante reflete uma necessidade urgente de conscientização sobre a doença, que, embora rara, tem impactos devastadores. Especialistas destacam que o câncer de pênis, responsável por apenas 2% dos tumores masculinos, pode ser evitado por meio de medidas simples de higiene e atenção aos sinais precoces. O Novembro Azul, tradicionalmente dedicado à saúde masculina, surge como uma oportunidade crucial para divulgar a importância desses cuidados e prevenir o avanço da doença.
Prevenção e Fatores de Risco
De acordo com o cirurgião oncológico Dr. Gustavo Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR), a prevenção do câncer de pênis começa com a conscientização sobre hábitos de higiene adequados. “A falta de cuidados com a higiene do pênis e condições como fimose, que dificulta a higienização correta, são fatores de risco relevantes. Além disso, infecções virais, como o HPV, e comportamentos sexuais de risco aumentam a possibilidade de desenvolvimento da doença”, explica Guimarães. A vacinação contra o HPV, disponível gratuitamente pelo SUS, é altamente recomendada para reduzir o risco de infecção viral, um dos fatores associados ao câncer de pênis.
Além da higiene, a prevenção também envolve a educação sobre as condições que podem dificultar essa prática. A fimose, caracterizada pelo prepúcio que cobre a glande e impede uma limpeza eficaz, é um fator que, segundo especialistas, pode ser corrigido por meio de cirurgia. A combinação de medidas preventivas reduz significativamente o risco de desenvolvimento do câncer de pênis.
Números que Chamam a Atenção
Os dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde (SIH/SUS) apontam que o Brasil registra uma média anual de 645 amputações de pênis nos últimos dez anos. De 2012 a novembro de 2022, foram contabilizados mais de 21 mil casos de câncer de pênis, com a maioria dos diagnósticos entre homens de 50 a 70 anos, embora um terço dos casos ocorra em homens com menos de 50 anos. O Atlas de Mortalidade do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indica que, entre 2011 e 2021, a doença resultou em 4.592 óbitos no Brasil.
Geograficamente, a distribuição dos casos varia pelo país. Em 2022, das 719 amputações realizadas, 289 ocorreram no Sudeste, 188 no Nordeste, 143 no Sul, 55 no Norte e 44 no Centro-Oeste. Esses números mostram que, embora o câncer de pênis seja considerado raro, suas consequências são severas, principalmente em áreas com acesso limitado à informação e cuidados preventivos.
O Papel do Novembro Azul
“A campanha Novembro Azul é uma oportunidade valiosa para colocar o câncer de pênis na pauta de discussões sobre a saúde masculina”, destaca Guimarães. A iniciativa visa conscientizar sobre diferentes tipos de câncer que afetam o sistema reprodutor masculino, com foco principal no câncer de próstata, mas também incluindo o câncer de pênis e testículo. A inclusão do câncer de pênis nas pautas de conscientização se torna essencial para prevenir amputações e melhorar a qualidade de vida dos homens brasileiros.
Sinais e Sintomas: Quando Procurar Ajuda Médica
O diagnóstico precoce do câncer de pênis é fundamental para reduzir os danos e evitar tratamentos invasivos. “O homem deve estar atento a qualquer ferida no pênis que não cicatrize e procurar um médico para avaliação. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de sucesso no tratamento e menor o risco de amputação do pênis”, afirma Guimarães. Os principais sintomas incluem feridas persistentes, dor, alteração na cor e textura da pele, presença de verrugas, coceira, erupção avermelhada, inchaço, corrimento persistente com odor forte e linfonodos aumentados na região da virilha.
Identificar esses sinais logo no início permite que o tratamento seja mais conservador e menos agressivo, preservando o órgão e minimizando impactos físicos e psicológicos.
Tratamentos Disponíveis
O tratamento para o câncer de pênis varia conforme o estágio da doença e as características de cada paciente. Em casos iniciais, a cirurgia pode ser menos invasiva, como a circuncisão, indicada para cânceres restritos ao prepúcio. Tumores de menor extensão podem ser tratados por excisão ou penectomia parcial, que consiste na remoção parcial do órgão. “Para os casos mais avançados, onde a doença já se espalhou, a penectomia total é necessária, com redirecionamento da uretra para permitir a função urinária”, explica Guimarães. O procedimento envolve a criação de uma uretrostomia para que o paciente consiga urinar após a remoção total do pênis.
Outros métodos terapêuticos, como a radioterapia, podem ser utilizados em casos de cânceres em estágio inicial, além de auxiliarem na remoção de linfonodos e controle da disseminação em quadros avançados.
Sobre o Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR)
Fundado em 2013, o Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) liderado pelo Dr. Gustavo Guimarães, é uma referência em tratamento e pesquisa na área de câncer urológico no Brasil. Com uma equipe altamente qualificada, o instituto dedica-se à prevenção, diagnóstico e reabilitação dos pacientes, além de oferecer capacitação e consultoria para instituições de saúde interessadas em cirurgia robótica, uma das áreas de especialidade de Guimarães. “O nosso objetivo é proporcionar aos pacientes o tratamento mais eficaz e menos invasivo possível, empregando tecnologias avançadas que maximizam a precisão e a recuperação”, destaca o médico.
O IUCR também tem se destacado por adotar tecnologias como o ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU) e a cirurgia robótica, que são minimamente invasivas e ampliam as opções de tratamento para os pacientes. A instituição possui um programa de capacitação para médicos de diversas partes do país, promovendo o desenvolvimento de técnicas modernas em cirurgia robótica e outras práticas avançadas de tratamento.
A Importância da Conscientização e Acesso à Saúde
O câncer de pênis é uma doença que carrega consigo estigmas e preconceitos, o que muitas vezes dificulta a busca por ajuda. Campanhas como o Novembro Azul têm o potencial de desmistificar o assunto, tornando-o mais acessível para os homens e suas famílias. Guimarães ressalta que “a prevenção e o diagnóstico precoce são os melhores aliados contra o câncer de pênis. A conscientização sobre os sinais e sintomas e a adoção de hábitos saudáveis são os primeiros passos para evitar a doença e suas graves consequências”.
O Brasil ainda enfrenta desafios no combate ao câncer de pênis, especialmente em áreas onde o acesso à informação e ao atendimento médico é limitado. A educação da população sobre a importância da higiene pessoal, a vacinação contra o HPV e a busca imediata por atendimento ao observar sinais suspeitos são fundamentais para reduzir a incidência dessa doença.
Conclusão
O câncer de pênis é uma realidade que pode ser evitada com medidas preventivas e conscientização. A campanha Novembro Azul é uma plataforma essencial para abordar esse tema e fornecer informações vitais aos homens brasileiros. O aumento da conscientização sobre a importância da higiene pessoal e do acompanhamento médico são caminhos para reduzir os índices de amputação e salvar vidas.
Com um diagnóstico precoce, o tratamento do câncer de pênis pode ser mais simples e menos invasivo, garantindo melhores resultados para o paciente. “Queremos que os homens entendam a importância de cuidar de sua saúde íntima e de buscar ajuda sempre que perceberem algo diferente. Prevenir é sempre o melhor caminho”, finaliza Guimarães.
Para mais informações sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de pênis, visite o site do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR).
