
O câncer é uma das doenças que mais cresce em números no mundo. Ele está entre as principais causas de morbidade e mortalidade, com perspectiva de duplicar em número de casos até 2040, na América Latina, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS). Diante desse cenário desafiador, um dos aspectos que merece destaque é o papel fundamental da reabilitação oncológica ao longo da jornada do paciente. Este artigo explora como essa abordagem pode transformar vidas, melhorando não apenas a qualidade de vida, mas também fortalecendo a capacidade de enfrentamento diante dessa condição tão complexa.
O Que é Reabilitação Oncológica?
A reabilitação oncológica é uma abordagem multidisciplinar que busca auxiliar pacientes com câncer a recuperar funcionalidades perdidas, lidar com os efeitos colaterais do tratamento e manter a melhor qualidade de vida possível. Segundo João Gabriel Ramos, diretor médico da Clínica Florence — o primeiro Hospital de Transição de Cuidados do Norte e Nordeste —, esse processo tem um papel crucial em todas as etapas da trajetória do paciente, desde o diagnóstico até o fim da vida.
“A reabilitação restaurativa pode ajudar, inclusive, na capacidade do paciente em sustentar o tratamento; no controle da doença; na melhoria da qualidade de vida, além de auxiliar o indivíduo a lidar com limitações resultantes do câncer e do tratamento”, explica o especialista.
Essa definição ampla demonstra que a reabilitação oncológica não se limita apenas à recuperação física, mas abrange aspectos emocionais, sociais e psicológicos. Para mim, enquanto blogueiro, isso reflete uma visão holística do cuidado, algo que considero essencial em qualquer tratamento moderno.
Como Funciona o Processo de Reabilitação?
Em casos de pacientes oncológicos, o plano de reabilitação é elaborado antes mesmo de sua admissão. Ele considera perspectivas, patologias, prognóstico e tratamentos em curso, como quimioterapia ou radioterapia, e particularidades de cada tipo de câncer. Além disso, em caso de estágio avançado da doença, a equipe deve estar preparada para uma abordagem voltada a cuidados paliativos.
João Gabriel Ramos enfatiza que as particularidades das doenças oncológicas são levadas em consideração na construção desse plano terapêutico. “São preservadas todas as medidas de segurança, limitações e eficácia”, afirma.
Equipe Multidisciplinar: A Força por Trás da Reabilitação
Um dos diferenciais da reabilitação oncológica é a atuação de uma equipe multidisciplinar. Na Clínica Florence, por exemplo, profissionais de áreas como Medicina, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Psicologia, Farmácia, Nutrição, Serviço Social e Enfermagem trabalham juntos para promover a recuperação completa do paciente.
- Fisioterapeutas focam na mobilidade e na prevenção de complicações musculoesqueléticas.
- Nutricionistas ajustam a alimentação para garantir energia e nutrientes adequados.
- Psicólogos oferecem suporte emocional, ajudando o paciente a lidar com o impacto emocional da doença.
- Terapeutas ocupacionais promovem independência nas atividades diárias e adaptam o ambiente domiciliar.
Esse trabalho conjunto cria um ecossistema de cuidado que, para mim, é verdadeiramente inspirador. É como se cada membro da equipe fosse uma peça de um quebra-cabeça, contribuindo para formar uma imagem completa de bem-estar.
Tipos de Reabilitação Oncológica
A reabilitação oncológica pode ser classificada em diferentes categorias, dependendo do momento da trajetória do paciente e de suas necessidades específicas:
- Pré-habilitação :
Esta fase ocorre antes de eventos como cirurgias ou tratamentos complexos. O objetivo é preparar o corpo e a mente do paciente para enfrentar os desafios que virão. “É uma tentativa de restaurar a saúde do paciente ou melhorar as condições de saúde antes de um evento maior”, explica João Gabriel Ramos. - Reabilitação Restaurativa :
Quando há perda de alguma funcionalidade por complicação relacionada ao tratamento, como quimioterapia ou radioterapia, a reabilitação restaurativa ajuda o paciente a recuperar sua saúde prévia. - Tratamento de Suporte :
Destinado a pacientes com doenças mais graves, onde a restauração total pode não ser possível. Aqui, o foco é na adaptação e readequação à nova realidade. - Cuidados Paliativos :
Em casos de pacientes próximos do fim da vida, a reabilitação assume um papel diferente. O objetivo passa a ser o controle dos sintomas e a manutenção da autonomia por mais tempo.
Por Que os Hospitais de Transição São Essenciais?
Os hospitais de transição, como a Clínica Florence, desempenham um papel crucial na implementação da reabilitação oncológica . Esses centros oferecem uma estrutura ideal para pacientes que precisam de terapias intensivas, com carga horária de pelo menos 15 horas por semana, de maneira integrada.
“Os hospitais gerais, normalmente, não possuem a estrutura necessária para esse tipo de terapia, e a realização em domicílio apresenta dificuldades operacionais”, lembra João Gabriel Ramos.
Com o surgimento desses hospitais no Brasil, os pacientes têm acesso a múltiplas categorias de cuidado, incluindo reabilitação e cuidados paliativos no mesmo ambiente físico. Isso permite uma transição suave e fluida, ajustando o plano terapêutico conforme a evolução da trajetória do paciente.
A Clínica Florence: Um Exemplo de Excelência
A Clínica Florence, inaugurada em 2017 em Salvador (BA), foi pioneira ao introduzir o conceito de hospital de transição no Norte e Nordeste. Com uma proposta de internação segura e especializada, a instituição se tornou referência no atendimento de pacientes em reabilitação intensiva e cuidados paliativos de fim de vida.
Recentemente, a unidade de Salvador finalizou sua segunda ampliação, passando a ofertar 94 leitos. Além disso, a clínica expandiu suas operações para Recife (PE) em 2021, com capacidade para 76 leitos. Ambas as unidades seguem os padrões de excelência reconhecidos pelas famílias que experimentaram o “Jeito Florence de Cuidar”.
Uma característica marcante da Clínica Florence é sua estrutura física acessível, que inclui um amplo jardim para terapias ao ar livre. Esse espaço promove estímulos sensoriais e interações diversas entre pacientes, familiares e amigos, reforçando a humanização do cuidado.
Para quem, como eu, valoriza iniciativas inovadoras no campo da saúde, a Clínica Florence é um exemplo brilhante de como podemos transformar desafios em oportunidades.
Reflexões Finais: A Esperança no Horizonte
Ao escrever este artigo, fiquei profundamente impressionado com o impacto positivo que a reabilitação oncológica pode ter na vida dos pacientes. Mais do que simplesmente tratar a doença, ela oferece ferramentas para que as pessoas vivam com dignidade, propósito e qualidade de vida, independentemente do estágio de sua condição.
Como blogueiro, acredito firmemente que histórias de superação e inovação devem ser compartilhadas. Afinal, elas nos lembram que, mesmo diante de adversidades, sempre há caminhos para seguir em frente. E, no caso do câncer, a reabilitação oncológica é um desses caminhos.
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