Especialistas apontam 7 práticas essenciais para evitar a perda auditiva em uma sociedade cada vez mais exposta a ruídos e riscos para a saúde dos ouvidos
Dia Nacional de Combate à Surdez: 7 Cuidados Essenciais para Prevenir a Perda Auditiva
No Brasil, cerca de 15 milhões de pessoas convivem com algum grau de perda auditiva, segundo estimativas da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) e da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO). Globalmente, essa condição afeta 1,5 bilhão de indivíduos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A gravidade desse cenário é reforçada pelo Relatório Mundial sobre Audição da OMS, que revela que, apenas no continente americano, 217 milhões de pessoas possuem algum nível de deficiência auditiva.
Em celebração ao Dia Nacional de Combate à Surdez, comemorado em 10 de novembro, as principais organizações brasileiras de otorrinolaringologia destacam orientações sobre os cuidados que ajudam a prevenir a perda auditiva, uma condição que pode afetar pessoas de todas as idades.
1. Evite Exposição a Ruídos Intensos
A exposição frequente a ruídos acima de 85 decibéis pode danificar as células sensoriais da orelha interna, segundo especialistas. A recomendação é evitar ouvir música em volumes elevados por longos períodos e usar proteção auditiva em ambientes ruidosos.
“O uso intenso de fones de ouvido em volumes altos pode provocar perda auditiva temporária, zumbido, ou até danos permanentes. Os jovens, em especial, são o principal grupo de risco”, alerta o Dr. Robinson Koji Tsuji, presidente da SBO e membro da ABORL-CCF.
2. Controle da Pressão Arterial, Colesterol e Diabetes
Doenças como hipertensão, diabetes e altos níveis de colesterol podem afetar a circulação sanguínea, reduzindo a irrigação de sangue para a orelha interna, o que potencializa o risco de perda auditiva.
“Essas condições aumentam o risco de um fluxo sanguíneo irregular, levando a uma degeneração no sistema auditivo. Por isso, é essencial que estejam sob controle”, explica o Dr. Tsuji. Ele reforça ainda que a prática regular de atividades físicas pode melhorar a circulação e contribuir para o controle dessas doenças.
3. Evite o Tabagismo
O cigarro é um inimigo da audição. De acordo com estudos, os fumantes têm mais chances de desenvolver problemas auditivos em comparação aos não fumantes.
“As toxinas presentes no cigarro afetam a circulação sanguínea que abastece a cóclea, a estrutura interna do ouvido responsável por converter estímulos sonoros em impulsos elétricos enviados ao cérebro”, esclarece o especialista.
4. Trate Infecções de Ouvido
Infecções, como otites, se não tratadas adequadamente, podem levar a complicações que resultam em perda auditiva. Consultas regulares com um otorrinolaringologista são essenciais para a saúde dos ouvidos.
“Infecções no ouvido devem ser diagnosticadas e tratadas para evitar que causem danos duradouros à audição. O acompanhamento médico é fundamental para preservar essa capacidade”, ressalta Dr. Tsuji.
5. Evite Substâncias Ototóxicas
Certos produtos químicos e medicamentos podem causar danos às estruturas internas do ouvido, um fenômeno conhecido como ototoxicidade. O efeito pode variar de acordo com o tempo de exposição e a frequência do contato com essas substâncias.
“Perda auditiva, zumbido e problemas de equilíbrio são alguns dos danos provocados pela ototoxicidade. É importante conversar com um médico sobre os riscos e buscar alternativas mais seguras para evitar problemas auditivos irreversíveis”, complementa o especialista.
6. Triagem Neonatal: Cuidados desde o Nascimento
Realizar a triagem auditiva neonatal é um passo essencial para detectar e tratar precocemente problemas auditivos. Esse exame, realizado nos primeiros dias de vida do bebê, é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança.
“Identificar a perda auditiva no início possibilita intervenções eficazes, evitando prejuízos para a comunicação e desenvolvimento”, destaca o Dr. Tsuji.
7. Observe o Desenvolvimento da Fala e Linguagem nas Crianças
Ficar atento ao desenvolvimento da fala e da linguagem das crianças é crucial para detectar problemas auditivos precocemente. Dificuldades no rendimento escolar, atrasos na fala, trocas de letras e déficit de atenção podem ser indicativos de perda auditiva.
“Quase 60% das causas de perda auditiva podem ser evitadas ou tratadas se o diagnóstico for precoce. Os pais devem observar esses sinais e garantir consultas regulares com um otorrinolaringologista para um acompanhamento adequado”, finaliza o médico.
Conclusão
O combate à perda auditiva exige conscientização e práticas diárias de prevenção, especialmente em uma era de alta exposição a sons intensos e riscos associados ao estilo de vida. Especialistas alertam que os cuidados devem começar desde cedo e serem reforçados ao longo da vida para assegurar a saúde auditiva.