
Crescimento da diálise peritoneal domiciliar no Brasil alcança 5,6% em 2024. Entenda os benefícios, desafios e metas para ampliação do tratamento renal crônico no SUS.
Diálise Peritoneal Domiciliar Cresce Após Década de Declínio
Dados do Censo 2025 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) revelam uma mudança significativa no tratamento da Doença Renal Crônica (DRC) no Brasil: após 10 anos de queda, a diálise peritoneal domiciliar registrou aumento de 5,6% em 2024. Enquanto a hemodiálise permanece dominante (87,3%), a modalidade domiciliar ganha espaço por oferecer maior autonomia aos pacientes.
O Renascimento de uma Modalidade Subutilizada
A diálise peritoneal domiciliar permite que pacientes realizem o tratamento em casa, reduzindo dependência de deslocamentos a clínicas. Segundo o censo, o número absoluto de usuários cresceu em 3.000 pessoas em relação a 2023. Apesar do avanço, o SUS ainda enfrenta desafios:
- Financiamento desigual: A hemodiálise recebeu R$ 9,3 bilhões para 36 milhões de atendimentos, enquanto a diálise peritoneal teve R$ 46,5 milhões para 171 mil atendimentos.
- Baixa adesão profissional: Falta de especialistas para indicar e monitorar o tratamento.
Benefícios que Justificam a Expansão
Para Maria de Lourdes da Silva Alves, presidente da Federação Nacional das Associações de Pacientes Renais e Transplantados do Brasil (FENAPAR), a modalidade é estratégica:
“A diálise peritoneal é menos invasiva e preserva a rotina do paciente. Nosso objetivo é alcançar 20% de adesão até 2029, mas isso depende de políticas públicas sólidas.”
Desafios Estruturais no SUS
A subutilização persiste por três fatores críticos:
- Remuneração inadequada: Clínicas recebem menos pelo tratamento domiciliar.
- Falta de capacitação: Profissionais muitas vezes não estão preparados para orientar pacientes.
- Barreiras culturais: Preferência histórica pela hemodiálise entre médicos e pacientes.
Dados que Contextualizam a Urgência
- 6,7% dos adultos brasileiros têm DRC, com 157 mil dependentes de diálise.
- A diálise peritoneal reduz custos logísticos para pacientes, mas exige investimento em educação médica e infraestrutura.
O Caminho para os 20%
A FENAPAR propõe:
- Revisão da tabela de repasses do SUS para equilibrar incentivos.
- Criação de programas de capacitação para nefrologistas.
- Campanhas de conscientização sobre opções terapêuticas.
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