Roterdã inclui dois novos pesticidas em lista de controle internacional durante as COPs BRS 2025

Roterdã inclui dois novos pesticidas em lista de controle internacional durante as COPs BRS 2025

Recentemente, durante as Conferências das Partes das Convenções de Basileia, Roterdã e Estocolmo (COPs BRS 2025), duas substâncias químicas perigosas — os pesticidas carbosulfano e fenthion — foram incluídas no Anexo III da Convenção de Roterdã, que regula o comércio internacional de produtos químicos perigosos.


Contexto das COPs BRS 2025

  • Convenção de Roterdã: Foca no comércio internacional de pesticidas e produtos químicos perigosos, estabelecendo um mecanismo de Consentimento Prévio Informado (PIC) para a importação e exportação desses produtos.
  • Convenção de Basileia: Regulamenta a gestão transfronteiriça de resíduos perigosos, incluindo penalidades para o não cumprimento das obrigações de envio de relatórios.
  • Convenção de Estocolmo: Controla a eliminação de poluentes orgânicos persistentes (POPs), adicionando novas substâncias à lista de eliminação obrigatória.

O que significa a inclusão no Anexo III da Convenção de Roterdã?

  • Consentimento Prévio Informado (PIC): Exportadores só podem enviar os pesticidas para um país importador após este ter dado seu consentimento informado.
  • Não proíbe produção ou uso, mas dificulta o comércio internacional devido à necessidade de autorização clara entre países.
  • Tende a diminuir o uso por pressão regulatória e mercado, especialmente diante das certificações privadas que vinculam qualidade à não utilização desses produtos químicos.

Sobre os pesticidas incluídos

PesticidaUso típicoPerigos apontados
CarbosulfanoInseticida para culturas agrícolas, principalmente em soja e milhoAltamente tóxico, riscos à saúde humana e ao meio ambiente, incluindo neurotoxicidade
FenthionInseticida para agricultura e saúde pública (controle de mosquitos)Toxicidade aguda, perigo para aves, abelhas, e possível impacto em saúde pública

Impactos e implicações internacionais

  • Fortalecimento do controle e transparência no comércio desses pesticidas, para evitar danos ambientais e à saúde.
  • Empresas e países podem enfrentar restrições práticas, estimulando a busca por alternativas menos perigosas.
  • No Brasil, que é um dos maiores consumidores globais de agrotóxicos, essa medida pode pressionar uma revisão no uso e comércio desses pesticidas.

Paralelamente nas Convenções de Basileia e Estocolmo

  • Basileia: Atualização das operações de resíduos sob controle internacional e penalidades por falta de relatórios anuais.
  • Estocolmo: Inclusão de novos contaminantes na lista de eliminação obrigatória, incluindo o clorpirifós, um pesticida amplamente utilizado e com evidências crescentes de danos ambientais e à saúde humana.

Relevância e notícias relacionadas

  • O Brasil continua sendo um dos principais mercados para pesticidas altamente perigosos, o que gera debates sobre saúde pública e ambiental — conforme reportagens da BBC News Brasil e outras instituições ambientais.
  • Em 2024, a aprovação de novos pesticidas no Brasil bateu recorde, com 663 produtos autorizados, incluindo muitos tóxicos, o que contrasta com os movimentos internacionais para controle mais rigoroso.[^1][^4]
  • A pressão internacional para a inclusão desses pesticidas nas listagens ocorre em um cenário de crescente evidência científica dos impactos desses químicos, incluindo efeitos neuropsiquiátricos e riscos à biodiversidade.[^3][^9]

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Conclusão

A inclusão dos pesticidas carbosulfano e fenthion no Anexo III da Convenção de Roterdã representa um passo importante na regulação internacional do comércio de químicos perigosos, impondo maior controle e transparência. Esse avanço é parte do esforço global para reduzir os riscos à saúde humana e proteger o meio ambiente, alinhando-se a outras decisões atuais nas Convenções de Basileia e Estocolmo.

No entanto, o desafio permanece grande, especialmente em países como o Brasil, onde o uso de agrotóxicos é intenso e controverso. A implementação prática dessas restrições e a busca por alternativas seguras continuam sendo essenciais para o progresso sustentável na agricultura e na saúde pública mundial.


Referências

  1. G1 – Liberação de agrotóxicos e defensivos biológicos bate recorde em 2024 – 28 Jan 2025
  2. BBC News Brasil – Brasil é principal mercado de agrotóxicos ‘altamente perigosos’ – Data não especificada
  3. RMMG – Exposição a pesticidas, atividade laborativa e agravos à saúde
  4. De Olho nos Ruralistas – Conheça as empresas que pediram os novos pesticidas ‘extremamente tóxicos’
  5. Convenção de Roterdã – Ministério do Meio Ambiente (Brasil)

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